quarta-feira, 30 de novembro de 2011

100 anos de Maria Bonita: cantor Silvério Pessoa discute cultura popular e diálogos possíveis com o sul da França


Sentinela – Antonio Nelson





A Homenagem aos 100 anos de Maria Bonita, na 1ª Feira de Livro e Conhecimento dos Sertões, receberá em Arcoverde, Pernambuco, na próxima sexta-feira (02), o multiculturalismo do cantor e compositor pernambucano Silvério Pessoa. O compositor explanará sobre Cultura Popular e Diálogos Possíveis com o Sul da França: Um nômade nas terras dos trovadores medievais. A Feira começa nesta quinta-feira, às 19h, com bate-papo, teatro, espetáculos, contos etc. Também terá a participação de Lirinha, Francisco José, Fernando Rego Barros, Adeildo Nunes, Roberto Cruz, Jorge Filó e outros.

Silvério Pessoa é internacionalmente conhecido. Atualmente lançou o CD NO Grau. Seus CDs são vendidos em Tóquio e em outras cidades do Japão. Em 2005 lançou o seu quinto CD solo, Cabeça Elétrica e Coração Acústico, e no ano seguinte o mundo conheceu a versão européia. Ele realizou shows na Espanha, França, Dinamarca, Alemanha, Bélgica, Suíça e num dos maiores Festivais do planeta, o Rainforest Festival, localizado na Ásia, Malásia, na ilha de Borneo.

Sua arte se propaga com facilidade rompendo algumas barreiras da indústria do mercado cultural em declínio. Através do seu site, Silvério possibilita os internautas fazerem downloads das músicas e videoclipes, vencendo o monopólio das empresas privadas, concessonárias do serviço público de transmissão de sinais de rádio e televisão, e da indústria fonográfica estrageira no Brasil. Confira No Grau:



Museu de Arte Sacra de Pernambuco recebe Arte&Fonia





Sentinela - Antonio Nelson


No Alto da Sé, em Olinda, o Museu de Arte Sacra de Pernambuco terá a música insturmental: Arte&Fonia, que tem como líder o percussionista Jerimum de Olinda, além da participação especial no cello, de Sevi Antunes e Fabiano Menezes. A platéia ouvirá no baixo e violão Charles Brownzil, e na escaleta, saxes e flauta Henrique Albino.


As apresentações serão às 10h, nos domingos (04 e 11) de dezembro.

Escolha:

A TV brasileira por Wal Alves

Wal Alves é caricaturista: www.walalvesshow.blogspot.com

terça-feira, 29 de novembro de 2011

II Encontro Nacional de Pesquisadores em História das Ciências

UFBA (Universidade Federal da Bahia) Campus Federação/Ondina.

Entrada franca.

Programação

2
9/11

15:00-16:30 Conferência de Abertura – Profª. Ana Carolina Vimieiro Gomes (UFMG)

30/11

08:00-10:00 Estudo Avançado I, aula 1 – Prof. João Carlos Salles (UFBA) – "Wittgenstein e a Ciência"

10:00-12:00 Estudo Avançado II, aula 1 – Prof. Amílcar Baiardi (UFRB/UFBA) - "A História da Ciência por meio da Iconografia"

14:00-18:00 Comunicações Orais, sessões 1 a 4

01/12

08:00-10:00 Estudo Avançado I, aula 2– Prof. João Carlos Salles (UFBA) – "Wittgenstein e a Ciência"

10:00-12:00 Estudo Avançado II, aula 2 – Prof. Amílcar Baiardi (UFRB/UFBA) - "A História da Ciência por meio da Iconografia"

14:00-18:00 Comunicações Orais, sessões 5 a 8

02/12

08:00-10:00 Estudo Avançado I, aula 3 – Prof. João Carlos Salles (UFBA) – "Wittgenstein e a Ciência"

10:00-12:00 Estudo Avançado II, aula 3 – Prof. Amílcar Baiardi (UFRB/UFBA) - "A História da Ciência por meio da Iconografia"

14:00-16:00 Sessão de Painéis

16:00-18:00 Mesa-redonda – "História, Ciências e História das Ciências: fronteiras e tensões disciplinares"

Participantes da mesa redonda:

Prof. Carlos Ziller Camenietzki (UFRJ)
Prof. Flavio Coelho Edler (FIOCRUZ)
Prof. José Carlos Barreto Santana (UEFS)
Profª. Maria Margaret Lopes (MAST)


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Do Facebook: Juca Badaró

Tem gente boa fazendo cinema de baixo-orçamento no Brasil, sem as cifras bilionárias de Hollywood. Cinema de qualidade, que faz as pessoas pensarem! Uma pena esses filmes não chegarem às salas comerciais!





domingo, 27 de novembro de 2011

A Baciada das almas inadimplentes

TELEANÁLISE


Sentinela - Malu Fontes*


Em contraste com todo o discurso celebratório do jornalismo em torno do crescimento econômico brasileiro e da migração de boa parte da população para degraus mais superiores da pirâmide sócio-econômica, o noticiário econômico vem, também, anunciando um fenômeno dissonante dessa celebração: o alto índice de inadimplência da população brasileira. No Brasil, a inadimplência dos consumidores cresceu 20% em 2010. Trazendo o assunto para a Bahia, segundo dados do comércio, algo em torno de 600 mil pessoas com o nome inserido nos sistemas de proteção ao crédito.

Quem acredita no jogo do contente pode fazer de conta que foi pensando no bem estar de boa parte desse meio milhão de pessoas que a Câmara de Diretores Lojistas de Salvador (CDL) lançou na última semana o I Feirão do Nome Limpo. O evento tem sido, tanto ou mais que um sucesso de público, um sucesso de mídia. Não houve um telejornal que não tenha veiculado matérias sobre o assunto e mais de uma vez. Jornais impressos, emissoras de rádio, blogs, sites, todos agendaram o evento como o mais importante da semana em Salvador, coisa não tão difícil assim, pois, fora os efeitos colaterais da violência urbana, as dores e as delícias do Ba-Vi e os salamaleques de alcova do ex-casal do Executivo Municipal, a cidade anda mesmo, e há tempos, com alguma preguiça de produzir fatos ou discussões relevantes.

MEIO MILHÃO
- Como tudo o que importa sempre se localiza no detalhe, a semiótica do feirão das almas inadimplentes na baciada montada no Centro de Convenções não foge à regra. Os promotores do evento anunciam que o objetivo é retirar mais de 70 mil pessoas do cadastro negativo e inseri-las novamente no mercado do consumo na época mais rentável do ano para o comércio: o Natal e o Réveillon. Se em meio a 600 mil pessoas que não estão pagando nada do que acumularam de dívidas até serem bloqueadas para continuar consumindo, cerca de 10% disso der algum troco pelo que deve e voltar a passar pelo caixa das lojas em dezembro, já é um motivo e tanto para o setor varejista comemorar. Mesmo porque muitos dos inadimplentes, antes de serem impedidos de consumir por terem o nome inserido no sistema de proteção ao crédito já pagaram trocentos dinheiros em juros pelas contas que arrastaram pagando em partes e parcelas até que honrar a dívida ficou impossível.

