terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Entrevista com Fabrício Ramos e Camele Lyra Queiroz, realizadores do documentário “hera”


Por Antonio Nelson


Aprender a conhecer:


Primeiro tipo básico da educação registrado no livro Os quatro pilares da Educação, organizado por Jacques Delors.  A obra explana conceitos de fundamentais da educação com base no Relatório para a UNESCO, da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. Talvez os pais de Fabrício Ramos (graduacão em Comunicação Audiovisual pela UESC, Universidade Estadual de Santa Cruz, Bahia) e Camele Queiroz (graduada em Comunicação com habilitação em Comunicação e Cultura na FACOM/UFBA) não conheçam o tomo, porém os estímulos para Aprender a conhecer a literatura tiveram bons frutos. Os jovens baianos Fabrício e Camele lançam sua produção poética/audiovisual “hera”, será exibido 09 de março, às 20h, no Goethe Institut (ICBA), onde poetas partcipantes marcam presença. O evento é gratuito.
Confira a entrevista!


Antonio Nelson – Como foi sua infância literária, e a descoberta com a produção audiovisual?

Fabrício Ramos - Meus pais sempre estimularam a leitura em casa, desde pequeno, eu passeava muito pela estante de livros de meu pai. Durante a faculdade de comunicação, sob o estímulo de alguns amigos, acabei realizando um documentário sobre diversidade religiosa em Ilhéus, registrando a repercussão das mortes, em dias consecutivos, de um pai de santo e do bispo emérito de Ilhéus, ambos muito populares e queridos na cidade. O processo de fazer o doc, que pra mim era novo e totalmente experimental, me fez querer entender as coisas expressando-as através dos sujeitos dos quais eu me aproximava com a câmera e com a minha visão de mundo. O doc “hera” também reflete essa vontade de descoberta, aproximação e entendimento do outro, para fazer gerar em mim uma visão autoral.

Camele Lyra Queiroz -
Minha infância literária foi bem divertida. Teve muita leitura dos Irmãos Grimm, Monteiro Lobato, a poesia era muito presente, era uma coisa bem comum no dia a dia. A descoberta do audiovisual aconteceu na faculdade de comunicação. Foi como perceber uma brecha no academicismo que me possibilitou utilizar alguns conhecimentos que acessei durante a faculdade, porém não para reafirmar a tese de um ou de outro teórico, mas apenas para tratar de coisas que tenho interesse e que julgo terem alguma importância ou valor cultural. Outro dado importante foi o contato com a história do cinema de Retomada, que me fez enxergar que temos um estilo próprio de contar nossas histórias, de representar as nossas realidades. Isso nos deixa mais a vontade para criarmos com aquilo que temos, sem precisar seguir modelos ou padrões ditados pelo que é mais difundido.

A.N – E o contato com a poesia! Tem algum poeta na família?

F.R Não tenho familiares próximos que são poetas, mas sempre quis escrever poesia: nunca consegui! Escrevia versos íntimos na adolescência para jogá-los fora e durante a faculdade formávamos um grupo que se reunia eventualmente para ler e compor poemas. Decidi que lido muito melhor com a poesia lendo-a e apreciando-a do que criando, mas estou sempre próximo dela.

C.L.Q - Meu contato com a poesia e com a arte foi desde sempre. Meu pai é poeta e sempre conviveu muito com artistas plásticos e outros poetas. Isso criou um ambiente muito interessante pra mim porque a arte estava sempre muito presente e eu me divertia muito com isso tudo.

A.N – Por que produzir um documentário sobre poetas baianos? O que significa pra vocês este registro?

F.R Desde que eu e Camele criamos o Bahiadoc – arte documento, há menos de um ano, é certo, decidimos ficar mais atentos e buscar dar alguma ressonância aos contextos culturais baianos, muitas vezes substanciais mas pouco mencionados e mesmo pouco conhecidos, sobretudo das novas gerações. Trata-se de um tema de relevância histórica a julgar pela reverberação que os poetas alcançaram na Bahia e mesmo no Brasil, e o doc alia uma oportunidade inestimável de resgatar um importante capítulo da cultura literária baiana com o nosso escopo de exercitar o que chamamos de arte documento, conceito que orienta o Bahiadoc, isto é, captar o aspecto documental da arte, através da própria arte, valorizando os cenários baianos e a produção audiovisual independente.




C.L.Q - A ideia surgiu a partir do convite de um dos poetas para que o Bahiadoc – arte documento (sítio do qual sou idealizadora e editora junto com Fabrício Ramos) registrasse o lançamento da edição fac-similar da Revista Hera, evento que aconteceu em dezembro de 2011. Depois de algumas conversas com o poeta, eu e Fabricio, já seduzidos pelos elementos que compunham a formação daquele grupo de poetas, chegamos à conclusão de que um evento de lançamento não daria conta de representar todo aquele universo criativo que possibilitou a convivência de pessoas tão diferentes e tão comprometidas com o fazer poético. O registro se deu não na tentativa de uma inovação da linguagem audiovisual, mas antes no reconhecimento da substância daqueles que são os personagens do documentário, que são os poetas e a suas vivências através da poesia.

A.N – Quais foram os maiores desafios na produção do documentário?


