segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Da tela à vida

TELEANÁLISE

Sentinela – Malu Fontes*

As telenovelas brasileiras têm associadas a si a característica de, mesmo de modo caricato ou superficial, representar boa parte das temáticas do repertório social do país. Alguns pesquisadores do campo da teledramaturgia afirmam, inclusive, que a telenovela é, frequentemente, muito mais liberal e vanguardista, quando da abordagem de uma série de temas difíceis e tabus, do que o telejornalismo e a própria sociedade brasileira. Quando mal se sabia o que era fertilização in vitro, por exemplo, uma novela das seis, horário considerado dos açucarados, já abordava a polêmica em torno das mães de aluguel, em Barriga de Aluguel, 1990, de Glória Perez. Do mesmo modo, quando os sem terra eram vistos com muito mais preconceitos que hoje, uma novela global das oito já agendava o tema, em O Rei do Gado, 1996, de Benedito Ruy Barbosa.

Nos últimos anos, os autores das telenovelas vem inserindo em suas tramas toda a sorte de temas tabus, como a dependência química nas classes altas, o preconceito racial, a violência contra a mulher e o homoerotismo entre casais tanto do sexo masculino quanto do feminino. Um dos poucos temas polêmicos e objeto de tabu que sequer passa perto das tramas novelísticas é a prática do aborto. Embora trate-se de uma prática ilegal, sabe-se que este é um recurso usado por milhares de mulheres no Brasil diante de uma gravidez indesejada. Entretanto, nunca se vê uma personagem de novela optando por essa possibilidade, independentemente da pobreza, do não planejamento, do abandono familiar ou de quaisquer agruras pelas quais passe.

SEXUALIDADE - Afora o aborto, as telenovelas brasileiras são comumente um espaço onde praticamente todo e qualquer assunto difícil pode ser abordado e, automaticamente, transformado em objeto de debate nacional. A transformação dos temas das novelas em discussão nacional é tão garantida que os militantes de uma série de causas sociais dariam o inimaginável para terem suas temáticas inseridas em uma telenovela, a título de merchandising social. Nesse cenário, há algo que chama atenção na relação entre a telenovela e a reação do público: a tolerância e a simpatia populares diante do exercício da sexualidade feminina nas telenovelas e a condenação moral que comportamentos sexuais semelhantes despertam na vida real.

Que o homem brasileiro, de um modo geral, ainda se caracteriza por fortíssimos traços machistas, preconceituosos e misóginos, não há dúvidas. Um exemplo disso são os índices de violência registrados contra a mulher no país. A própria televisão é locus sistemático da publicização de cenas dantescas quando relata, tanto nos telejornais ditos sérios quanto naqueles considerados sensacionalistas, episódios diários de mulheres agredidas, violentadas, mutiladas e assassinadas. No entanto, paradoxalmente, personagens femininas de sexualidade livre são comumente catapultadas da trama de alguma telenovela para a condição de queridinha nacional justamente por seu comportamento sexual. Passando da tela à vida, as atitudes que, na sociedade brasileira, fariam com que uma mulher comum fosse moralmente condenada no grau máximo são, curiosamente, motivos de adoração do público quando adotadas por personagens de novelas.

ADULTÉRIO - O símbolo atual da preferência sustentada pelo comportamento sexual é a personagem de Dira Paes, a Dona Norminha, a traidora contumaz do marido em Caminho das Índias. Exclusivamente por conta do adultério cometido sistematicamente por Norminha, tanto a personagem quanto a atriz se tornaram objetos de culto, de capas de revistas, referenciais de moda (virou hit o sutiã saltando sob os decotes generosos) e sinônimo de símbolo sexual, com convites à Dira para estrelar capas de revistas de nu. No Brasil, aliás, o convite para posar nua e ser capa de revistas masculinas é o indicador incontestável do sucesso feminino. Do mesmo modo que Norminha, por seus rebolados e puladas contumazes de cerca, tornou-se a ‘namoradinha’ da vez do Brasil, o mesmo já aconteceu com a garota de programa Capitu, interpretada por Giovanna Antonelli em Laços de Família e a prostituta Bebel, interpretada por Camila Pitanga em Paraíso Tropical, entre outras tantas de perfil sexual semelhante. Até mesmo a vilã Nazaré Tedesco (Renata Sorrah, em Senhora do Destino), seqüestradora, assassina e ninfomaníaca, experimentou altos índices de simpatia perante o público.

Em todos os casos em que personagens femininas de comportamento sexual liberal, prostitutas, garotas de programa ou ninfomaníacas conquistam a simpatia do público, o fato é que a aceitação manifestada pelo público destoa completamente da reação popular quando se trata de mulheres de verdade que personificam tais atitudes em suas vidas. Enquanto na teledramaturgia mulheres como Norminha transformam-se em queridinhas do público com níveis de aceitação tão altos que levam à confusão carismática entre personagens e atrizes, na vida de verdade as mulheres de carne e osso que tenham comportamento semelhante ganharão indiscutivelmente, no mínimo, a pecha de vagabundas.

*Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA.

sábado, 29 de agosto de 2009

Berluconi e Hunter Thompson em Fortaleza

Sentinela - Luis Guilherme Pontes Tavares*

Afastem-se de mim a xenofobia e a postura severa contra a prostituição para que não pareça rude preconceito o mal-estar que me causou o desfile ruidoso e descarado de homens (?) italianos com jovens putas brasileiras, tão ruidosas e descaradas quanto eles, pela Rua Monsenhor Tabosa, em Fortaleza. Imaginei como seria tratado, por exemplo, em Roma, o transito diário de homens brasileiros e putinhas italianas. A cena cearense, pela regularidade com que ocorre, parece não constranger mais. Apesar dos pesares berlusconianos recentes, suponho que os italianos não tolerariam por muito tempo que os brasileiros andassem por Roma, Veneza ou Florença como se estivessem nos corredores de um prostíbulo qualquer.

A Fortaleza que revi neste agosto de 2009 é distinta daquela que visitei pela primeira vez há mais de 20 anos. O progresso tratou de substituir, no Monsenhor Tabosa, as lojas de artesanato de extraordinária qualidade pelas lojas de artigos semi-industriais, cuja arte e acabamento são, no mínimo, descuidados. A economia, sem dúvida, foi adiante, porém a cultura retroagiu. E isso é lamentável, tanto quanto o desfile de italianos e putas brasileiras naquela rua que, no meu modo de ver, deu para trás.

Fortaleza foi sede, entre 19 e 21 de agosto, do VII Encontro Nacional de História da Mídia, evento promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia – Alcar – e que atraiu participantes de todo o Brasil que ouviram palestras e apresentaram trabalhos nos vários grupos de trabalhos temáticos que foram formados a partir de 2003. A programação foi cumprida nas instalações – e que instalações! - da Universidade de Fortaleza – Unifor (www.unifor.br) –, empreendimento do Grupo Edson Queiroz localizado em ampla área à margem da Avenida Washington Soares, que é uma das saídas (CE-040) da cidade.