O ponto mais importante do Feirão não é, portanto, fazer bem ao consumidor perdoando-o. Claro que, para quem está encalacrado, é melhor sair do subsolo do consumo pagando um valor do que o triplo dele. Mas essa não é a moral real da história. A moral é dar liberdade de crédito para que as pessoas se percebam de novo aptas a consumir, se atolem em novas dívidas, levem mais uns 10 meses pagando juros por elas e, em novembro do ano que vem, o ciclo recomece e todo mundo saia ganhando. Ou ache que saiu ganhando, como o consumidor.

VÂNDALOS
- Até aí, nada de estranho. Essa é a lógica do capitalismo, do mercado, do consumo. O que soa dissonante é a reação dos meios de comunicação quando no mundo ocorrem distúrbios como os vistos este ano em Londres, quando centenas de jovens arrebentaram e incendiaram vitrines e lojas para pegar roupas, tênis, objetos de marcas famosas no mundo inteiro e, sobretudo, produtos eletro-eletrônicos. De modo geral, todos os telejornais do mundo adjetivavam a onda de distúrbios de anárquica, apolítica e organizada por uma turba de vândalos. A acusação capital que se fazia aos ‘vândalos londrinos’ era a de que eles não faziam saques de comida, mas de coisas supérfluas. Sim, em um mundo que funciona para estimular o consumo, Oscar Wilde nunca esteve tão certo quanto ao dizer que abriria mão do essencial se lhe dessem o supérfluo.

Assim como os jovens de Londres não queriam batatas de supermercados, do mesmo modo o feirão da inadimplência, que atrai como besouros para as lâmpadas os endividados de Salvador, não está interessado em devolver a essas pessoas o poder de comprar feijão e sal. Mesmo porque já é hora do topo da pirâmide entender que, se vive anunciando o supérfluo como o ingresso para o paraíso, arroz e farofa não contenta quem é adestrado para sonhar com gadgets de tecnologia touch e com as marcas da moda que fazem as vezes de marcadoras de lugar social no mundo. E enquanto as filas de inadimplentes sonhando com a decoração dos shopping centers começavam a se formar às seis horas no Centro de Convenções, o telejornalismo econômico anunciava em suas escaladas que o Nordeste liderava
o ranking da corrida da emissão de novos cartões de crédito. Mais de 43% dos novos cartões emitidos em 2011 no Brasil foram na região Nordeste, fenômeno atribuído à nova classe C em sua ida ao paraíso do consumo.

DESAFINADAS
- O Brasil é um país engraçado. Tem taxas incríveis de analfabetismo infantil e juvenil, o que diz que a ribanceira da educação não pode ser atribuída apenas ao passado, mas governantes vivem fazendo festas institucionais e publicitárias quando consegue alfabetizar uma velhinha de 90 anos, levando-se à hipótese de que talvez deixar crianças analfabetas seja uma inovadora reserva de mercado de alfabetização na quarta ou quinta idade. Do mesmo modo, distribuem-se cartões de crédito com limites acima do compreensível e depois que todo mundo está encalacrado realiza-se uma baciada de almas endividadas para serem perdoadas em praça pública como num batismo num rio Jordão do consumo que purifica de novo para o ingresso no reino do shopping. E para dar sentido a tudo isso às vésperas do Natal, os telejornais locais criaram até uma editoria nova: a da inauguração de decoração de Natal de shopping center. Todos os dias há na TV um coral de criancinhas desafinadas ou de senhorinhas felizes gritando que agora é Natal. Sim, agora é Natal e no ano que vem tem mais feirão de endividados.

*Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom- UFBA. maluzes@gmail.com

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Porto de Galinhas - Pernambuco







Sentinela - Antonio Nelson

Porto de Galinhas fica no munícipio de Ipojuca, a 70 quilômetros da capital pernambucana.

Além do turismo, Porto de Galinhas também é o principal point do surf pernambucano após os ataques dos tubarões no Recife, na década de 1990.

O "Quinteto Fantástico" é composto por Halley Batista, Luel Felipe, Alan Donato, César Aguiar e Júnior Lagosta.





Foto de capa: Daniel Smorigo.

Ratoeira Cênica entrevista Luiz Marfuz, diretor do espetáculo Meu Nome é Mentira

Saiu no Ratoeira Cênica







Enoe Lopes Pontes – Como foi que os alunos escolherem você como coordenador?

Luiz Marfuz – Aconteceu partir de um desejo mútuo e antigo. Desde o final do primeiro semestre, quando tive contato com os estudantes, através do componente Estética Teatral, eles sinalizaram que gostariam que estivéssemos juntos na formatura. Mas era aquela história de conversa de pátio da Escola. É uma turma por quem sempre tive carinho. E eu curtia o humor deles e o resultado dos trabalhos nas mostras. No início deste ano, o convite foi formalizado. E como sou do Departamento de Técnicas [do Espetáculo], conversamos com Maurício [Pedrosa] e Hebe [Alves], que apresentaram a proposta aos respectivos professores, que aprovaram. Mas já começamos a nos reunir para pensar no texto e na produção do espetáculo no final do primeiro semestre.

ELP – Qual é a sua opinião sobre dirigir um espetáculo de formatura do curso de interpretação?

LM –
Este é o segundo espetáculo que dirijo. O primeiro foi Atire a Primeira Pedra, em 2008. Eu gosto muito porque é um processo de experimentação e renovação. Com uma turma de formandos você pode ir além, não ter medo de se arriscar. O interessante é que gosto dos extremos: trabalhar com atores profissionais de 10 a 30 anos de carreira (como foi o caso de As Velhas) e agora com jovens atores que estão se lançando numa aventura de pesquisa da linguagem teatral. Nesse sentido, acho que há uma migração de saberes e fazeres. Aquilo que é conquistado no campo profissional procuro trazer para o processo de montagem do espetáculo de formatura e vice-versa. São atores ávidos de conhecer, fazer, propor. É uma zona de risco e prazer sem limites.

ELP - Como foi a escolha do texto?

LM – Eu sempre pergunto qual é a expectativa do grupo antes de propor algo. No caso de Atire, eles tinham interesse em montar Nelson Rodrigues. Então eu propus a adaptação dos contos de A Vida Como Ela É. Já com esta turma, o texto não foi o ponto de partida, mas o desejo e as habilidades. Eles disseram que gostariam de explorar a veia musical e de humor do grupo. Lembrei de Brecht. Eles gostaram, porque tinham tido pouco contato com o Teatro Épico. Então pensei em puxar o cômico e o musical para o campo político, numa plataforma estética que desse a chance de explorar e pesquisar um universo de possibilidades temáticas, poéticas e de estilos de atuação. Estava tentando montar com o Grupo Toca de Teatro (originado de Atire a Primeira Pedra) o espetáculo Meu Nome é Mentira, inspirado numa fábula de Brecht, retirada de A Exceção e a Regra. Como o projeto não se realizou por falta de recursos, achei que era o momento certo. Aí veio tudo a calhar, porque gosto de palco cheio, a ideia do coletivo em cena. E agora estamos com 18 atores e mais três músicos no palco. Vamos ver no que vai dar. Confira na íntegra: Ratoeira Cênica