F.R Um dos grandes desafios do documentário, conceitualmente, era o enfrentamento, no bom sentido, com os poetas. Lemos muito de suas produções na edição especial fac-similar da revista Hera, volume que reúne todos os números da revista publicados ao longo de 33 anos. Percebemos,  do nosso lugar de leitores, uma rica substância poética na obra, e que também foi apontada por críticos importantes. Assim, o desafio maior foi, nessa aproximação com os poetas, conseguir extrair dos nossos encontros toda a dimensão poética que as suas criações e vivências revelam. Em termos práticos, o desafio foi viabilizar o doc sem patrocínios. Sempre salientamos a importância e a imprescindibilidade das políticas públicas de estímulo à produção audiovisual de relevância cultural, ao mesmo tempo que sempre ousaremos experimentar modelos alternativos de viabilização das produções. Se fizemos o doc “hera” sem patrocínio, sabíamos das limitações estruturais que poderiam refletir no resultado final (por ex, com maior estrutura, poderíamos ter mais tempo com os poetas, maior tranquilidade para pesquisa e filmagens etc). Mas também sabíamos que, considerando o propósito maior de cada produção audiovisual, seria possível realizar um registro simbólico coerente, embora não realizado em toda sua plenitude, em todo o seu potencial em vários aspectos. Decidimos fazer a exibição especial para os poetas e aberta ao público interessado porque julgamos, de nossa ótica de realizadores, que os próprios poetas (suas falas e presenças), como sujeitos do doc, constituem a qualidade de seu conteúdo. A nós, autores, couberam apenas a grata missão de construir uma mensagem, da forma que nos foi possível, a partir dos encontros com os poetas e que fosse o mais possível fiel à dimensão da experiência.

C.L.Q - A produção independente é sempre um grande desafio, principalmente quando se trata da produção audiovisual, por envolver alguns elementos técnicos estruturais que são condição sine qua non para uma realização satisfatória. No nosso caso, de agentes culturais independentes, que nos lançamos nessa ideia de realizar o doc sem aporte de patrocínio e sem nenhum tipo de financiamento, a vontade de realizar é que foi o motor. Lançamos mão do NAP (Núcleo de Apoio à Produção) da DIMAS, para conseguir os equipamentos. Fora isso, tínhamos que ir à Feira de Santana entrevistar os poetas, não tínhamos um carro disponível e foi preciso alugar um carro para suprir essa demanda, já que os equipamentos não podiam ser transportados de ônibus. É uma condição do termo de uso dos equipamentos, que são caros. Fora isso ainda tivemos alguns percalços na hora da edição – tivemos que empreender grandes esforços para conseguir editar o vídeo de forma adequada tanto à qualidade das imagens (FullHD) quanto a busca do resultado que queríamos enquanto realizadores. No final das contas o que se tem é um documentário de 1h25min com boa qualidade de imagem, e relevante conteúdo proporcionado pelos próprios poetas, não obstante as dificuldades estruturais para a sua realização.



Foto: Wagner Pyter

A.N – Quais são as expectativas para o dia do lançamento?

F.R - As expectativas são boas, já que estarão presentes os próprios poetas participantes do doc, o que é justo. Podermos ouvir deles as suas impressões boas e más, e sentir suas reações e as do público que queira comparecer, que se interesse por poesia e pela história literária baiana. Para nós é a culminação do processo: oferecer ao olhar do público o nosso trabalho. Como o doc “hera” é uma realização independente, entretanto, ainda não sabemos como vamos distribuí-lo. Mas certamente  faremos esforços para disponibilizar formas de acesso aos interessados.

C.L.QSerá uma experiência nova. Nunca tivemos um trabalho nosso exibido para aqueles que participaram enquanto personagens, nesse caso os poetas, e ainda aberto ao público, que poderá ter um olhar mais “desinteressado” e portanto mais isento. Esperamos ter dado uma colaboração singela no que diz respeito à memória da poesia baiana.

Agradecemos a todos que colaboraram de alguma forma para a realização do doc, e também aos poetas que participaram, confiando em nosso potencial e trabalho.

FICHA TÉCNICA:

hera (documentário)
Direção: Fabricio Ramos e Camele Lyra Queiroz
Produção: Fabricio Ramos e Camele Lyra Queiroz
Câmera: Ivanildo Santos Silva e Danilo Umbelino
Assistente de câmera: Danilo Umbelino
Edição, montagem e finalização: Fabricio Ramos e Camele Lyra Queiroz
Realização: Bahiadoc – arte documento
documentário - cor – 1h23min – 2012 – HD



*Antonio Nelson - www.sentinelasdaliberdade.blogspot.com

Ciclotron Arte Ciência por Ciclotron Irajá






Eu sou o lado esquerdo/direito do cérebro.
O que não possui lados.
Eu sou o caminho que leva a verdade.
O encontro do Homem com a Natureza.
Eu sou a destruição da ilusão naturante do ego.
A percepção holográfica artificial da Natureza.
O anjo da morte que trás a vida eterna.
Eu sou a imortalidade da alma.
Eu sou o Nirvana.
Eu sou tudo o que Deus quer que eu seja.



Caleidoscópio Social: 

 www.ciclotrons.blogspot.com

O casal pernambucano Bakker no Carnaval Multicultural do Recife

 



Canaval Multicultural do Recife 2012


A Dama de Copas, Isabella Bakker, e o Índio Apache, Pedro Bakker, ao som do maracatu, maculelê, frevo, ciranda... Lenine, Nação Zumbi etc. Isabella é Nutricionista e Pedro é Engenheiro Elétrico e Funcionário Público Federal. Um matrimônio de pernambucanos apaixonados pela policultura do Leão do Norte. Abaixo Sherlock Holmes com a Dama:



 


Fotos: Silvia Bakker.


sábado, 25 de fevereiro de 2012

Bahia: Praia do Forte por Marcos Melo




Marcos de Oliveira Melo:


É Jornalista, Fotógrafo, Servidor Público Federal, Químico da Universidade Federal da Bahia (UFBA), do Instituto de Geociências – IGEO e do Núcleo de Estudos Ambientais – NEA.