Lamentei que a Fortaleza que visitei não seja exatamente a cidade que nos chega pelas emissoras de televisão. Na telinha tudo parece mais bonito e melhor arrumado. Penei um bocado com o sistema de transporte coletivo, apesar da garantia de que com uma única passagem o usuário possa prosseguir o percurso quando ele faz baldeação no Terminal de Papicu. Utilizei, no primeiro dia, o Grande Circular 2 e a viagem, desde a Praia de Iracema até a Unifor (via Terminal de Papicu), levou mais de duas horas. A decisão de retornar de táxi foi infeliz: paguei R$ 30,00 pela corrida, a mesma que outros colegas pagaram a metade desse valor.

A participação baiana no VII Encontro foi, sobretudo, dos professores da Faculdade Social da Bahia – FSBa – em cujo curso de jornalismo estão concentrados alguns dos principais estudiosos da história da mídia baiana. Estive em dois grupos de Trabalho – História da Mídia Impressa e História da Mídia Alternativa. Apresentei trabalho sobre a passagem de Hamilton Almeida Filho – Haf – pela Tribuna da Bahia em 1972-3. Porém, o que me encantou foi escutar a apresentação da jornalista Luciene Mendes Lacerda, formada pela Unifor, sobre o tema “O jornalismo gonzo: um possível diálogo entre Hunter Thompson e Arthur Veríssimo”.

Para concluir: se me constrangera encontrar Silvio Berlusconi em Fortaleza, por outro lado me encantou ter encontrado Hunter Thompson por lá.

* Jornalista, produtor editorial e professor universitário. lulapt@svn.com.br

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Drª Bella Palomo ministrará curso em Salvador

Sentinela - Maísa Amaral*

Mais um curso gratuito será disponibilizado pelo núcleo pedagógico da Faculdade de Comunicação da Ufba (Facom). A profª Drª Bella Palomo, da Universidade de Málaga-Espanha vai ministrar o Curso Inovação no Jornalismo, entre os dias 1,2 e 3 de setembro, das 15h às 18h, na própria instituição. Temáticas como Web 2.0 – aplicações da web social na comunicação institucional, Efeitos da crise nas mídias – balanço e soluções, o blog como ferramenta de micropersuasão, e novas tendências no design de portais serão debatidos durante o curso. As inscrições serão feitas no primeiro dia das aulas!
A professora doutora possui especialização em matérias vinculadas ao jornalismo digital, desenho e estrutura do sistema dos meios.
*Maísa Amaral é jornalista DRT - 3178-BA

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ética em questão


Sentinela - Maísa Amaral*
O alvoroço por um furo de reportagem muitas vezes deixa de lado os princípios éticos jornalísticos, o que acaba tirando a credibilidade do veículo e do profissional da área. Isso vem acontecendo concomitantemente nas grandes empresas de Comunicação Brasileira, e já chegou até a criar conceitos do tipo a extinção do jornalismo e da objetividade e credibilidade da informação veiculada.

A ética no jornalismo. Esse é o foco principal do Curso de Extensão: A Ética Jornalística na Sociedade da Informação, que está sendo ministrado até amanhã, pelo professor doutor da Universidade Federal de Santa Catarina, Francisco José Castilhos Karam, na Faculdade de Comunicação da Ufba, em Salvador-BA.

Em sua primeira explanação, Karam destacou a importância da objetividade, da verdade, da precisão e da exatidão na divulgação da informação, fatores preponderantes quando a ética se coloca em questão. A credibilidade das fontes, do conteúdo das notícias e a consciência pessoal e profissional também foram discutidas.

Nos próximos dois dias, o professor irá debater os seguintes assuntos: A ética Jornalística Aplicada às Novas Mídias e Tecnologias, Jornalismo e Convergência Tecnológica e Ética e Sociedade da Informação.
*Maísa Amaral é Jornalista DRT - 3178-BA e faz parte da equipe do Sentinelas
Foto: Maísa Amaral

domingo, 23 de agosto de 2009

O aborto das galinhas

TELEANÁLISE

Sentinela – Malu Fontes*

A expressão homem gabiru foi bastante usada nos anos 80 no jornalismo e telejornalismo nacional para descrever uma espécie de sub-homens, de sub-raça que estaria emergindo no Nordeste e nos grandes centros urbanos, gerada pela fome e pela subnutrição. O conceito nasceu em Recife, na Fundação Josué de Castro, voltada para pesquisas acerca da fome. Os homens gabirus comiam mal e muitas vezes restos, como os ratos, o que se refletia em características como atraso no desenvolvimento cognitivo, compleição física atarracada, atrofiada, baixa estatura, etc. Em tempo, gabiru é um tipo de rato, uma espécie de dalitis do mundo das ratazanas.

A fome ainda existe, embora já divida, como objeto de preocupação, a atenção das políticas públicas de saúde com a obesidade, mas seus reflexos foram reduzidos de modo significativo por melhorias nos índices sócio-econômicos do país e por programas sociais do governo. No entanto, quando transformada em telespectadora, a sociedade brasileira assiste agora, do sofá de casa, o surgimento de uma outra modalidade de homem-gabiru, em outro contexto e configuração, o televisivo. São adultos urbanos com a idéia fixa de praticar os atos mais indescritíveis e insanos em troca de uma vaga no estacionamento da fama, mesmo que seja na condição de celebridade de terceira linha.

COBRAS - A Rede Globo, sempre tão asséptica e higiênica na dramaturgia e no telejornalismo, paradoxalmente cai de amores por homens e mulheres gabirus quando o gênero é o entretenimento produzido na modalidade reality show. Moças e rapazes bem nascidos incorporam voluntariamente gabirus. Os desnutridos pela seca e pela fome do Nordeste ou pela ingestão dos restos catados no lixo das grandes metrópoles cederam o conceito aos candidatos a um prêmio nos realities shows de aventura e resistência. Recentemente, vários espécimes de gabirus humanos adentraram a tela da TV nos programas Jogo Duro e No Limite.

No primeiro, a disputa por uns trocados que não somam tanto assim levou gente com todos os dentes e nenhuma fome a interpretar ratos à perfeição, mergulhando em águas sujas, disputando espaço com bichos, insetos, cobras, umidade e o diabo a quatro. O objetivo da ‘tarefa’ era catar cédulas ou outras coisas escondidas para serem encontradas pelas ratazanas humanas comportando-se como roedores de laboratório em testes behavioristas.

ABORTO DE GALINHA - No segundo programa, No Limite, na edição do último domingo, o que se viu foi um espetáculo freak, dantesco e nauseante como poucos vistos na televisão no que se refere à ingestão de elementos indigestos e repulsivos: homens e mulheres malhados, disputando algum dinheiro e um lugar futuro na categoria ex-reality, comiam como bichos, embora visivelmente à beira de um surto de vômito, nada menos que ovos galados de galinha, cozidos, recheados, sob a casca, com pintos prestes a nascer e ‘abortados’ em água fervente.