SERVIÇO
Onde:
Teatro Martim Gonçalves

Quando: De 17 a 27 de novembro de 2011, de terça a domingo. Sábado e domingos duas sessões: às 17h00 e 20h00.
Ingressos:
Entrada Franca. Senhas distribuídas 2 horas antes do início do espetáculo.
Contatos: Produção (Susan Kalik: 8760-6074 e Lucas Lacerda: 9969-2067);

Divulgação (Cláudia Pedreira: 8879-7994); Direção (Luiz Marfuz: 9964-6400)

Sinopse do Espetáculo

Um explorador de um minério raro na região oeste da Bahia mata inexplicavelmente seu empregado durante uma expedição. Ele é acusado de cometer crime ideológico de classe. Seu julgamento converte o tribunal numa arena de absurdos onde juízes, advogados, testemunhas e atores mostram diversas versões do fato em que verdade e mentira se misturam para revelar a crise da representação teatral. É também uma paródia à espetacularização dos chamados “julgamentos do século”, que fazem do fato uma ficção e transforma as pessoas em personagens de dramas e comédias. O espetáculo é escrito e dirigido por Luiz Marfuz e tem como ponto de partida uma fábula de Brecht. São 42 personagens, 18 atores e 03 músicos em cena, todos formandos do curso de Interpretação da Escola de Teatro de Universidade Federal da Bahia. Eles dialogam com as estratégias do Teatro Épico e outras formas cênicas, como a Farsa, a Tragicomédia, a música brechtiana e o teatro coreográfico, revisitadas à luz da contemporaneidade.

Espetáculo: Meu Nome é Mentira
Texto e Direção: Luiz Marfuz
Elenco: Alice Cunha, Anita Cione, Brisa Rodrigues, Bruna Scavuzzi,
Carlos Darzé, Dio Polon, Elmir Mateus, Fabíola Júlia, Francisco Vilares,
Luana Matos, Lucas Lacerda, Luciana Hortélio, Marcia Lima, Moara Rocha,
Ricardo Borges, Rivisson Zurc, Vera Pessoa e Nando Zâmbia
Cenário e Adereços: Rodrigo Frota
Figurino: Thiago Romero
Direção Musical: Luciano Bahia
Iluminação: Pedro Dultra
Preparação Vocal: Marcelo Jardim
Coreografia: Marilza Oliveira
Preparação Corporal: Lilih Cury
Mímica Corporal Dramática: Débora Moreira
Músicos em cena: Leopoldo Vaz Eustáquio, Nando Zâmbia e Tomaz Loureiro
Equipe de Assistência de direção: Leonel Henckes, Fernanda Júlia, Lilih Cury, Ísis Barreto, Bruno Bozetti e Henrique Bezerra.
Divulgação: Cláudia Pedreira
Produção: Kalik Produções Artísticas
Produção Executiva: Francisco Xavier
Direção de produção: Susan Kalik
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As fotos de um dia de ensaio de Meu Nome é Mentira foram fornecidas pela Produção do espetáculo.













quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sentimentos são

Conto








[infância de outrora]


Existiu um tempo em que os tapetes eram mágicos, e voavam a procura de uma nuvem doce e aconchegante para apreciar o mundo ideal, os sapos tornavam-se príncipes doces e carinhosos, Dom Quixote lutava contra os moinhos de vento, ao lado de Sancho Pança, que sempre estaria ali, para mais um moinho ou loucura do querido amigo, as Cinderelas acordavam para vida, os leões tomavam seu lugar ao trono, a dama fugia com seu vagabundo encantador, e, por fim, as feras conheciam suas belas.

Nesse tempo sempre havia o caminho de tijolos amarelos!

As bruxas se esvaíam, os príncipes e as princesas superavam seus preconceitos, suas raças, seu orgulho, e saíam por aí bailando ao som de uma vida inteira de apoio, batalhas internas e externas, amor, paixão e carinho [...]

Todos seguiam seus caminhos de tijolos amarelos [...]

E como era bom cruzar o caminho, encontrar o arco-íris, e se transformar em uma bela princesa, daquelas com direito a castelo, vestidos rodados, sapatinho de cristal, uma carruagem e o príncipe, amando-a por uma vida inteira.

Houve um tempo em que as meninas queriam ser princesas, pois as princesas existiam em seus corações.

Houve um tempo em que ela sabia a diferença do bem e do mal, do bom e do ruim, do feio e do belo.

Esse tempo não existe mais.

Ela não achou seu caminho, os príncipes viraram sapos, e não o contrário, a fera sempre fora fera e nunca encontrara sua bela, ou alguma desequilibrada que conseguisse conviver com tamanha grosseria.

Ela, que nunca fora bela, só encontrava filhotinhos, achando que eram feras, e que, de alguma forma, nunca conseguiam crescer.

Tentava esquecer do seu não-conto-de-fadas assistindo qualquer filminho no cinema para tentar respirar o que há muito saiu de seu coração: a fantasia e a capacidade de fantasiar.

Há muito sua fada madrinha, se é que ela teve uma fada madrinha, esquecera dela, e só deixara em seu caminho choros, dores e decepções de pseudo-príncipes que eram sapos que juravam, e alguns acreditavam fielmente, serem os mais galanteadores e nobres príncipes que toda donzela em apuros já sonhou um dia.

Ela já não é donzela há muito tempo e há muito tempo deixou de querer ser salva por qualquer Zé Ninguém que aparece pela rua, vestido de branco, montado em um cavalo branco, segurando uma espada prateada e reluzente, com um sorriso torto e a pior das intenções.

Sim, sentimentos são fáceis de mudar, novas sensações, doces emoções e mais um novo prazer.

E, para ela, eles mudam a cada estação.

Em uma, ela está com um pseudo-príncipe que achou em uma festa qualquer e se envolveu por pura carência. Ele, que não é aquele poço de doçura, também está com ela só por carência, achando fielmente não ser ela aquela por quem esperou a vida inteira e nem quando se beijam saem faíscas próprias de quem está apaixonado.

Em outra, ela até acha que se apaixonou, mas já está tão ferida, que não consegue mais confiar em ninguém. Ele, por falta sagacidade, ou vontade mesmo, deixa de lado aquele potencial de faísca atrás de alguém mais fácil, que se envolve só pelo dinheiro ou prazer.

Infelizmente, nesta estação ela se apaixonou pelo cara errado: um menininho imaturo, que mal sabe o que é crescer e ser homem, e mesmo que um dia chegue à terceira idade, tenha filhos e se case com algum resquício de donzela que imagine ser o amor de sua vida, vai continuar agindo da mesma forma, se envolvendo com qualquer uma fora de casa, para manter-se em contato com sua pseudo-virilidade.

Noutra estação ela diz a si mesma que não quer mais saber de príncipes encantados e se dedica a si mesma, para provar que pode ser feliz solteira. Mas, ela percebe que não está apenas solteira, está solitária. Tenta buscar novos prazeres e estes resultam inúteis. Foi nessa estação que ela descobriu o vazio dos prazeres frugais. Foi nessa estação que ela se descobriu vazia e, ao mesmo tempo, cheia de si. Ela entendeu que não precisa de um companheiro para ser feliz ou mulher, muito menos de um sapo.