Domingo no Parque: A Bahia ao som das marchinhas do Bailinho de Quinta





Por Antonio Nelson




A Bahia ao som das marchinhas do Bailinho de Quinta As marchinhas carnavalescas das décadas de 1920-60 e os ritmos contemporâneos das tradições do carnaval de rua estão no repertório do grupo baiano Bailinho de Quinta, que realiza apresentação no Projeto Música no Parque, neste domingo 26, às 11h, no Parque da Cidade, no bairro do Itaigara.

A cantora Juliana Leite, da Orquestra de Todos Os Santos, do Maestro Zeca Freitas, celebrará composições de êxito dos carnavais do Brasil.

Bailinho de Quinta é composto por Juliana Leite ao lado do baterista Thiago Trad, da banda Cascadura, Léo Couto e Javan Pacifico, da Orquestra Afro-sinfônica, o baixista multi-bandas Rodrigo Fróes, e o guitarrista Graco, da banda Scambo.

Com exclusividade para o Sentinelas da Liberdade, por telefone, o Maestro Zeca, pai de Juliana Leite, faz o convite e ressalta:

“Compareçam com serpentinas, fantasias e máscaras para dançar e celebrar a vida”.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O direito à informação e o corporativismo no Senado



O juiz substituto Ruiteberg Nunes Pereira, do Juizado Cível de Brasília, acaba de dar uma lição de respeito ao direito à informação por parte do cidadão comum. Ao negar um pedido de indenização feito por uma funcionária pública do Senado Federal que teve seu salário divulgado pelo site Congresso em Foco, o juiz criou um precedente que pode anular 43 outros pedidos semelhantes feitos por servidores do Congresso Nacional.
O que impressiona no episódio não é tanto a decisão do magistrado, mas a ousadia dos funcionários do Senado que se acham no direito de impedir a divulgação de salários pagos com os nossos impostos. O pedido de indenização por danos morais no valor de 21,8 mil reais é irrelevante em termos individuais porque significa pouco no orçamento de servidores cujos salários oscilam em torno dos 15 mil reais mensais, em média.
Caso a decisão do juiz Ruiteberg Pereira seja revertida por instâncias superiores ou por outros juízes, isto significará a inevitável morte do site Congresso em Foco, uma das raras fontes de informação sobre o mundo e o submundo do Congresso Nacional.
Caso todos os pedidos se indenização sejam aprovados, isto somaria mais de 1  milhão de reais — e aí o site criado em 2004 pelos jornalistas Sylvio Costa e Eduardo Sardinha não teria condições de sobreviver ao garrote financeiro imposto por um grupo de servidores, que coloca seus interesses pessoais acima da transparência no exercício de funções remuneradas com dinheiro público.
corporativismo dos funcionários que tiveram seus salários expostos à opinião pública ficou evidente no fato de a ação ter sido patrocinada pelo Sindilegis, o sindicato dos funcionários do Poder Legislativo federal.  O processo judicial aberto pelo grupo de servidores do Senado foi uma resposta à informação publicada pelo Congresso em Foco de que o Tribunal de Contas da União (TCU) havia detectado que 464 deles haviam recebido pagamentos mensais de até 42 mil reais, em 2009, numa violação da lei que estabelece que nenhum servidor funcionário publico pode ganhar mais do que os R$ 24.500,00 pagos a um ministro do STF.
A ação do Sindilegis em nome de 44 funcionários não contesta as afirmações do TCU e se limita a alegar que a divulgação do fato causou constrangimentos morais aos servidores. E aqui está o fato grave, porque invoca o duvidoso argumento do constrangimento moral para tentar impedir a divulgação de um fato delituoso em que as verdadeiras vítimas somos nós, os contribuintes.
O episódio revela até que ponto alguns funcionários do Senado Federal passaram a encarar suas funções como um privilégio acima de qualquer suspeita, tanto que consideram a prestação pública de contas uma modalidade de constrangimento moral.  Trata-se de uma grave distorção do exercício da função pública, porque ignora que o cidadão comum, entre eles os leitores do Congresso em Foco, têm o direito de exibir transparência  nos gastos públicos.
O juiz Ruiteberg Nunes Pereira cumpriu a sua missão ao negar um pedido de indenização e indicar que todos os 44 processos deveriam ser aglutinados num só e rejeitados em bloco. Esta é uma decisão que ainda não foi tomada e portanto o caso continua em aberto. Cabe agora a nós fazer a nossa parte, como beneficiários do direito à transparência nos gastos públicos, e impedir que a questão acabe em pizza. Não se trata apenas de rejeitar o pedido de indenização,  mas principalmente de impedir que os pagamentos exorbitantes continuem a ser feitos sob o manto protetor do silêncio dos senhores deputados federais e senadores.

Pernambuco: Alto José do Pinho recebe cantora Vanessa Oliveira

(Spok Frevo Orquestra anima a Quinta no Galo onde todos brincam) Por Vanessa Oliveira



Sentinela - Antonio Nelson


É na comunidade Alto José do Pinho, no Recife, em 19 e 20 de fevereiro de 2012, às 22h, que os ritmos da música nordestina em fusão com o rock, pop e a MPB vão ressoar nos ouvidos dos cidadãos do mundo! A intérprete e cantora pernambucana Vanessa Oliveira, 31 anos, que lança seu primeiro CD solo: “O outro lado da história", canta grandes compositores como Capiba,Lenine,Zeh Rocha,Chico Science, Mamelungos de Recife, Lula Queiroga, Mombojó,Eddie,Alceu Valença – que está entre o principal homenageado do Carnaval Multicultural do Recife de 2012-; Pedro Luís, Junio Barreto, Luccas Maia, André Rio, Isabella Moraes, Yuri Queiroga e Leo Paiva estão no repertório universal de Vanessa.