Aliás, só a modalidade da ‘morte’ dos embriões nos ovos fertilizados prestes a eclodir já renderiam no mundo nonsense da televisão uma discussão entre os defensores dos direitos dos animais, hoje se digladiando enfileirados em correntes ideológicas de nomes estranhos e pouco familiares, como bem-estaristas e utilitaristas. Assim, não tarda e os realities prestarão um grande serviço à causa dos bichos fracos e oprimidos. Ou seja, não tarda e o tema ‘aborto das galinhas’ se tornará pauta nas revistas eletrônicas dos programas televisivos de domingo. Afinal, matar um pinto dentro de um ovo prestes a eclodir para testar a capacidade de resistência estomacal dos participantes de um programa de TV se configura ou não num atentado aos direitos dos animais? Configura ou não a provocação do aborto de pobres galinhas inimputáveis? O mundo anda tão doido que, para cada vez mais pessoas, esse parece ser um tema muito mais crucial para os destinos da humanidade do que a discussão acerca do encontro ou não-encontro entre a toda poderosa ministra Dilma Roussef e a ex-capitã da Receita Federal, Lina Vieira.

BICO - No gênero reality, mais do que o dinheiro em si, interessa aos participantes a fama rápida e fácil, desvinculada de talento ou trabalho profissional. Diante de uma câmera de TV e em busca de fama, qualquer mocinha enfrenta cobras, ratos, água suja, sol a pinho e rotinas adversas em praias desérticas. É capaz de comer olhos crus de animais e pintos abortados à véspera do nascimento, com direito a detalhes sórdidos, como asas cobertas de penugem amarela, bico, cabeça, vísceras e aspecto visual assombroso. O homem gabiru era, é e será muito mais digno, pois tem como alavanca para a atitude insana de comer restos, ratos e calangos assados a fome, a necessidade e o instinto irrefreável de sobrevivência. Já os participantes dos realities devoram cardápios intragáveis em troca de um teste de sofá no mundo da fama instantânea e desprovida de background. Comer pinto abortado com penugem é apenas um degrau para chegar às revistas de nu.


*Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. Texto publicado em 23 de agosto de 2009.
maluzes@gmail.com

Curso gratuito com Francisco Karam

Sentinela - Maísa Amaral*

O jornalista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Dr. Francisco José Castilhos Karam, ministrará nos próximos dias 25, 26 e 27 de agosto, das 15 às 18h, na Faculdade de Comunicação da Ufba (Facom), em Salvador-BA, o Curso de Extensão: A Ética Jornalística na Sociedade da Informação. Nós do Sentinelas recomendamos a presença dos profissionais da área de Comunicação, em específico de jornalistas. O evento está sendo realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Facom e será gratuito. Interessados devem fazer a inscrição no primeiro dia do curso. Temáticas como Linguagem, Valor, Verdade, Discurso, Ética, Deontologia, Profissão e Jornalismo serão debatidas.

*Maísa Amaral é Jornalista DRT- 3178-BA e colaboradora do Sentinelas.



Amarelo de fome, Verde de medo

Sentinela - Luiz Humbert*

Embarquei
numa estrela
em ascensão

queimei
a mim mesmo
de ilusão

mas naveguei

pelo espaço enfim
astronauta de mim
naveguei

naveguei
vagando
naveguei

navegando
sem parar
eu ando

sem chegar a tempo.

Do livro: AMARELO DE FOME, VERDE DE MEDO – 500 E TANTOS ANOS DE COLÔNIA
*Luiz Eladio Humbert (Lalado) é poeta e letrista do: http://www.gramporock.blogspot.com/

sábado, 22 de agosto de 2009

Paulo Henrique Amorim e Protógenes Queiroz denunciam a vitória do cirme organizado


Sentinela - Antonio Nelson

Visitantes! Assistam ao vídeo - CORRUPÇÃO E ÉTICA NOS NEGÓCIOS:

http://www.youtube.com/results?search_query=CORUP%C3%87%C3%83O+E+%C3%89TICA+NOS+NEG%C3%93CIOS&search_type=&aq=f



Parlamentares baianos respondem aos inquéritos

Sentinela - Antonio Nelson
(fonte:
www.congressoemfoco.com.br)


Deputados:


Fernando de Fabinho (DEM-BA)

Inquérito 2656 - crimes eleitorais (transporte em dia de eleição)
Inquérito 2684 - crime de responsabilidade

Geraldo Simões (PT-BA)

Ação Penal 471- captação ilícita de votos ou corrupção eleitoral
Inquérito 2707 - emprego irregular de verbas públicas.
Inquéritos 2759 - crimes de responsabilidade. Corre em segredo de Justiça
Inquérito 2719 - responde por crimes de responsabilidade. Corre em segredo de Justiça.

Maurício Trindade (PR-BA)

Ação Penal 510 - tráfico de influência

Paulo Magalhães (DEM-BA)

Inquérito 2311 - lesões corporais

Roberto Britto (PP-BA)

Ação Penal 512 – Captação ilícita de votos ou corrupção eleitoral

Tonha Magalhães (PR-BA)

Inquérito 2677 - crimes da Lei de Licitações

Uldurico Pinto (PMN-BA)

Inquérito 2706 - formação de quadrilha e crimes praticados por funcionários públicos contra a administração em geral. O procedimento corre em segredo de Justiça

O QUE DIZEM OS PARLAMENTARES:
http://www.congressoemfoco.com.br/

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

As bandeiras de luta do GRAMPO


Sentinela - Luiz Humbert*


1. VOTO DISTRITAL – Para que os eleitores conheçam de perto e controlem o voto de seus representantes no congresso nacional, impedindo a feira de votos de parlamentares mensaleiros. O mandato de um parlamentar não pertence nem a ele, nem ao seu partido político. O mandato de um parlamentar pertence aos seus eleitores.

2. REFORMA AGRÁRIA – Ampla, geral e irrestrita. Com apoio incondicional do Estado, para o desenvolvimento da agricultura multi-familiar, especialmente em comunidades agrícolas, baseadas no trabalho comum e na propriedade coletiva da terra e dos meios de produção.

3. REFORMA TRIBUTÁRIA – Com a desoneração de assalariados de baixa, pequena e média renda e a tributação vigorosa das grandes fortunas, da distribuição de lucros e dividendos, das heranças e de todo tipo de especulação financeira nos mercados.

4. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA E NO MERCADO – Não para garantir o caviar de agiotas e especuladores fracassados, com centenas de bilhões de dólares dos contribuintes lesados, mas para suprir a incapacidade de absorção de mão de obra por parte da iniciativa privada, assegurando emprego e salário digno a todos que queiram ingressar no mercado formal de trabalho.


5. REFORMA PREVIDENCIÁRIA – Para assegurar pensão digna e desonerada para aposentados e pensionistas e acabar com fraudes e desvios de verbas do sistema previdenciário estatal.