Mas, também compreendeu que não precisa de um homem qualquer, achado em uma festa qualquer, para terem uma transa qualquer em um motel barato qualquer, só para sentir-se ainda mulher, feminina, ativa e moderna. Aliás, percebeu da pior forma possível que o que se diz moderno, do futuro século, para ela, ou para qualquer outra mulher ou outro homem, nada mais é do que relações secas, de vidas secas em busca de secos prazeres. Ela descobriu-se suficiente e equilibrada para perceber-se sozinha, solteira e sem caçar e deixar-se ser caçada para preencher sua cama por uma noite. Ela não quer mais preencher sua cama vazia com um homem vazio. Se sua cama for preenchida, terá de ser com alguém que ame, mas, ame de verdade, mesmo que não dure, e não pense que ame por carência afetiva.

Foi uma lição dura de se aprender, mas, aprendera.

Noutra estação, conheceu o que achou ser um príncipe de verdade, daqueles que se vê em filme, com castelo e tudo.

Era encantador e, como não podia ser diferente, a encantara!

Mostrou-lhe novos mundos, novos sabores, novas formas de amar! Mostrou-lhe o que há muito vinha procurando em seu coração: um conto de fadas, sendo que ela era a protagonista. Ela era a princesa! Eles se amavam, de forma simples, poética, doce e deliciosamente leve.

Parecia que ela sempre andava embevecida dele. Ela se sentia adolescente novamente, como quando ouvia seu cantor preferido no rádio e ficava enrubescida.

Ah! Eles andavam pelas ruas como se as ruas fossem deles e fizessem parte de um lindo conto de fadas com final feliz, mas sem bruxas.

Até que um dia as máscaras ruíram.

Nem a fantasia nem a carência conseguiam colar os pedaços de sonho no lugar novamente.

Ela percebera que ele não era nem príncipe, nem sapo, mas, humano.

Sua humanidade pesara em seus ombros.

Não o queria mais, por ele também não a querer mais.

Nem ele era príncipe, nem ela era princesa, e a humanidade de que eles dois eram feitos pesava nos ombros já castigados pelas decepções de outrora.

Preferiram seguir sozinhos, pois não conseguiriam suportar verem suas fantasias destruídas.
Ou, como ela mesma veio a definir: não suportaria ver a realidade que o Sol trouxe ao dissipar a neblina que cobria o chão.

Seria menos doloroso para ela, e para ele também, seguir sem ele, só para ter uma lembrança boa para sonhar em dias de solidão.E assim, mesmo sem beijar um sapo, ou sem ver o Dom Quixote e o Sancho Pança enfrentarem moinhos de vento, sem ter subido em um tapete mágico e voado para ver seu mundo ideal, sem ter sido uma dama que encontrou seu vagabundo e, muito menos, sem ser a bela da fera, ou uma princesa com sapatinho de cristal, percebeu que estava no caminho certo.

Nem ficaria com sapos, nem com príncipes, que no fundo não eram príncipes, mas sim, seres humanos.

Não se envolveria com qualquer um por carência, pedindo para que este seja desesperadoramente o príncipe certo, nem trancaria seu coração.

Descobriu, então, que nem existiam príncipes, nem ela era uma princesa.

Abriu os olhos para vida real, sentimentos reais, que são fáceis de mudar, em que basta um olhar que o outro não espera, que junta ou assusta duas pessoas, belas e feias ao mesmo tempo.

Deixou os contos de fadas onde eles deveriam ficar: na infância bem vivida de outrora em que toda história tinha um príncipe, uma princesa e um final feliz.

“É, acho que encontrei meu caminho de tijolos amarelos” – pensara ela em seu apartamento vazio e cheio de si.

“Mas, acho que essa já é outra história” – pensava rindo com um sorriso torto.É, ela descobriu seu caminho de tijolos amarelos, sem príncipes, nem princesas, sem sapos ou bruxas, simplesmente, cheios de si.


*J.C. É uma amante das letras, dos filmes, livros e, mais que tudo, poesia. Sou aquela que ama escrever e gosto de analisar o cotidiano de forma poética,para, quem sabe, deixá-lo menos sem graça.

sábado, 19 de novembro de 2011

O bom selvagem e os maus civilizados

TELEANÁLISE


Sentinela - Malu Fontes*





D
urante a semana, a televisão mal falou de outra coisa que não fosse a prisão de Nem, o chefe do tráfico na favela carioca da Rocinha. Sim, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, continuou no pau de arara das denúncias, mas como se trata do sétimo ministro com esse roteiro, o telespectador já sabe mais ou menos como esse tipo de novela deve acabar e preferiu migrar com toda a sua atenção para Nem e a Rocinha. Todo o roteiro da prisão de Nem e a seguida operação de invasão dos órgãos de segurança pública do Rio à Rocinha foram Ibope certo, pois desde Tropa de Elite, os filmes, cenas dessa natureza parecem se tratar do episódio 3 do blockbuster de José Padilha.

Para além de toda a cobertura da TV sobre a prisão de Nem, que começou com um episódio mais que novelesco envolvendo um carrão preto ocupado por homens que se diziam do Consulado da República do Congo, descendo às duas da madrugada um morro no Rio de Janeiro, dois detalhes chamaram atenção: o brilho dos cachos encaracolados e negros como a asa da graúna da cabeleira de Nem (que até horas atrás a TV apresentava ao país num retrato de um malandro de cabelo aloirado de tinta), e a reação da imprensa ao telefonema afetuoso que o traficante deu para a mãe assim que chegou à Delegacia da Polícia Federal. Sim, a cabeleira negra e brilhante ao ponto que nenhum umidificador de cachos é capaz de garantir é coisa que só mulheres devem notar, mas, o que dizer do espanto com que Deus e o mundo reagiram ao pedido que o preso fez à mãe para que os filhos (sete, dois deles adotados) não faltassem às aulas apesar do ocorrido?

TESTAMENTO
- A reação da audiência ao telefonema de Nem e à referência à educação dos filhos foi se transformando no que desde o início já indicava ser: as visões caricatas e maniqueístas que a intelligentsia tem de líderes do crime. Ou são monstros à imagem e semelhança de Hitler, que apenas substituem câmaras de gás por microondas de pneus em chamas, ou verdadeiros Robin Hoods com uma inteligência e visão social MUITO acima da média. A imprensa se mostra especialmente talentosa literariamente quando se trata da narrar aqui e ali os perfis da versão Robin Hood da crônica policial brasileira. Não raro, todos os males da favela são de responsabilidade do tráfico, essa entidade abstrata sem corpo, rosto e nome. Já os traficantes, os donos do pedaço, estes parecem ter um especial jeito de seduzir os formadores de opinião que deles mais se aproximam. Não raro são descritos como gentis, ajudantes de primeira hora que nada deixam faltar aos mais pobres da comunidade, donos de uma visão critica da sociedade e por aí vai.