Vanessa também é ciberativista. Através do myspace a intérprete permite o download do CD
O outro lado da história, e é mais uma artistas de Pernambuco (PE) que rompe com as barreiras da indústria fonográfica.

Com exclusividade, no ciberespaço Salvador/Recife - Recife/Salvador, Vanessa me declarou emocionada que entre as principais apresentações mais importantes da sua carreira, o espetáculo realizado no Nascedouro de Pexinhos, comunidade da cidade de Olinda/PE, com o percussionista mudialmente conhecido Nana Vasconcelos. Confira Vanessa Oliveira e Nana Vasconcelos no Nascedou de Peixinhos:



Mas quando se trata de cantar com Orquestra, Vanessa é convocada pelo maestro Spok, e é cantora da Spok Frevo Orquestra, em dois projetos. O primeiro com o título de Gafieira de Bamba, onde só tocam samba e samba de gafieira. Já na “última” parceria com maestro Spok, a Orquestra Forrobodó é que embala a multidão. De acordo com Vanessa, esta Orquestra toca os clássicos do Forró nordestino.


Vanessa já cantou no Perc Pan, em Paris, capital francesa, com Erasto Vascocelos; e desde 13 anos de idade canta ícones recifenses. Como amante da cultural local, já participou de muitos Galos da Madrugada. É amante da poesia. Samba, pop, rock, frevo, xote e baião estão no repertório de Vanessa. Ela fará shows na Veneza Brasileira - Recife -, no Carnaval Multicultural.

O carnaval descentralizado, ou seja, realizado nas comunidades, começou na gestão do ex-prefeito João Paulo (PT), que admistrou a cidade por oito anos, e determinou aos artistas locais, nacionais e extrageiros compartilharem suas produções com a população, sem distinções de classes. O atual prefeito da capital pernambucana, João da Costa (PT), continua com a iniciativa. E para ficar próxima do público,
Vanessa Oliveira toca:

12/02 - Vanessa Oliveira - Participação no Pernambatuque com Adryana BB - Praça do Arsenal da Marinha - 20h

14/02 - Vanessa Oliveira - Participação com Nena Queiroga na Abertura da casa do Carnaval Skol/Lead (Eventos Fechado) Recife Antigo

14/02 - Spok Frevo Orquestra - Baile Municipal da melhor Idade - Chevrolet Hall - 16h

15/02 - Vanessa Oliveira - Bloco "A Cobra de Hipocrates" - Burburinho - Arsenal - 20h

19/02 - Vanessa Oliveira - Alto José do Pinho - 22h

20/02 - Spok Frevo Orquestra - Alto José do Pinho e Casa Amarela

21/02 - Spok Frevo Orquestra - Marco Zero - 21h

Impunidade, igualdade e fraternidade.






Passados alguns elásticos dias pré-carnavalescos
do fim da insurreição da polícia militar da Bahia, dias propícios à orgia e ao esquecimento, sem que a notícia de punição alguma tenha sido anunciada e aplicada aos marginais fardados, que subverteram a ordem pública, seqüestraram ônibus, coagiram cidadãos com arma em punho e interditaram avenidas, atirando para o céu, num atentado contra o senhor direito de ir e vir das pessoas, e mais alguns outros crimes de morte, saque e assalto divulgados pela imprensa, podemos ao menos tirar uma importante comprovação desse triste e grave episódio, que é a nua e crua constatação de que ninguém é melhor ou pior do que ninguém. Somos todos iguais.

Desde criança tenho uma acentuada e indisfarçável predileção pelos desvalidos.  Para a preocupação de meus pais, ofereci, entre outros motivos, o fato de ter entre os mendigos e os favelados os meus melhores e mais queridos amigos, com quem eu partilhava, sem dolo e sem culpa, o excesso dos bens materiais e da pequena renda que me cabiam.

Mais velho, já cursando a faculdade, essa predileção se acentuou, quando a legião de miseráveis e desvalidos recebeu um reforço numérico incalculável, patrocinado pelos donos da ditadura militar, ao ponto de um famoso astro internacional da música ficar tão impressionado com a minha intimidade com os mendigos e moradores de rua - nós nos abraçávamos e nos chamávamos pelo nome - que o seu disco, nascido dos 20 dias de nossa frutífera convivência, chama-se O banquete dos mendigos, cuja música mais conhecida desse disco é Sympathy for the devil.

Com a prática budista não religiosa que me leva pelo caminho no universo material, aprendi a fechar os olhos quando abraço alguém que eu amo. Com isso, posso sentir melhor o abraço e tão profundamente, ao ponto de me ver transformar no abraço que eu dou.

Um dia desses, abraçava Cristina, uma querida, linda e elegante senhora moradora de rua, que nesse dia estava um pouco mais suja e com o seu perfume da sarjeta mais acentuado, quando tive um em impulso de abrir os olhos e ver o quanto é ridícula a expressão do horror e nojo das pessoas normais em nossa volta, uma vez que depois daquele lindo abraço que nós fomos, eu voltei a ser eu e ela voltou a ser ela.