6. REFORMA EDUCACIONAL – Para impedir a baixa qualidade de ensino, com comércio de diplomas nas faculdades privadas, assegurando ensino público gratuito e de excelência, em todos os níveis: alfabetização; fundamental; primeiro e segundo graus e no ensino superior, em graduação e pós-graduação - apoiando e estimulando pesquisas científicas, para o desenvolvimento humano, social econômico e tecnológico.

7. ASSISTÊNCIA MÉDICA DE QUALIDADE PARA TODOS.

* Luiz Humbert é poeta e letrista: http://www.gramporock.blogspot.com/

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Drª Bella Palomo ministrará curso em Salvador


Sentinela - Maísa Amaral*

Mais um curso gratuito será disponibilizado pelo núcleo pedagógico da Faculdade de Comunicação da Ufba (Facom). A profª Drª Bella Palomo, da Universidade de Málaga-Espanha vai ministrar o Curso Inovação no Jornalismo, entre os dias 1,2 e 3 de setembro, das 15h às 18h, na própria instituição. Temáticas como Web 2.0 – aplicações da web social na comunicação institucional, Efeitos da crise nas mídias – balanço e soluções, o blog como ferramenta de micropersuasão, e novas tendências no design de portais serão debatidos durante o curso. As inscrições serão feitas no primeiro dia das aulas!


A professora doutora possui especialização em matérias vinculadas ao jornalismo digital, desenho e estrutura do sistema dos meios.

*Maísa Amaral é jornalista DRT - 3178-BA

Prática de leitura e produção de textos

Bacharel em Letras Vernáculas com Francês pela Universidade Católica de Salvador (Ucsal), e curso de Mestrado pela Universidade Estadual da Bahia (Uneb),o professor José Gomes Filho ministrará o curso de aperfeiçoamento na Leitura e Produção de Textos. Num total de 45 horas,de 29/08 sábado a 05/12, das 16:30 às 19:30 h, com limite de 30 vagas, no Edf. Profissional Center, av. ACM, 201, salas 1018/19.

José Gomes oferecerá exercícios nas áreas da Análise do Discurso, Linguagem e Argumentação; Leitura e Interpretação.

Fones:(71) 9607-0786 / 3015-9008

Paulo Henrique Amorim combate corrupção


São Paulo, 12 de junho, 2008

Eu, Paulo Henrique Amorim, cidadão brasileiro, … entro com essa REPRESENTAÇÃO no Ministério Público Federal – São Paulo, por suspeita de MALVERSAÇÃO DE FUNDOS PÚBLICOS e de PREVARICAÇÃO contra o Ministro da Fazenda, contra os diretores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), contra o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e os diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Anatel para que se promova a CESSAÇÃO DA CONDUTA, a APLICAÇÃO DAS MULTAS cabíveis, e a abertura de AÇÃO CÍVEL PÚBLICA .

I) Notícia que resume os motivos a sustentar essa REPRESENTAÇÃO:

O que é a “BrOi” ?

Daniel Dantas e os empresários Carlos Jereissati e Sergio Andrade – donos da Telemar/Oi – acharam um jeito de tomar dinheiro dos trouxas – o maior deles é o BNDES, subordinado ao Ministro do Desenvolvimento – e comprar a Brasil Telecom.

Com isso, vão ficar com o monopólio (70%) da telefonia fixa do Brasil, fora São Paulo, que é explorado pela Telefónica.

Depois de manipular as ações na Bolsa com notícias falsas sobre a criação da empresa, e antes que a regulamentação – porque o Plano Geral de Outorgas não permite a criação da “BrOi” -, Dantas conseguiu:

1) Que os fundos de pensão que controlavam a Brasil Telecom – Previ (dos trabalhadores do banco do Brasil), Petros (dos trabalhadores da Petrobrás) e Funcef (dos trabalhadores da Caixa Econômica) – retirassem da Justiça as ações que moveram contra Dantas por “gestão temerária”;

2) Que o Citibank, sócio da Brasil Telecom, retirasse da Justiça de Nova York as ações que movia contra Dantas por “gestão temerária”.

3) Que a própria Brasil Telecom retirasse as ações que tinha com o Opportuniy;
4) Que o BNDES se comprometesse a dar a Jereissati e a Andrade a grana para que os dois comprassem – sem botar um tusta do próprio bolso – a Brasil Telecom; comprassem a parte dos outros sócios na “Telemar/Oi”; e pagassem um cala-a-boca a Dantas, para que ele saísse de fininho da Brasil da Telecom e da Oi – onde ainda tinha participação minoritária. Dantas receberá um cala-a-boca de R$ 1 bilhão, coisa pouca… Parte virá da Brasil Telecom, parte da Telemar/Oi. Ou melhor, virá TUDO do BNDES.

Convém lembrar, nessa notícia, que um filho do Presidente da República é sócio da Telemar/Oi numa empresa chamada “Gamecorp”. Ela produz conteúdo para celulares da Oi, jogos, e recentemente entrou no ramo de televisão, com a TV Bandeirantes.
Paulo Henrique Amorim se candidatou a comprar a Brasil Telecom, através de sua empresa PHA Comunicação S/C Ltda, CNPJ 01681373/0001/-38, nas seguintes condições: a PHA daria R$ 1 a mais do que dessem os empresários Carlos Jereissati e Sergio Andrade, DO PRÓPRIO BOLSO.

O BNDES ignorou a proposta.

Um presidente de fundo disse ao respeitado jornalista Rubens Glasberg que fez acordo com Dantas como, na favela, se faz acordo com o chefe do tráfico para poder viver em paz.
O BNDES é suspeito de praticar malversação de fundos públicos, uma vez que o BNDES é o único que vai entrar com dinheiro nessa história.

Quando o BNDES explica a operação, diz que não vai dar dinheiro para que os sócios da Telemar/Oi comprem a Brasil Telecom. Mas, sim, usar dinheiro que já existia no caixa do BNDES para promover a “recomposição acionária” dentro da Telemar/Oi.

Promover a “recomposição acionária” significa dar dinheiro.

O dinheiro do BNDES vem do Tesouro Nacional e do FAT, dinheiro dos trabalhadores brasileiros.

Como não há “geração espontânea” de dinheiro, é do Tesouro Nacional e do FAT que Carlos Jereissati, Sergio Andrade e Daniel Dantas receberão o dinheiro.

O BNDES justifica a criação da “BrOi” com o argumento de que é preciso criar uma super-tele de capital nacional, para enfrentar os estrangeiros e competir no mercado internacional.
Quem disse que a Brasil Telecom e a Telemar/Oi não podem enfrentar os estrangeiros ?
Qual é o problema “enfrentar os estrangeiros” ?

(Veja anexas as 52 perguntas que Rubens Glasberg fez sobre a “BrOi”.)
Por que as duas empresas não criam uma subsidiária com o fim precípuo de competir no mercado internacional. – e só lá ?