No caso Nem, por exemplo, não foram poucas as vezes que foi descrito como um sujeito família, justo, bom pai, bom filho, que sempre andava desarmado e nunca teria matado ninguém. Como maniqueísmo nunca deu certo, a não ser para alguns poucos e raros personagens que tiveram a sorte de pertencer ao elenco do Velho Testamento, falta alguma coisa que ligue os pontos dessa história de violência recente na Rocinha, já que Nem era esse menino tão fofo, quando de perto. Se ele era o chefe, quem ordenava as mortes das pessoas cujas ossadas foram achadas pela Polícia na ocupação da Rocinha? Aliás, relações públicas são tudo na vida política. O fenômeno das UPPs começou como invasão de morro pela polícia, evoluiu para ocupação de área a serem pacificadas e hoje atende, segundo os governantes, como Libertação de Comunidades Conflagradas. Oui.

Quanto à visão terna de Nem como o menino desarmado, é claro que ele não precisaria se dar ao trabalho de andar armado. Afinal, para que servia o exército de homens comandados por ele que lhe davam proteção armada dia sim e noite também, em qualquer movimento que fizesse e até mesmo enquanto dormia? Sobre nunca ter matado ninguém, quem duvida? O que não lhe faltavam eram matadores que cumprissem ordens. Comandar uma área com 70 mil moradores onde a Polícia sequer podia pensar em subir para não por seus homens em risco sem ter fama de matar gente soa quase risível. Matar é coisa feia. Mandar? Talvez nem tanto, né?

ABUSADO
- O caso Nem e a forma como alguns coleguinhas de imprensa o descrevem não deixa de repetir um pouco o deslumbramento de alguns meninos e meninas bem nascidos que vivem nas redações: acreditam mais em Robin Hood do que deveriam e esquecem de dar às versões de carne e osso do personagem um tantinho de humanidade. Ninguém é tão bom ou tão mau. Seja Nem, Paulo Maluf ou João das Couves, são homens sob as peles que habitam e toda a sorte de contradições. Já foram ditas coisas elogiosas sobre facetas de lideranças célebres do crime, como Marcinho VP (não o Nepomuceno, que está preso e vivo, mas o morto, que dá nome ao livro Abusado, de Caco Barcelos) e Marcola, do PCC paulista. Deste último já se disse que domina mais os clássicos da literatura mundial do que toda a Academia Brasileira de Letras reunida. Na hora que um deles mata um sujeito errado, como fez Elias Maluco com Tim Lopes, aí, o jornalismo-alice arregala os olhos.

Escrever frases
mezzo
deslumbradas sobre o caráter humano de Nem, não é outra coisa senão uma forma bonitinha de manifestar preconceito de classe. Basta um sujeito com ficha criminal saber dizer uma frase com sujeito, verbo e predicado para ser considerado um samaritano em potencial. Há quem pense que bandido concreto é feio, sem dentes, vive com uma bazuca no ombro e mata pessoalmente uma dúzia por mês. Essa é a visão distorcida de quem acha que Nem é o bom selvagem porque quer educar os filhos e que pais de classe média que negligenciam a educação como valor são os maus civilizados. Sim, traficantes podem ser pais muito zelosos. Pais honestos podem ser negligentes com educação e há, no Congresso, parlamentares que fizeram e fazem muito mais mal ao Brasil do que Nem fez em sua breve carreira. Mas nem por isso, nenhum do trio deve ser condenado à morte ou guindado à condição de herói.


*Malu Fontes
é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. maluzes@gmail.com

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Entrevista: Protógenes Queiroz

“Os verdadeiros bandidos dessa República estão soltos. E muitos deles acobertados com mandatos políticos ou cargos na alta estrutura de poder do Estado. Quem está na penitenciária da cadeia pública é pobre, negro, desempregado, desassistido; as vítimas da exclusão social que existe no país, originariamente da corrupção do desvio de recurso público.” delegado Protógenes Queiroz.



Sentinela – Antonio Nelson*


Após o alvorecer das comemorações ufanistas da Proclamação da República por parte de alguns cidadãos brasileiros, meu cérebro réptil reativou meus arquivos da entrevista que produzi com o delgado Protógenes Queiroz. Protógenes realizou o bate-papo com jornalista Adelson Carvalho - Rádio Sociedade da Bahia.

Perspicaz, Adelson Carvalho realizou um diálogo contextualizado: O caso Daniel Dantas e sua repercussão; quem é Daniel Dantas? Será que o delegado se sentiu injustiçado pela PF após prender Dantas? Karl Max e a sociedade movida por interesse! Quais são os tipos de ameaças que Protógenes já passou e passa? O presidente Lula conseguiu dar um tom maior na corrupção? Qual foi maior bandido que Protógenes já prendeu? Dantas um é Sociopata? Uma personalidade danosa ao mercado financeiro e aos poderes da República?

E quando o assunto é futebol! Eis a questão: Os times de futebol da Brasil também estão afundados em corrupção?

O flagelo social na Bahia, a possível candidatura de Protógenes para prefeito de Salvador em 2012. A importância de políticas públicas para a educação, saúde e segurança pública são temas que também foram abordados. Qual o bandido que Protógenes ainda não prendeu e gostaria de prender? Além disso, Adelson Carvalho interrogou sobre o valor da família. Confira na íntegra:






Protógenes Queiroz com Adelson Carvalho by antonionelsonlp

*Antonio Nelson labutou na Rádio Sociedade da Bahia. Produção no primeiro semestre de 2011.

Últimos dias: exposições em cartaz no MAM-BA



Por Ana Luiza Rodrigues*



A
s mostras Dez anos de fotografia espanhola contemporânea – Coleção Fundação Coca-Cola e Sob o mesmo Céu da artista baiana Beatriz Franco, iniciam sua última semana de visitação, com encerramento dia 20 de novembro. Contando com a participação de 26 artistas espanhóis que expõem 33 obras, entre fotografias e vídeos e a obra de Beatriz Franco na Capela do museu, as exposições receberam um grande público que visitou e participou das atividades e ações propostas pelo Núcleo de Arte e Educação do MAM-BA.

Aproveitando ainda os desdobramentos que acontecem nesta semana, o público pode conferir as atividades: Diálogos Contemporâneos, com o tema: "Brasil: um retrato em branco e preto. Dialogando com a imagem e o sentido.", dia 19 de novembro, das 16h às 18, no Cinema do MAM-BA, e a ação O museu como espaço multidisciplinar de aprendizagem, com os educadores do Núcleo de Arte e Educação que apresentarão suas realizações e reflexões acerca da arte e educação como mediação cultural e social, dia 18 de novembro das 15h às 18h, na Galeria 3 do museu.

Ações educativas como palestras e oficinas foram desenvolvidas e contaram com a participação dos visitantes. Dialogando com as exposições, artistas e professores como Renato Fonseca, Karla Brunet, Eriel Araújo e Zé de Rocha fizeram parte dos desdobramentos das exposições focando no tema de cada uma delas e explorando diferentes propostas artísticas.

Dez anos de fotografia espanhola contemporânea – Coleção Fundação Coca-Cola

Lorena Martínez de Corral, curadora da exposição, teve por objetivo mostrar a abordagem dos 26 artistas espanhóis frente ao mundo, e as visões que resultam de tal contato. “Não se trata de mostrar características próprias de um país, mas sim de confrontar diferentes interpretações forjadas nos universos próprios de artistas com as interpretações que os espectadores de outro país têm de uma realidade que a cada dia é mais e mais comum”, diz a curadora. Lorena de Corral falou sobre a importância da curadoria e do papel das instituições museais e bienais como incentivadores da produção artística contemporânea, numa palestra realizada no Cinema do MAM-BA.