Agora vejo como é também ridícula a expressão da nossa repulsa diante do episódio dos crimes e da impunidade de um bando de marginais fardados, porque nós todos vimos nesse episódio e com bastante clareza que:

1.    Alguns policiais a quem empregamos, remuneramos mal e os armamos com a missão de zelar pela nossa segurança, não são nem um pouco melhores nem piores do que um bando de traficantes armados, que aterrorizam as favelas do país;

2.    Os governantes e os parlamentares, que elegemos e os remuneramos regiamente para nos garantir a ordem e o progresso, palavras inutilmente escritas na nossa bandeira, mas que se atolam na lama fétida da corrupção e da impunidade, não são nem um pouco melhores nem piores do que um bando de porcos chafurdando a lama asquerosa do seu alimento, para encher o próprio bucho;

3.    Os possuidores do Brasil, esses eternos capachos do colonialismo, deplorável gente predadora do meio ambiente e dos recursos naturais, que nada inventa e nada cria, além da sombria arquitetura e obscura construção do nosso triste quadro social, não são melhores nem piores do que a legião dos explorados possuídos, que dispondo apenas de recursos para sobreviver, criam uma das mais belas e vigorosas arte popular do mundo;

4.    E que nós mesmos, com a nossa ancestral indiferença à vida, não somos nem um pouco melhores nem piores do que um bando de carneirinhos conformados, caminhando passivamente para o abatedouro.

Assim, em uma merecida homenagem à coerência, vamos combinar que onde se lê ordem e progresso sobre o lábaro estrelado ostentado pela nossa bandeira, veja-se escrito impunidade, igualdade e fraternidade, porque ninguém mais duvida que todos nós somos irmãos, iguais como inimigos e unidos como os animais.


*Luiz Eladio Humbert 
ou apenas Lalado, 64, soteropolitano, é jornalista desde quando caiu a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito Tributário pela UFBA e formado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie de São Paulo. Jubilado do Curso de História da UFBA, Autor de “Amarelo de Fome, Verde de Medo”, “As Candíadas”, “O Caminho da Casa da Aranha”, “Grito para Wall Street”, “Paulus”, “Cartas Impublicáveis”, todos eles proibidos, vetados ou censurados, tanto pela repressão da ditadura, quanto pela política cultural dos regimes neo-liberais elitistas ou populistas. Ajudou a criar as comunidades musicais Francisco Julião, Antonio Conselheiro, Navio Negreiro e Grampo e a comunidade de praticantes budistas da Casa da Aranha.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Carnaval das rejeições

                                            Guernica - Pablo Picasso (1937)


Blocos de carnaval da Bahia negam alimentação adequada do CERESTE e Vigilância Sanitária para trabalhadores cordeiros




 

Sentinela -  Antonio Nelson*

É
Carnaval no Brasil! Fevereiro. Celebração na Bahia. O Carnaval de Salvador 2012 já está no ritmo da alegria. Mas quando o assunto é para atender condições mínimas de alimentação para trabalhadores cordeiros, os refrões de “amor” e “alegria” cantados por algumas “estrelas” do axé contrastam com a vida dos cordeiros. Nos principais Circuitos como Barra-Ondina, Campo Grande e Praça Castro Alves, os acidentes de trabalho podem ocasionar desidratação, infecções, extrações de unhas, e por conseqüência tétano, e imediatamente urge operação cirúrgica!


O botox do telejornalismo baiano e os risos dos ventrículos – âncoras e repórteres, exceções à parte, como afirmou certa feita um repórter da TV baiana, não impedem apuração dos fatos e a veiculação no cibermundo.

É sob o barulho do sol do meio-dia, que as necessidades básicas de alimentação e reposição de energia dos cordeiros precisam gritam por serem saciadas. Mas para os blocos carnavalescos como Inter, Camaleão, Papa, Cheiro de Amor, Balada, Eva, Nana Banana, Timbalada, Coruja, Me Abraça, Pinel, Muquiranas, Coco Bambu e Me Ama, que estão entre os principais blocos na voraz rejeição em não atender a portaria interministerial de número 66 - 25/08/2006 -, que altera os parâmetros nutricionais do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, para trabalhadores cordeiros, como narra a doutora Marta Itaparica: “os três tipos de cardápios sugeridos pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Salvador (CEREST/SSA), e da Vigilância Sanitária foram negados pelos blocos que assinaram o TAC (Termo de Compromisso e Ajustamento de Conduta), firmado no Ministério do Trabalho e Emprego da Bahia - Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da Bahia (SRTE/BA), que até o momento, 45 blocos assinaram o TAC, de acordo com a SRTE".

“O cardápio fundamenta-se em calorias qualificadas, fibras e carboidratos”, assevera Martha. Epidemiologista, bióloga e pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Martha enfatiza que desde 2010 o cardápio não tem valor para os blocos. “Eles alegam não terem estrutura para manter o cardápio que sugerimos em condições de refrigeração. Mas a logística para os camarotes estão aí”, declarou.

Os cordeiros recebem por diária dos blocos, no carnaval de Salvador 2012, a diária de 34,00 R$, dois vales-transporte, dois pacotes de biscoito, um suco ou refrigerante – industrial -, duas barras de cereais ou biscoito de goiaba, três garrafas de água de 500 ml, para o turno da noite, e pela manhã quatro garrafas, também de 500 ml. Para Martha os valores calóricos fornecidos pelos blocos não atendem as necessidades básicas de alimentação dos trabalhadores cordeiros, além do teor de gordura ser prejudicial no cardápio dos blocos. A pesquisadora reforça: “nosso trabalho é institucional e com base nas calorias qualificadas em fibras e carboidratos”.