Com o dinheiro do BNDES – quer dizer, do Tesouro Nacional e do FAT – , a Telemar/Oi vai pagar um “cala-a-boca” a Daniel Dantas, embora a Telemar/Oi não seja parte de nenhuma pendência judicial com Dantas.

Por que o BNDES vai ajudar a “recompor” das finanças de Daniel Dantas, via Telemar/Oi ?
Qual a lógica disso ?
Como explicar isso ao Tribunal de Contas da União ?

Malversação de fundos públicos é do que se pode acusar, também, o Banco do Brasil, que é sócio da Telemar/Oi.

Prevaricação é o crime da Comissão de Valores Mobiliários, subordinada ao Ministro da Fazenda, e da Anatel.

A Anatel vai modificar a Plano Geral de Outorgas – PGO – apenas para criar a “BrOi”.
Muda-se a lei “sob encomenda”, para que dois empresários tenham o monopólio da telefonia fixa do país !!! Sem entrar com um tusta !!!

A Comissão de Valores Mobiliários calou-se diante dos seguintes fatos:

1) Da manipulação das ações da Brasil Telecom e da Telemar/Oi na Bolsa com as notícias que os empresários e Daniel Dantas plantavam na mídia.
Primeiro, os empresários e seus empregados negavam a operação da “BrOi”.
Depois, as empresas diziam que os acionistas é que tinham que falar.
Os acionistas negavam a operação.
E a CVM não dizia um “ai”.

2) A CVM se calou também diante da óbvia operação “Zé com Zé” que houve entre a Brasil Telecom, os fundos Previ, Petros e Funcef, o fundo AG Angra e Sergio Andrade.
A operação funcionou assim:

Os fundos de pensão – Previ, Petros e Funcef – mandaram Daniel Dantas embora da Brasil Telecom e colocaram no lugar um dos sócios do fundo Angra, o Sr. Ricardo K.

O Angra, na Brasil Telecom, defende os interesses dos fundos de pensão.

Acontece que o Angra tem um fundo – o “AG Angra” – em sociedade com a “AG” – Andrade Gutierrez.

O dinheiro do “AG Angra” vem dos fundos de pensão, que são os donos da Brasil Telecom.

A Andrade Gutierrez não botou um tusta no AG Angra.

Tenho informação – a confirmar – que a remuneração pela gestão (“management fee”) que os fundos pagam ao AG Angra é de R$ 1 milhão por mês.

R$ 1 milhão por mês ? Por que ? Se o AG Angra, aparentemente, ainda não aplicou em nenhum investimento em infra-estrutura.

Gerir o quê ?

Esquisito.

O Angra está na Brasil Telecom, e no AG Angra.

Os fundos estão na Brasil Telecom, no AG Angra, e vão ser sócios de Sergio Andrade na “BrOi”.

O Angra tem que defender os fundos na Brasil Telecom.

O Angra tem que defender a Andrade Gutierrez no AG Angra.

O Angra tem que vender a Brasil Telecom por um bom preço, para os fundos ficarem felizes.

E tem que vender a Brasil Telecom à Telemar/Oi por um preço baixo, para o Sergio Andrade ficar feliz.

E tem que vender por qualquer preço – e rápido - para os sócios do Sr. K no Angra ficarem felizes.

Porque, depois da “BrOi”, o sr. K voltará ao Angra.

Isso configura “conflito de interesse” ou um gigantesco “encontro bem remunerado de interesses”.

Como se diz na Bolsa, é um “Zé com Zé”.

E todos os “Zé” saem bem dessa: o Angra, o Sr. K, o Sr. Andrade, e os fundos.

Quem sai bem mesmo é Daniel Dantas, que recebe um cala-a-boca de quase US$ 1 bilhão para sair da Telemar e da BrT e não processar mais ninguém.

E quem perde com isso ?

O BNDES, que entra com o dinheiro – e mais ninguém.

Perdem os fundos, porque o dinheiro deles – dos trabalhadores do Banco do Brasil, da Petrobrás e da Caixa Econômica – é administrado por “administradores” que pensam, antes, no bolso deles (“administradores”).

Perdem os fundos, porque o dinheiro deles é administrado por gente que tem “conflitos de interesse”.

Qual conflito de interesse ?

.O conflito entre os interesses dos fundos e os interesses dos “administradores”, como o Sr K.

“Administradores”, como foi, no passado, Daniel Dantas.

. Quem perde também – e acima de tudo – é o consumidor, porque a “BrOi” ficará com 70% do mercado de telefonia fixa do país.

E o que a CVM fez diante desse “Zé com Zé”, em que o Tesouro Nacional, o FAT e o consumidor é que pagam o pato ?

Nada.

5) A CVM não interpelou a Telemar/Oi para saber por que vai pagar um “cala-a-boca” a Daniel Dantas por conta da suspensão de pendências judiciais, se a Telemar/Oi não é parte dessas ações ?

A Telemar/Oi é uma empresa de capital aberto e os acionistas minoritários deveriam saber por que pagar por um acordo que não lhes diz respeito ?

6) A CVM não deu seqüência às representações de “gestão temerária” que a Brasil Telecom fez contra Daniel Dantas, quando gestor da Brasil Telecom.

Por acaso a CVM também fez um acordo de “apagar a pedra” com os processos judiciais que corriam contra Dantas ?

II) Seguem anexos os seguintes documentos:

1) Comunicado conjunto das empresas Brasil Telecom e Telemar/Oi sobre como será a operação;

2) Noticia da Assembléia de acionistas da Brasil Telecom que faz cessar as ações contra Daniel Dantas na Justiça;

3) Comunicados das empresas Brasil Telecom e Telemar/Oi à CVM que tratam da “recomposição acionária” da Telemar/Oi e não explicam de onde vem o dinheiro da “recomposição acionária” e como vão pagar o cala-a-boca de Daniel Dantas;

4) Editorial “O Silêncio Ensurdecedor”, de autoria de Rubens Glasberg, na Teletime News;

5) As 52 perguntas que Glasberg formulou sobre a “BrOi” e que jamais mereceram resposta de qualquer dos envolvidos na operação.

6) Resumo das ações da Brasil Telecom contra Daniel Dantas na CVM;

7) Resumo das ações da Brasil Telecom contra Daniel Dantas na Corte de Nova York;

8) Resumo das ações do Citibank contra Daniel Dantas na Corte de Nova York.