“O público local terá esta possibilidade de perceber distintos olhares, comparando a forma como múltiplas percepções encontram meios de responder simbolicamente a diferentes realidades. Esta mostra traz um significativo recorte da produção contemporânea espanhola, e evidencia as aproximações e distanciamentos entre a produção artística brasileira e espanhola, apesar das mais óbvias, e sutis, diferenças entre as duas realidades”, diz Stella Carrozzo, diretora do MAM-BA.

Sob o mesmo céu

Em sua segunda exposição individual na Bahia, a artista Beatriz Franco proporciona uma experiência sensorial que parte da imersão num ambiente criado especialmente para esta exposição, na Capela do MAM-BA, possibilitando ao espectador a construção de uma relação com o espaço.

Em suas obras, Beatriz sintetiza o pensamento de que tudo pertence a um mesmo macrocosmo do qual fazemos parte, conceito já presente na filosofia pré-socrática. Desta maneira, a artista estabelece um diálogo com o ser humano, com a sua presença na natureza, com a sua própria natureza humana, com o tempo e com a palavra. Para o artista visual e curador Ayrson Heráclito – também professor da UFRB – “Sob o mesmo céu” é a tradução visual da qualidade poética da artista, e completa: “Beatriz Franco faz poesia brasileira, cristalina e precisa – na melhor tradição de Cecília e Cabral”.


Serviço
Evento:
Última semana exposições Dez anos de fotografia espanhola contemporânea – Coleção Fundação Coca-Cola e Sob o mesmo céu
Data: em cartaz até 20 de novembro
Horário: Terça a domingo, das 13h às 19h, e sábados, das 13h às 21h.
Local: Casarão, Galeria Subsolo e Galeria 1 e Capela do MAM-BA
End.: Museu de Arte Moderna da Bahia, Av. Contorno, s/n, Solar do Unhão
Informações: 3117 6139

*Ana Luzia Rodrigues é coordenadora do Núcleo de Comunicação do MAM-BA.
* Fotojornalismo: Antonio Nelson. Imagem produzida na visita ao MAM.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Greve no atual cenário político e sindical



Sentinela - André Luís*




Conforme descrevem os dicionários, o conceito de greve traz consigo a palavra interrupção. Ou seja, é uma suspensão voluntária dos serviços prestados com o intuito de manifestar uma insatisfação acerca de uma condição julgada negativa por quem protesta. Sem embargo do conceito, os movimentos grevistas nos últimos anos têm colecionado perdas em razão da sistemática injunção do Capital aliado aos Governos, e ambos movimentando a Justiça, os quais arregimentam forças para oprimir aquele que se insere no movimento grevista, ameaçando-o com perda de gratificações, avaliações periódicas negativas, cortes de ponto, compensação hora a hora e toda a sorte de assédio psicológico e funcional já fartamente relatados na literatura específica.

Malgrado a greve seja um direito assegurado pela Carta Magna, o seu exercício jamais fora praticado de forma pacífica – e nem será – uma vez que o objetivo central do movimento é incomodar pela ausência e destacar a importância da atividade suspensa e dos seus agentes.


Esse quadro de violência a um direito constitucional jamais ocorreria de forma tão célere não fosse a efetiva participação dos sindicatos e centrais sindicais na negociação coletiva lesiva aos direitos dos trabalhadores perante governos e empresas.

A ascensão da esquerda ao poder se constituiu inicialmente numa onda de esperança no reforço das políticas e instituições públicas. Entretanto o que se vê é o velho projeto liberal de entregar o Estado ao mercado. Jamais houvera tamanha decepção! Movimentos de esquerda lapidados nos embates sociais e compostos por trabalhadores continuaram justamente trabalhando pelos privilégios dos detentores do poder econômico. Estando no poder, a esquerda precisou deixar encarregados nos postos estratégicos do movimento sindical, o que responde pela implementação das políticas anti-greve e pelas ações de combate mornas quase sem resultados.

Para não serem acusados de traidores dos trabalhadores os sindicatos aliados aos governos disparam uma greve, entretanto discursam de forma moderada, desviam os ataques aos patrões, não mobilizam os trabalhadores, muitas vezes, ao contrário, desmobilizam e mesmo diante de decisões coletivas em assembleias pelo embate direto ao governo tratam de aliviar o peso das pedras lançadas, alterando datas de assembleias, calendários de mobilização, inviabilizando a participação da base nas discussões, viagens, reuniões ampliadas, e uma série de outras medidas.

Nesse contexto nascem movimentos alternativos, os quais se classificam como ‘verdadeira esquerda’, por possuírem ações voltadas de forma contundente para os interesses do trabalhador, sem mescla a interesses patronais. Há um exemplo inconteste dessa mescla patronal nos movimentos sociais: os dirigentes sindicais subordinados ao poder sempre trarão assuntos que provoquem dissidências entre a categoria, para que ela se desgaste por si só, além de colocarem em votação assuntos que não pertinem ao movimento grevista, mas tão somente aos patrões, como o estabelecimento de serviços essenciais.

Ora, os mestres da greve sabem perfeitamente que se deve deflagrar uma greve – suspensão total dos serviços, interrupção de atendimentos – para provocar tensão de um lado; do outro, os interessados que se movimentem no estabelecimento de limites ao exercício da greve.

É dessa tensão que ocorre a lapidação do direito e o acesso ao objetivo colimado. O que aconteceria se nesse mecanismo fosse inserido um elemento do patronato no lado dos trabalhadores? É nesse ponto que entram os movimentos apelidados de ‘radicais’ – pecha, na maioria das vezes, difamatória – os quais buscam defender, às vezes de forma passional, o direito dos trabalhadores.

Esses movimentos estão crescendo, como uma gestação de uma nova ‘esquerda’. Terá, entretanto, outro nome, porque o que está nascendo é algo que vai renovar o cenário político brasileiro.


*André Luís – É da equipe do Sentinelas, Servidor do TRT 5ª Região, integrante do Coletivo Renova Sindjufe.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

COPA 2014

Saiu no Le Monde Diplomatique Brasil impresso.


A Lei Geral dos interesses particulares



Autoridades brasileiras parecem admitir que a recepção de um megaevento esportivo autoriza também megaviolações de direitos, megaindividamento público e megairregularidades. É preciso questionar a legitimidade desse tipo de relação de vassalagem política, que endossa um bloco de negócios privados gerador de considerável ônus público.


Por Thiago A. P. Hoshino e Leandro-Franklin-Gorsdorf. Leia na íntegra:
Le Monde Diplomatique Brasil.




domingo, 13 de novembro de 2011

Corram com a marcha que a polícia vem aí

TELEANÁLISE


Sentinela - Malu Fontes*


E
nquanto mais um ministro passava a semana pendurado no pau de arara das denúncias de corrupção, desta vez no Ministério do Trabalho, o Brasil acompanhava take a take pela TV os movimentos de uma espécie de Malhação real, em versão para adultos e com ares de suspense policial: a peleja travada entre a Polícia Militar de São Paulo e o grupo de estudantes que invadiu a Reitoria da USP após três alunos terem sido levados para uma delegacia por terem sido flagrados fumando maconha no campus. Esse “era” o embate inicial, um conflito interno travado entre uma penca de alunos e a PM.