Na íntegra, confira abaixo o cardápio do CEREST:

Considerando a portaria interministerial de número 66 de 25/08/2006, que altera os parâmetros nutricionais do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, no seu artigo 5º parágrafo 3º e inciso I que regulamenta os valores diários de nutriente necessários a uma alimentação saudável, O CEREST/SSA reconhece que:

• O trabalhador cordeiro despende um grande gasto energético no desempenho de suas atividades laborais;
• O gasto energético advém do longo percurso realizado na condução dos blocos, o que requer uma boa condição alimentar;
• A exposição ao estado de multidão, os raios solares e chuva os tornam mais vulneráveis a adquirir doenças e, portanto o seu estado nutricional deve ser garantido.
• Assim, as sugestões de cardápios para o trabalhador cordeiro 2012:


Cardápio 1
Preparação    Quantidade    Kcal

1.Sanduíche de queijo
• Pão de forma 3 fatias 201 Kcal
• Queijo mussarela    2 fatias 94 Kcal
   
2. Barra de cereais  2 unidades de 25g - 200 Kcal
       
3. Suco de frutas:
Sugestões: uva, manga, maracujá, abacaxi (não utilizar sabor artificial)   

2 caixas de 200 ml - 320

4. Fruta seca       
• Banana passa    4 unidades    112 Kcal
       
Total:1107 (previsto) Kcal

Cardápio 2

Preparação    Quantidade    Kcal
1. Sanduíche de queijo
• Pão de forma 3 fatias - 201 Kcal
• Queijo mussarela 2 fatias - 94 Kcal
       
2. Barra de cereais 2 unidades de 25g - 200 Kcal
       
3. Suco de frutas:

Sugestões: uva, manga, maracujá, abacaxi (não utilizar sabor artificial)   

1 caixas de 200 ml - 160 Kcal

4.Achocolatado - 1 caixa de 200 ml - 194 Kcal

5.Fruta seca       
• Banana passa  4 unidades - 112 Kcal
       
Total:1141 (previsto) Kcal

Cardápio 3
Preparação    Quantidade    Kcal
1. Sanduíche de queijo 
•  Pão de forma 3 fatias - 201 Kcal
• Queijo mussarela   2 fatias - 94 Kcal 
      
2. Barra de cereais    2 unidades de 25g - 200 Kcal
       
3. Suco de frutas:

Sugestões: uva, manga, maracujá, abacaxi (não utilizar sabor artificial)   

2 caixas de 200 ml - 320 kcal 

4. Biscoito recheado 1 pacote de 30g - 150 Kcal
Total:  1257 (previsto) Kcal

O CEREST e a Vigilância Sanitária recomendam que o sanduíche seja acondicionado a vácuo, e que a sua distribuição ocorra antes do início das atividades de trabalho, sendo mantido sob refrigeração até a distribuição.Todos os alimentos contidos nos cardápios deverão estar rotulados conforme legislação vigente e acondicionados de acordo recomendação do fabricante.

O CEREST tem abrangência em nove municípios da Bahia. De acordo com Martha, alguns avanços foram alcançados por causa das pressões realizadas pelas partes envolvidas (instituições), dos blocos procurarem o SRTE para assinar o TAC junto com cordeiros, Central Única dos Trabalhadores (CUT/BA), Ministério Público do Trabalho da 5 º Região.

“Como cidadão, infelizmente vejo o espaço público e o direito constitucional de ir e vir do cidadão baiano, no carnaval de Salvador, sendo ocupado de forma exagerada pelos blocos carnavalescos”, declarou enfático Pedro Lino de Carvalho Júnior, procurador do Trabalho, da Procuradoria do Trabalho da 5 º Região.

Questionado sobre a situação da Praça de Ondina, ocupada pelo Camarote Salvador, que tem como principal proprietário, Luís Eduardo Maron de Magalhães Filho, vugo Duquinho, que gastou mais de 3 milhões no camarote, e é primo do deputado Federal ACM Neto (DEM), o promotor é incisivo na observação! Como canta Caetano Veloso: a praça é do povo.

Pedro Lino é professor da UFBA em Direito Civil e tem graduação em Filosofia na mesma Universidade. O valor vigente, especialmente na cidade do Salvador, e no contexto do caso cordeiros, motivou-lhe a reflexão: “vivemos nos finais dos tempos. Estamos no caminho da Nova Era. Temos que criar novo modo de sociabilidade. Se todos querem montar um padrão Norte Americano, - American Way of Life -, os recursos naturais do planeta se esgotarão em poucas décadas. Estamos em transição”. Lino recorda de Gramsci: “O velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer”. Frase registrada na obra Cadernos do Cárcere. Lino conclui: “o passado emudeceu e o futuro balbucia”.


Após assinar o TAC no SRTE, Joaquim Nery, sócio-administrador dos blocos Camaleão, Nana Banana e Voa Voa, disse que a festa de fevereiro é democrática. Em resposta ao assunto Camarote Salvador, Nery comenta: “Tudo foi um processo legal, principalmente, porque o prazo de montagem e desmontagem está correto, no tempo. Os meios de comunicação de massa deveriam fazer uma cobertura melhor. A Band News FM do Rio de Janeiro tem feito um trabalho melhor que aqui, mesmo com a greve dos policiais do Rio”. Ney declarou está com compromissos inadiáveis, deixou contato telefônico, e despediu-se sem puder dialogar temas de interesse público.


Na ebulição dos direitos e deveres, Matheus Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros, Fiscais, Pessoal de Apoio e Coordenadores das Entidades Carnavalescas do Estado da Bahia (SINDCORDA), é firme na questão: “democracia pra quem? Pra determinados grupos? Além disso, Matheus denuncia através do Relatório do SINDCORDA infrações cometidas pelos blocos de carnaval em 2011. Confira na íntegra o descumprimento do TAC!

RELATÓRIO DAS IRREGULARIDADES DOS BLOCOS NO CARNAVAL 2011
Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros, Fiscais, Pessoal de Apoio e Coordenadores das Entidades Carnavalescas do Estado da Bahia (SINDCORDA).