Atenciosamente, o cidadão desta pobre República,

Paulo Henrique Amorim
Acesse: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=16500

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O fedor dos bacanas e a derrota da plateia

Sentinela - Luiz Eladio Humbert*

Despreparados, preguiçosos e incompetentes, os bacanas brasileiros transformaram o país numa imensa cloaca tropical, cada vez mais podre e fedorenta, uma espécie de rinha lamacenta de lutas deploráveis entre seres putrefatos, onde um rato ataca o semelhante, e nós, platéia desprezível, com a passividade mórbida de sonâmbulos da indiferença e da covardia, consentimos que o meliante que preside a suprema corte seja desmoralizado publicamente com acusações de improbidade pelos seus pares e nada, absolutamente nada aconteça; permitimos que a gangue de ratos parlamentares do congresso nacional repita diariamente o descalabro da suprema corte, com acusações recíprocas de gatunagem e nada aconteça. E agora assistimos feito panacas a senhora impunidade estimulando os ricos donos das maiores redes concessionárias do serviço público de televisão a se acusarem mutuamente dos piores crimes contra a segurança nacional, porque honra nós não temos mais. E nada vai acontecer, porque também não temos vergonha.

Marighela, Lamarca e seus bravos companheiros patriotas foram cruelmente assassinados pelos covardes mandantes e comandantes da ditadura militar, porque aqueles valentes queriam impedir que o Brasil se transformasse nesse esgoto que hoje ele é. Eles lutaram pela justa distribuição de renda, pela manutenção da estabilidade no emprego, por salário digno e pelas demais conquistas e direitos dos trabalhadores. Ofereceram suas vidas pela causa da seriedade no trato da coisa pública, pela soberania política e econômica do país e por isso eles foram assassinados.

Diante de tudo isso que está acontecendo, diante da bandidagem e da permissividade institucionalizada, nós do Grampo recomendamos a leitura atenta do artigo abaixo, “Duas formas de ver a vida”. (http://www.gramporock.blogspot.com/)


*Luiz Eladio Humbert (Lalado) poeta, escritor e letrista do GRAMPO:
http://www.gramporock.blogspot.com/

Amanhã sem você


Adeus
amamos tanto, tantas vezes
cada vez que nos amamos
e de tanto amar, paramos o tempo
o tempo alado que foi passando

Adeus
só restam lembranças que vão ficar
e ficará o adeus em nosso olhar

amanhã eu sei
você vai embora
o amanhecer será tristonho
será o fim de nosso sonho
que será sem fim até agora
(FIM ATÉ AGORA)...
(Flávio Albray, Petronius Bandeira, Beto Becerra, Lucas de Ouro e Lalado).

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Edir sucede Sarney na fita

TELEANÁLISE

Sentinela - Malu Fontes*
maluzes@gmail.com

Os protagonistas dos escândalos no Senado tiveram razões de sobra para começar a semana louvando o chefe mor da Igreja Universal do Reino de Deus, o ‘bispo’ Edir Macedo, caído em desgraça no circuito noticioso por acusações feitas pelo Ministério Público de São Paulo de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Como no Brasil os escândalos não têm desfechos, para empalidecerem precisam sempre de um outro. Calhou, portanto, de ser justamente o bilionário bispo Macedo a entrar em cena com um novo escândalo para dar algum sossego aos bigodes tinturados de José Sarney nas principais manchetes dos jornais e telejornais.

Não sem alvoroço e barulho, a Rede Globo, a Band, os jornais O Globo e a Folha de S. Paulo fizeram a cobertura das acusações contra Macedo. Os dados não são frágeis e a imprensa sistematicamente atacada por processos da IURD teve material de sobra para contar em detalhes o que supostamente há de podre sob os tapetes vermelhos dos templos universais. A Globo não perdeu a oportunidade de re-exibir o vídeo em que Macedo, informal e numa partidinha de futebol em Salvador ensina ironicamente a como tirar dinheiro falso dos desesperados com problemas terrenos. No vídeo exibido, o bispo tripudia até mesmo do cajado de Moisés que teria feito uma rocha brotar água pura. Quem conhece a briga contínua e histórica entre a Universal e Globo/Folha/Band sabe que exibir e narrar acusações contra Macedo, ainda por cima ancoradas em dados do Ministério Público, equivale a manifestações orgásticas dessas organizações.

DIABO - As acusações apresentadas pelo Ministério Público paulista à Justiça baseiam-se em dados da Receita Federal e do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda que combate a lavagem de dinheiro. Com base em tais informações, o MP calcula que somente a movimentação financeira suspeita feita pelo bispo e mais nove executivos do seu grupo soma R$ 4 bilhões de 2003 a 2008. Diz-se que o diabo mora é nas sutilezas. E foi nas sutilezas que, sofisticadamente e de modo indireto a Globo deu de modo desfavorável o espaço que o jornalismo sempre deve dar aos acusados, o tempo para a defesa.

A defesa de Macedo apareceu no Jornal Nacional na voz do advogado do bispo e da turma da IURD, Artur Lavigne. Um dos maiores criminalistas do Brasil e também conhecido por ser o pai de Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano e hoje um dos nomes mais poderosos do show business brasileiro, Lavigne surgiu no JN titubeante, reticente e quase gaguejante, com assertividade zero em suas declarações. No contexto, sua fala soou quase um eco da fala dos senadores do Conselho de Ética do Senado. Disse que, certamente, como já aconteceu outras vezes, as acusações contra seus clientes são recorrentes e irão dar no que sempre deram. Em nada, em arquivamento. E tudo foi repetido com esmero no Jornal da Globo e em outros espaços das Organizações Globo. A Band fez uma cobertura tão contundente quanto. Já Sílvio Santos e seu SBT bem que merecem uma prece dos fiéis da IURD pela superficialidade que caracterizou sua cobertura do episódio.

Para aquém ou além das denúncias contra Macedo, no Senado, a crise aparentemente arrefeceu, mas está longe de acabar. As chantagens pesadas nos bastidores entre PMDB e PSDB continuam e, graças a elas, dificilmente Sarney larga o osso. No último round, como sempre, o brasileiro viu pela TV o quanto ele é tomado por seus representantes como um asno imbecil. Sempre que um inescrupuloso do Senado é forçado a entrar em cena por, no jogo das chantagens, ser jogado às câmeras e manchetes, vem uma sentença de idiotice contra o eleitor. A semana começou com o prêmio peroba pulando das mãos de Arthur Virgílio (PSDB-AM), pego de calças curtas sucessivas vezes enquanto apontava o dedo justiceiro para Sarney e companhia, para as de Sérgio Guerra (PSDB-PE).

CÂNCER – Guerra foi acusado de viajar para os Estados Unidos acompanhado da filha numa temporada generosa e financiada com dinheiro do Senado. Como se fosse a coisa mais natural do mundo, com um jeito meio gatão de meia idade de olhar oblíquo, o senador não titubeou. Disse que não fez nada de errado. Foi aos EUA tratar de um câncer no estômago, um problema de saúde, portanto, e que é um direito seu não só buscar tratamento como levar acompanhante. Traduzindo para o real, o que fica é a clareza de que o brasileiro elege representantes que se sentem no direito de, diante de um problema de saúde, bater asas para fora do país às custas do poder público.