No entanto, assim que o conflito se estabeleceu e chegou à opinião pública, o caldo entornou. O roteiro foi ficando cada vez mais complexo e non sense, o número de personagens envolvidos foi aumentando literalmente aos milhares a cada dia e papéis de mocinhos, vítimas, heróis, vilões, bárbaros e bandidos foram sendo atribuídos, seguidos de pedido de clemência ou de invocação a um massacre moral ou físico sumário, por tudo o quanto é gente que hoje pode dar sua opinião, seja diante de uma câmera de TV, numa entrevista a um repórter de veículo impresso ou online, numa rede social ou nos comentários postados sobre a cobertura do assunto nos sites jornalísticos.

VILÃO - É preciso dizer que o roteiro muda completamente de versão e os personagens mudam completamente de atores a depender dos lugares sociais, econômicos, ideológicos, e sabe-se lá o que mais outros, de quem os vê e os adjetiva. Um mesmo ator social pode, nesses roteiros construídos pela opinião pública, como se tem visto na cobertura televisiva e em toda a midiosfera, assumir, em um, o papel de vilão estrategista interessado em privatizar a USP, em outro o de mocinho-salvador da pátria e da honra moral da universidade pública e, em um outro roteiro, o de um picolé de chuchu invertebrado que não tem pulso firme o suficiente para mandar a PM arrebentar com um boa coça os arruaceiros, vagabundos e maconheiros que, ao invés de estudar, querem puxar um fumo à vontade sem serem importunados na universidade.

Esse papel triplo na trama USP versus PM tem sido atribuído a ninguém menos que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Os partidos de esquerda radicais como o PCO (Partido da Causa Operária) ficam com a primeira opção para caracterizar o papel do governador nesse imbróglio, a opinião pública média tende a ficar com a segunda classificação e os conservadores saudosistas da ditadura não pestanejam em categorizá-lo no terceiro papel. Para quem viu o programa do Partido da Causa Operária exibido essa semana no Horário Eleitoral Gratuito na TV deve ter ouvido a explicação da legenda para o que aconteceu: os estudantes que invadiram a reitoria da USP o fizeram como revolucionários que são, em sua luta em favor da sociedade brasileira e contra a sanha estatizadora do tucanato contra as universidades públicas. Que maconha? Não, essa versão jamais chegou aos ouvidos do PCO.

Embora muitos comentaristas que defendem o direito dos uspianos fumarem seu bagulho à vontade no campus sem serem importunados pela Polícia tenham dito que a mídia tradicional massacrou os manifestantes, a verdade é que muitos jornalistas os defenderam em suas colunas. Outros tantos, entre personalidades, especialistas e professores defensores de um tratamento, digamos, ‘diferenciado’ aos universitários por parte da Polícia, também se manifestaram em diversos debates na TV fechada (na aberta os debates inexistem). O nó maior da questão do conflito na USP se deu não em função do episódio inicial, mas no fato de este ter se transformado no estopim de trocentos mil debates que não há como um veículo como a TV explicar claramente a seus telespectadores. Primeiro, apenas uma pequeníssima parte da opinião pública brasileira sabe que a Polícia não entra nos campi universitários públicos por uma conquista e ao mesmo tempo um tabu herdados da ditadura militar.

CRACOLÂNDIA - Como, na época da ditadura e em parte do tempo que a precedeu a Polícia entrava na Universidade não para policiar, mas para prender, censurar e reprimir professores e alunos considerados subversivos, com a redemocratização, um dos direitos conquistados pelas universidades públicas foi o de se proteger da Polícia, mantendo-a longe. No entanto, as coisas no Brasil mudaram um tantinho desde o fim da ditadura, a violência urbana explodiu e como a universidade não é uma bolha em relação às cidades onde estão instaladas, a criminalidade também chegou aos campi com assassinatos, estupros, roubos e tráfico. Diante dessa mudança de cenário, boa parte de estudantes e professores hoje já se deram conta que esse conto da carochinha de Polícia só da porta para fora não irá muito longe. Foi o que aconteceu na USP. Um estudante foi assassinado durante um assalto e desde então a USP (que é estadual, mantida pelo Governo de São Paulo), fez um acordo para a PM atuar dentro do Campus.

Era uma questão de tempo: os policiais viram estudantes fumando maconha no campus da USP, maconha ainda é uma droga ilícita, não fizeram vista grossa e o resto é o que se viu na imprensa. O que começou com umas tragadas evoluiu para a rejeição já existente contra o reitor, para as relações entre o PSDB e os partidos de esquerda e chegou à campanha eleitoral, quando o candidato do PT ao governo de São Paulo, o atual ministro da Educação, Fernando Haddad, insinuou que a Polícia havia exagerado ao invadir a reitoria ocupada pelos estudantes. Afirmou que a USP não é a cracolândia (para ser invadida daquele jeito). Mesmo que o caso da USP comporte uma série de questões peculiares, a universidade pública que bote as barbas de molho, pois, do jeito que a coisa anda em termos de segurança pública no país, é bom que os estudantes abracem mais fortemente a causa e as marchas da legalização da maconha, pois, sim, a Polícia vem aí e nunca vai ter modos de mordomo francês.


*Malu Fontes
é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA.
maluzes@gmail.com

sábado, 12 de novembro de 2011

Delegado Protógenes Queiroz candidato a prefeito de Salvador?

Sentinela - Antonio Nelson*

O descaso da administração pública de Salvador com a orla e a contracultura baiana também foram assuntos em destaque:
Entrevista: delegado Protógenes com Adelson Carvalho by antonionelsonlp

*Produção: Antonio Nelson. Entrevista no período em que labutei na Rádio Sociedade da Bahia, realizada no primeiro semestre de 2011.
*Saiba mais:


Antonio Nelson - No último seminário da Petrobrás, o qual contou com sua participação, cujo tema foi “A Ética nas Organizações Empresariais”, o senhor mencionou que as empresas agem pior do que Stálin e Hitler. Poderia explicar melhor essa afirmativa?

Francisco Karam - Eu acredito que tenha me expressado mal, por dizer que agem pior do que Stálin e Hitler, mas elas são muito autoritárias e eventualmente racistas no seguinte aspecto: recortes da realidade. Confira na íntegra: “A Ética nas Organizações Empresariais”.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Paixão literária

Os ladrões e o galo

Uma casa foi invadida por ladrões. Seu butim se reduziu a um galo que levaram ao deixar o local. Iam sacrificá-lo quando a ave lhes pediu o seguinte:
- Deixem-me ir embora; já não faço o bem aos homens quando os acordo à noite para irem ao trabalho?
E os ladrões responderam:
- Uma razão a mais para te matar. Acordando-os, nos impede de roubar.
O virtuoso vê o bem onde o celerado vê um obstáculo.