CNPJ/MF: 08.470.519/0001-45



           Utilidade Pública Municipal Lei  nº  7.771/2009

Salvador – BA, abril de 2011



Durante o carnaval 2011, o SINDCORDA/BA (Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros, Fiscais, Pessoal de Apoio e Coordenadores das Entidades Carnavalescas do Estado da Bahia) realizou a fiscalização das condições de trabalho dos cordeiros.
A fiscalização teve como objetivo observar o cumprimento do TAC (Termo de Ajuste e Conduta) e do Estatuto do Carnaval  de Salvador, Bahia, pelas entidades carnavalescas.

No Termo de Compromisso, foram acordadas as seguintes reivindicações para o trabalho dos cordeiros:
- Diária de R$ 30,00 para trabalhar no carnaval de Salvador e nas  Micaretas no Estado da Bahia.
- Fornecimento de protetor solar fator 15 no mínimo para os cordeiros que trabalharem no período diurno,
- Entrega de 04 recipientes de água mineral de 500 ml em temperatura adequada, nos casos em que o inicio,  ou os desfiles aconteçam  até as 17h, ou  a compromissária distribuirá 03 ou 04  recipientes de água 500 ml após 17h quando inicia o desfile.
-  Lanche diário (02 pacotes de biscoito doce e salgado, refrigerante ou suco em caixinha industrializado), 03 barras de cereais.
- 02 vales-transporte por dia, (caso pode ser em dinheiro local onde pega cartão de passagem)
- Protetor  auricular.
-  01 par de luvas (liberar mais quando a mesma já estiver em condições estragas)
- Camisa de identificação em tecido de algodão ou colete.
-  Pagamento em até 96h após os festejos momescos.
- Seguro coletivo de vida e acidentes pessoais em até 20 mil reais.
- Recolhimento do INSS   facultativo.
- Treinamento dos lideres de cordeiros.
- Cartilha informativa com direitos e deveres dos cordeiros.

A fiscalização foi realizada por uma equipe de 20 fiscais, O trabalho de fiscalização constou da observação das condições e entrevistas aos cordeiros. Durante a realização do trabalho, foram tiradas fotografias e filmagens que demonstram a irregularidade de alguns blocos quanto ao cumprimento do Termo de Compromisso e do Estatuto do carnaval.    
Deste modo, foram verificadas as seguintes irregularidades no carnaval de 2011:

DATA - BLOCO – IRREGULARIDADE - ENTREVISTADOS
05/03/ 11 (concentração)

Barra - BLOCO YES

Pagamento  R$ 31,00

Só deu  03 águas  quentes.
01 barra de cereal.
01 suco quente de 250 ml.
Obs.: Bloco marcou pra sair às 14h, e, no entanto só vai desfilar às 20h.  tendo em vista mais de 6h de atraso, fora as horas que o cordeiro vai segurar a corda.   
Suco e barra de cereais exposto ao sol.
Arquivo: Filmagem.

05/03/1 BLOCO HARÉN 

Pagamento  R$ 31,00  
Só deu  01 água  quente.
Não deu  barra de cereal.
01 biscoito.
01 suco quente.
Obs.:  Cordeiro relatou que suco não prestava.
 

05/03/11 BLOCO SAMBA DO P – Campo Grande
Só deu:
01 biscoito
02 águas
Não deu barra de cereais
Pagamento  R$ 33,00
Obs 1: Bloco pega 600  cordeiros.
Obs 2: bloco marcou pra sair  14h  e no entanto no ato da fiscalização do SINDCORDA às 15:30h, o bloco ainda não tinha previsão de desfile.

Campo Grande ARAKETU   
Só deu
02 biscoitos
01 suco
02 águas (quente)
Não deu barra de cereais
Pagamento R$ 35,00
Obs: flagramos mulher grávida e filmamos.
Temos filmagem desse bloco.

BEIJO
  
  

Só deu:
01 barra de cereais
02 águas quentes
Não deu transportes
Obs: o Sindicato flagrou cordeira grávida!
O bloco marcou pra sair às 14h, e já era 16:10h que  o sindicato filmou os cordeiros na entrevista, e o bloco não tinha saído.
Os cordeiros alegam que aguardaram o bloco pra sair por mais de  quatro horas.
    
04/03/11 Barra COCO BAMBU
 

Só deu:
 03 águas (quente)
Suco quente
Biscoito  ruim (com aparência de mofo)
Obs: Os Cordeiros chegaram às 13h,  e o Bloco informou que só sairia às 22h. Temos filmagem.
04/03/11 ALERTA GERAL
Pagou  R$ 35,00
Não deu barra de  cereais
Só deu 02  águas
Obs: o Bloco marcou pra sair às 22h, e só começou a desfilar às 02h e terminou o percurso às 10h do mesmo dia.
SALVADOR 
Só deu
02 biscoitos
02 água (quentes)
01 barra de cerais.
07/03/11 QUEBRADEIRA - Corredor da Vitória

Só deu

02 águas (quentes)
01 biscoito
01 suco
Não forneceu barra de cereais
Obs: Cordeiro usando tecido Kame. Filmagem.
  
07/03/11 TRAZ A MASSA - Corredor da Vitória

Só deu
02 águas (quentes)
02 biscoitos
01 suco
Não deu barra cereal.
Obs: Bloco marcou pra sair  às 13h. Às 17:30h não tinha saído.
Filmagem.