Enquanto isso, quem paga a fatura dos privilégios das autoridades fica sujeito a penar horas em filas hospitalares para comumente ficar sem atendimento. Uma cena reveladora do quanto o governo perdeu a vergonha da saúde que não oferece à população é uma peça publicitária institucional do Governo da Bahia em que um habitante do município de Paripiranga, sem dentes, aparece sorrindo e elogiando o governo pela chegada da luz elétrica. É o país dos banguelas dizendo, mesmo quando não quer dizer exatamente isso, que não ter dentes é tão natural que os desdentados são garotos propaganda orgulhosos do sucesso de uma gestão.


*Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA.

domingo, 16 de agosto de 2009

Curso de extensão gratuito

Sentinela– Maísa Amaral*


A equipe do Sentinelas recomenda a todos os interessados para participar do Curso de Extensão: A Ética Jornalística na Sociedade da Informação, que será ministrado pelo Prof. Dr. Francisco José Castilhos Karam, da Universidade Federal de Santa Catarina, nos dias 25, 26 e 27 de agosto, das 15 às 18h, na Faculdade de Comunicação da Ufba (Facom), em Salvador-BA. O evento está sendo realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Facom e será gratuito. Interessados devem fazer a inscrição no primeiro dia do curso. Temas como Linguagem, Valor, Verdade, Discurso, Ética, Deontologia, Profissão e Jornalismo serão debatidos. Os participantes que tiverem 100% de frequência receberão certificado.


O Prof. Dr. Francisco José Castilhos Karam possui graduação em Comunicação Social-Habilitação em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1974), Mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1993), Doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1999) e Pós-Doutorado pela Universidade Nacional de Quilmes/Argentina (2008). Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Teoria e Ética do Jornalismo, atuando principalmente nos seguintes temas: jornalismo, profissão, ética, reportagem e ensino.


*Maísa Amaral é Jornalista DRT- 3178-BA e colaboradora do Sentinelas.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Amarelo de fome, Verde de medo



Sentinela – Luiz Eladio Humbert*

luiz.humbert.lalado@gmail.com

Hoje morreu um homem
na Praça da República

aposentado

nome
idade
endereço ignorado
tudo anotado
no formulário
da polícia.

cobriram o corpo
com jornal

hoje morreu um homem
na Praça da República
como morreria a pátria soberana
se fosse viva
e fosse povo
ou se não fosse
fantasia.


Do livro: AMARELO DE FOME, VERDE DE MEDO – 500 E TANTOS ANOS DE COLÔNIA
Autor: Luiz Humbert (lalado) é poeta e letrista do GRAMPO:
www.gramporock.blogspot.com

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A crise do consumo

Sentinela - Antonio Freire*
professorfreire2008@gmail.com


Escrevi para os Sentinelas um texto sobre a crise de consumo, acho que surtiu efeito, pois estamos ouvindo menos falar da tal da crise, afinal, o que tem vendido de carros é brincadeira, e ainda fiquei sabendo que nunca após as inaugurações de lojas das Casas Bahia se vendeu tanto quanto em Salvador.Mas porque será que empresas que apresentam um atendimento tão ruim (não é o caso da loja citada), continuam no mercado, fazendo propagandas de baixa qualidade, achando que ainda vivemos no tempo das feiras livres, nas quais os donos das "bancas" tinham que ganhar os clientes no grito? Será que nós, consumidores merecemos tanta "porcaria" em nossos intervalos comerciais?Desta vez eu quero chamar a atenção dos consumidores (não me incluo nesta lista, pois se eu for mal atendido eu não compro), desta classe de "gastadores" que mesmo sendo mal atendidos, mesmo assistindo comerciais ridículos, de baixa qualidade, de baixo nível e de péssimo gosto, ainda continuam comprando.

Quando vamos aprender a exigir que nosso dinheiro seja valorizado, quando vamos aprender a reclamar com os pés, e simplesmente sair das lojas sem comprar. Temos uma empresa de treinamento de vendas, e faço mais trabalhos para fora de Salvador do que aqui, isso por uma simples razão: Os consumidores são pacíficos, apáticos, acomodados, alegam rodar o dia todo para economizar umas moedinhas e se esquecem de valorizar o tempo, de valorizar a sua condição de pessoa humana e não se incomoda de ser mal atendido.


Consumidor tem que se respeitar e tem que se dar o respeito, pois é quem compra e quem paga, é quem paga o salário do empresário, do gerente e do vendedor. Quando vamos aprender a exigir um bom atendimento? A crise do consumo, aí não posso pensar de outra forma, existe porque estamos comprando mais que deveríamos, os empresários estão mal acostumados a nos atenderem mal e deixarmos barato.Consumidor tem que reclamar mais com os pés e menos com a boca, e estas são as duas formas que temos de reclamar, vamos reclamar menos com a boca, que termina por estressar quem está próximo e não adianta nada. Vejo muito um cliente reclamar, xingar, espernear, e compra, caramba, não entendo isso. Vamos reclamar com os pés, sair da loja sem comprar, até que aprendam a respeitar nosso direito de ser bem atendido. Certa feita fiz as compras da quinzena em um supermercado destes, e na hora de pagar o caixa me fez duas grosserias, uma porque pedi um empacotador e ela simplesmente torceu a boca, a outra quando disse que só passaria o cartão quando as compras estivessem embaladas, ela disse que tinha mais clientes para atender, ou seja, eu já paguei, eu me "lenhe", resultado, deixei todas as compras lá no caixa e fui embora.


Perdi tempo, mas lavei minha alma. Não vamos parar de ver comerciais, deveríamos também, para ver se as agências de propaganda aprendem a fazer comerciais de melhor qualidade, mas esse é outro assunto.a crise existe, mas deveria ser de verdade, deveria ser nossa mesmo, a crise da consciência, a nossa consciência do grau de importância que temos no sustento estas empresas que não nos respeitam.Vamos parar de comprar onde somos mal atendidos.

*Antonio Freire da Silva Neto – Bacharel em Marketing, epecialista em gestão empresarial, educação superior e consultor de marketing.

Amarelo de fome, Verde de medo

(Mateus – 3, 10.)

Sentinela – Luiz Eladio Humbert*
luiz.humbert.lalado@gmail.com

Soldados
são homens
desarmados

homens fardados
matando pelo poder
para os senhores dos fardados

não são soldados

são ávores letais
transplantadas da terra
para torrões de lama

são lixo que flutua
rio abaixo

diante da lama e do lixo
o povo desunido
se cala
de fome e de medo

e engole lama e lixo

mas o silêncio
da fome e do medo
não haverá de estancar o tempo
que muda o homem
da água ao sal

como o suor ao vento

e o sal
é o sinal dos tempos

já o machado está posto
à raiz das ávores.

Do livro: AMARELO DE FOME, VERDE DE MEDO
Autor:
Luiz Eladio Humbert
(Lalado) é poeta, escritor e letrista do GRAMPO: http://www.gramporock.blogspot.com/

sábado, 8 de agosto de 2009

D.RUTH MAL PRESTAVA CONTAS À PETROBRÁS. BOM TEMA PARA ESSA TAL CPI

Uma comunidade com certa dificuldade com a matemática


Do site: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/

. Mauricio Dias, na excelente coluna “Rosa dos Ventos” da Carta Capital que está nas bancas, traz a reportagem “O Reino da Dinamarca – talvez a CPI da Petrobrás tenha de revolver o passado do rei Fernando Henrique”.

. Trata-se de pormenorizada descrição dos favores que a Petrobrás do rei Fernando Henrique prestava.

. Como se sabe, Mino Carta uma vez propôs um concurso – “quem é o maior Tartufo brasileiro?” -, e Fernando Henrique ganhou fácil (*).

. Fernando Henrique e a Petrobrás eram particularmente generosos com D. Ruth Cardoso e sua obra, o Comunidade Solidária.

. D. Ruth demonstrou uma sistemática incapacidade de prestar contas convincentes dos milhões de reais que recebeu da Petrobrás.
. Luciana Cardoso, filha do rei, também recebeu “trabalho remunerado” pela Petrobrás.

. Rodolpho Cardoso de Oliveira recebeu inúmeros repasses da Petrobrás e num dos papéis das transações contábeis há observação feita à mão: “Primo de FHC”.
. Arthur “caso de psiquiatra” Virgilio foi tosquiar e saiu tosquiado.

. Das denúncias que bateram no Conselho de Ética do Senado, a única que sobrevive é a contra ele.

. Essa CPI da Petrobrás, que pretende desequilibrar o presidente Lula e tomar o pré-sal para os que contratam FHC a US$ 50 mil por palestra (fora o jatinho **) pode bater na D. Ruth.
. Vai ser um Deus nos acuda.
. Como se sabe, os demo-tucanos são muito chics e a Evita deles é a D. Ruth …
Paulo Henrique Amorim

(*) Outro insigne Tartufo é o Caio T. (“T” de Tartufo) Costa, professor de ética no jornalismo e censor de blogs, como tentou fazer com o Conversa Afiada, quando se hospedava no iG, que ele presidia.

(**) Não se trata do jatinho do Tasso Jereissati. O jatinho do FHC é o que ele exige para ele, a secretaria e um segurança, quando se descola de São Paulo para pronunciar conferências que se perdem com a brisa do mar … Os demo-tucanos adoram um jatinho. Especialmente os do Daniel Dantas …

DEBATES - JORNALISMO



Sentinela – Maísa Amaral*


A Equipe do Sentinelas estará presente nos próximos dias 11, 12 e 13 de agosto, na série de debates sobre a regulamentação profissional do jornalista, que vai ocorrer na Faculdade Social da Bahia – FSBA, em Salvador-BA, sempre às 19h. Temas como formação acadêmica, mercado de trabalho e questões trabalhistas estarão em pauta.


O evento contará com os seguintes colaboradores: professores Mônica Celestino, do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo; Giorgio Borghi, vice-diretor de graduação da Faculdade Social, Sérgio Mattos, da Faculdade de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Marjorie Moura, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais na Bahia (Sinjorba), e Ruy Ribeiro Gonçalves Júnior, presidente da Comissão de Advogados Iniciantes da OAB-BA, entre outros.


A entrada é franca. A Faculdade fica na Avenida Oceânica, 2717, Ondina. Maiores informações: (71) 4009-2840.


*Maísa Amaral é jornalista DRT- 3178-BA e colaboradora do Sentinelas.

EM HOMENAGEM AOS POLÍTICOS E MAGISTRADOS DO BRASIL



Sentinela – Luiz Eladio Humbert*



Lá, pelos lados dos grotões esquecidos de nossa lendária terra baiana; lá, pelas bandas desses relutantes e cobiçados currais eleitorais, hoje assediados por Ali Geddel Henrique Cardoso Babá, alma gêmea e legítimo sucessor dessa figura da qual passamos a tratar a seguir, existia essa tal figura a ser tratada, um vistoso cabra da peste, que, de tão ladino, perigoso e vingativo, entrou para a história do lugar com o nome pelo qual era chamado e conhecido: Toninho Malvadeza.

Deixando de lado as inúmeras razões apontadas pelas fofoqueiras e rezadeiras da caatinga, Toninho Malvadeza tinha lá os seus motivos psíquicos para bajular os grandes e perseguir os pequenos, cultivando a sua imagem de destemido neo cangaceiro, implacável conquistador e sedutor do nordestino sertão.

Depois que caiu nas graças da ditadura militar, que recrutava jagunços, em todo território nacional, para implantar seu plano de achatar salários, entregar nossas riquezas, exterminar os patriotas insatisfeitos e concentrar, nas mãos do capitalismo estrangeiro e de escassos ricos brasileiros, o PIB, a renda nacional e o lucro gerado no país, Toninho Malvadeza passou a comer toda mulher gostosa que cruzasse o seu caminho, emprenhando algumas delas, exagerando na ampla publicação em rede nacional dessas façanhas eróticas, enquanto, de bandalheira em bandalheira, fazia crescer astronomicamente o seu patrimônio, impunemente protegido pelos novos mísseis e velhos canhões das forças armadas.

Dona Zete, a virtuosa esposa e extremosa mãe dos filhos legítimos de Toninho Malvadeza, dona de um incomensurável amor incondicional pelo seu marido, assistia a tudo isso sem esboçar a menor reação de indignação ou revolta, a não ser a imagem que expressava o seu semblante, sempre amargurado e sofrido.

Essa historinha, acima narrada, é para dizer que o GRAMPO, comentarista musical da atualidade brasileira, está finalizando a gravação de sua música batizada de PLUTOCRACIA, que quer dizer governo dos ricos e trata de deliquentes, que se tornaram gordos políticos mamando nas tetas do governo e que estão sempre no governo, como abutres na carniça.

A música também fala do amor incondicional de Dona Zete, que é a grande metáfora do povo brasileiro. Portanto, a música PLUTOCRACIA explica porque o povo brasileiro assiste, mansa e pacificamente, sem reação alguma, os atuais Toninhos Malvadezas, espalhados pelos parlamentos e judiciários do país, esses bandidos acusando e chingando seus colegas igualmente bandidos.

O mundo civilizado se pergunta por que o povo brasileiro não reage a tamanha degradação moral e ao total achincalhamento do seu papel de cachorro vadio, na sociedade amarela de fome e verde de medo.

A nossa música PLUTOCRACIA é a resposta a essa pergunta. Aguardem que ela brevemente será postada na internet, porque a mídia patronal golpista não divulga essas coisas. Ela quer que a globalização do capitalismo continue linda como está.


*Luiz Eladio Humbert (Lalado) é poeta e letrista do GRAMPO:
www.gramporock.blogspot.com

Os artigos assinados não representam necessáriamente a opinião do Sentinelas da Liberdade. São da inteira responsabilidade dos signatários. Sentinelas da Liberdade é uma tribuna livre, acessível a todos os interessados.