Matheus confessa que os blocos tiveram progressos para atender algumas necessidades básicas, e diz que para o carnaval de 2013, os representantes de blocos comprometeram-se em dar curso de capacitação para os cordeiros, e fez uma observação: “nenhum bloco afro nos procurou para também participar deste contrato. Apenas Clóvis, do bloco os Mutantes, entrou em contato”.

A Yalorixá, mãe-de-santo, promotora de eventos Soraia Gomes, do Afoxé Laroyê Arriba - Associação Cultural Beneficente-, com seis anos de existência localizada no bairro Baixa dos Sapateiros, diz ter conquistado espaço após persistir e comprovar um sério trabalho. “Vamos sair no sábado, 18, no Circuito Batatinha, às 16h, e 20, no mesmo horário, da Rua Chile ao Campo Grande, retornando ao ponto de saída. Horário importante para qualquer bloco. São 1300 pessoas no ritmo do Ijexá, na voz de Venuzzi. Meu afoxé é o candomblé de rua – Oxalá, Oxun e Obaluaê. Utilizamos cordas. São necessárias pra manter nossa segurança”, confessa Soraia, que compareceu na SRTE para assinar o TAC. E finaliza: “sou negra. Tive um avô português e avó inca, e ascendência da Síria. A Bahia é tem etnia múltipla”, conclui emocionada.


Já Maurício Nolasco de Macêdo, auditor fiscal do Trabalho da SRTE/BA frisa: "a indústria do carnaval vive dos grandes bolsões de miséria da periferia". Representando a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a secretária da área trabalhista da CUT, Marivaldina Maria da Paixão, salienta que 34 R$ significam valor irrisório para a diária do cordeiro. “É mão-de-obra barata diante do trabalho árduo. O justo é R$ 50 pra diária. Além disso, tem gestante trabalhando como cordeira. E a mídia não olha o profissional. O foco é nos artistas. Timbalada, por exemplo, trabalha com 1000 cordeiros. Existe Observatório Contra a Discriminação Racial, da Mulher etc. enquanto isso o secretário da Reparação do município, Ailton Ferreira e o subsecretário, Edmilson Sales, não dialogam com os cordeiros? Estão preocupados com a mídia. Apenas a TVE (Rede Pública de TV) transmite a diversidade da Bahia”, salienta emocionada e indignada.

Representando os blocos Me Ama, Me Abraça e Coco Bambu, Lucas Magalhães, 27 anos, afirma que o carnaval soteropolitano é democrático. E que o espaço-público não está privatizado durante a festa. “Quem tem poder de compra participa. Os outros brincam na pipoca”, pronunciou de forma simples.

O advogado do SINDCORDA, Rodrigo Barreto, da Universidade Católica de Salvador (UCSal), destaca que o carnaval de Salvador tornou-se um espaço de inevitável exclusão. Para Rodrigo, os grandes blocos dominam as atrações e impedem os carnavais de rua. “Tenho percebido que o carnaval do Recife e do Rio de Janeiro tem democratizado. A mídia baiana não tem interesse em veicular a diversidade cultural da Bahia. A impressa está comprometida. Por que não existe uma cobertura jornalística do Pelourinho nacionalmente? Quem são os anunciantes da mídia? Os principais blocos e as empresas de cervejas são os parceiros.”, confessa em tom de frustração.

MULHERES CORDEIRAS –
A predominância da mão-de-obra na Bahia Folia são as mulheres. 172 são do gênero feminino que prestam a força de trabalho. Isso corresponde a 57%. Enquanto que os homens são 127, e correspondem a 43%. Os auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego da Bahia - Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da Bahia (SRTE/BA) fizeram fiscalização, e entrevista com 229 cordeiros no carnaval 2011 e constataram a contratação irregular na avenida. 80 pessoas foram contratadas na avenida, ou seja, 27%, 218 declaram não serem contratadas nos circuitos, e uma em branco.


Já os cordeiros que receberam via do contrato: 41 sim e 257 não. Os blocos firmam contrato após o cordeiro dar a Carteira de Identidade (RG) até o final do carnaval para garantir a contratação fora da avenida. A entrega do documento acontece no final da festa. 37 (12%) cordeiros confirmaram que receberam vales-transporte e 261 (88%) não foram ressarcidos. Cordeiros que receberam via do contrato 41 sim (14%) e 257 não (86%).

Nos fatos da retenção de documento de identidade (RG), com objetivo de garantir a força de trabalho e inibir contratação na avenida, e que os cordeiros cumpram seus deveres, foi entregue um par de luvas aos respectivos donos 37 RGs (12%) e 261 não (88%).
Vales-transporte 79 sim (26%) e 217 não (73%) e 03 em branco. O par de luvas, 289 (96%) sim e 08 não (3%).

Os que usaram calçados fechados: 205 sim (68%) e 92 não (31%) e 02 em branco. O protetor auricular 270 sim (90%) e 26 não (9%) e 3 em branco (1%). O filtro solar só 65 (22%) tiveram e 231 (77%) negativo, e 3 em branco (1%). No lanche, apenas 292 (97%) receberam e 05 cordeiros não tiveram (2%) e 02 em branco (1%).

Contudo, para clarear nossa memória, Pablo Picasso em 1937 plasmou o painel Guernica, e participou da Exposição Internacional de Paris. A Guernica foi exposta no pavilhão da República Espanhola. Com 350 por 782 cm. A tela pintada a óleo é normalmente tratada como representativa do bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica, em 26 de abril de 1937 por aviões alemães, que apoiaram o ditador Franco. Paris estava ocupada pelos nazistas em 1940. Um oficial alemão, diante de uma fotografia reproduzindo o painel, perguntou a Picasso se ele tinha feito aquilo. O pintor, então, teria respondido: "Não, foram vocês!".

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