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O desabafo de Ruy Espinheira na Bienal do Livro da Bahia

Sentinela - Antonio Nelson
Num passeio pela X Bienal do Livro da Bahia 2011, encontro Ruy Espinheira! Ruy já tinha agenda marcada para assistir o Café Literário, realizado na Bienal. Após cumprimentos, ofereci o convite para me conceder entrevista. Bastante receptivo e incisivo nas declarações, percebi que Ruy estava entregue à atemporalidade. Tive que recordá-lo da sua agenda.

Ruy Espinheira Filho - Nasceu em Salvador/Bahia, é escritor, poeta, jornalista, doutor honoris causa pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB (1999), professor aposentado, lecinou Letras Vernáculas na UFBA (Universidade Federal da Bahia), membro da Academia de Letras de Jequié e da Bahia. Mestre em Ciências Sociais. É também colunista do jornal A Tarde*.
Antonio Nelson – O que lhe inquieta agora?

Ruy Espinheira –
Objetivamente, me entristece a cidade do Salvador estar entregue ao abandono pela administração pública. Falta espaço cultural. "Hoje a cultura está no entretenimento e no rebolado”. As artes plásticas e a literatura não são valorizadas. Aconteceu um empobrecimento nas últimas duas décadas. Nós estamos no pior momento cultural na Bahia. Nas décadas de 1960 e 70 foi melhor. “Nossos administradores não se importam, a não ser que possam manipular os interesses próprios. A indústria do entretenimento e da pornografia é valorizada. Que cultura atualmente a Bahia exporta? São raros exemplos com qualidade que exportam nossa cultura".

A.N – Quais são os exemplos?

R.E –
Prefiro não citar nomes. Serei injusto. Posso esquecer alguns. Mas basta ficar atento. Eu tinha expectativa de mudança com a posse do governador Jaques Wagner. A mudança precisa acontecer pela educação. E é fenômeno nacional. A Bahia não é mais uma cidade crítica. Se aceita tudo. Tudo é nivelado por baixo.

A.N – Como você avalia a qualidade de conteúdo dos meios de comunicação de massa da Bahia?

R.E –
O que tem de melhor não têm. Os meios ocupam com o que há de pior. Além disso, nossos políticos não valorizam a adoção de livros como fazem os gaúchos. Atualmente a Bahia está com a pior cultura do nordeste. Na imprensa não têm um suplemento de arte e literatura, uma crítica das obras culturais na cinematografia. “PT e cultura vivem mundos diferentes. Com Lula melhorou. Com o PSDB seria pior. FHC foi ruim para o país. Ele trabalha para São Paulo. Ser de esquerda ou direita é um risco. São extremos. A militância é fanática. Quem pensa que vai manipular intelectuais por ideologia está enganado. A arte não se vende”. Os meios de comunicação de massa deixam a desejar. Nacionalmente, o que restou do JB? Fui professor de jornalismo por mais de 20 anos na UFBA.


A.N – Quais as suas expectativas para as eleições municipais de 2012?

R.E – As arrumações e ambições políticas assolam a política da Bahia.
A.N – Quanto à possível candidatura de Mário Kertész?

R.E –
“Mário Kertész é cria de ACM. Ultimamente partido político não muda nada. Pra mim são todos iguais. São gêmeos. Prefiro não entender porque o PT se aliou ao Carlismo. Quem é o vice de Wagner? E o César Borges na chapa do Senado, está em nome de quem? Nacionalmente, vejamos a aliança com Sarney, Collor e Lula no Palácio do Planalto. Se você se alia aos canalhas... Como você convida pessoas que você lutou contra? Qual mudança haverá?

A.N – Copa do Mundo 2014?
R.E – "A Copa é uma patacoada. Não sou ingênuo de pensar que a Copa não trará prejuízos de superfaturamento. Os casos de corrupção no Brasil hoje só são bilhões. Com certeza a corrupção está imperando na Copa". Vejamos os hospitais no Estado. E a construção com bilhões na ponte Salvador-Itaparica. O Brasil é uma nação rica. Mas tem que construir pirâmides para mostrar para o mundo. As vias que levam do aeroporto até a Fonte Nova possivelmente vão resolver. Mas em Lauro de Freitas haverá um gargalo, um horror. Eu moro em Buscaville! "O povo vai pagar o prejuízo. A vida do baiano não vai melhorar".

*
Saiba mais sobre "A Ética nas Organizações Empresariais" com o jornalista e professor Francisco Karam.

Sarney, o prejuízo pro Brasil

Entrevista: Palmério Dória com Adelson Carvalho

Sentinela - Antonio Nelson

Acordo inquieto! Razão e emoção em constante ebulição.

Vossa Excelência, senador José Sarney foi reeleito presidente do Senado. Compartilhei minha angústia na redação da Rádio Sociedade da Bahia. Era 02 de fevereiro de 2011. Eu atuava no jornalismo e na programação da rádio simultaneamente. Após o fato, dialoguei com o jornalista e apresentador Adelson Carvalho, do programa Sociedade Alerta. Não contive o ímpeto pelo interesse público; e convicto da perspicácia do amigo Adelson Carvalho, manifestei meu desejo em realizar entrevista exclusiva com o jornalista Palmério Dória - autor do livro: Honoráveis Bandidos. De praxe, a sinergia construída entre eu e Adelson Carvalho materializou o bate-papo com Palmério Dória.Confira na íntegra o audio:


































PALMÉRIO DÓREA by antonionelsonlp

*Antonio Nelson labutou na Rádio Sociedade da Bahia, e produziu a entrevista em 01/02/11.

*Saiba mais! O Jornalista e Professor Francisco Karam me responde sobre:

“A Ética nas Organizações Empresariais”









terça-feira, 8 de novembro de 2011

Físico e Sentinela - Frederick Santos é mediador do Café Científico da Ufba

Sentinela - Antonio Nelson


Com entrada franca, o Café Científico da Universidade Federal Bahia (UFBA) têm como mediador o professor de Física da UFBA, Frederik Santos. Mestrando em Filosofia Contemporânea (PPGF/UFBA), pesquisador da área de História e Filosofia dos problemas nos Fundamentos da Macânica Quântica, Frederik Santos também atua na área de educação para surdos como professor bilíngüe (Portugues/Língua Brasileira de Sinais), e agente político.



Frederik Santos digita na coluna: Tecnologia & Sociedade.

Confira na íntegra a programação enviada pelo Sentinela - Frederick Santos:


Olival Freire Jr. (IF-UFBA)
A saga dos dissidentes quânticos
08/11, 10-11
Mediador: Frederik Moreira dos Santos (LEHFIBio, IB-UFBA)
Local:
PAF 3 Auditório

Asher Kiperstok – (EP,UFBA)
Produção e consumo sustentáveis
08/11, 10-11
Mediadora: Márcia Luzia Cardoso Neves (LEHFIBio, IB-UFBA)
Local: IBIO Sl. 1

Ângelo Serpa (IGEO, UFBA)
As relações entre lugar e mídia na cidade contemporânea
08/11, 10-11
Local: IBIO Sl.2
Mediadora: Dalia Melissa Conrado (LEHFIBio, IB-UFBA)

Robert Verhine (FACED, PROPG-UFBA)
A Pós-Graduação – um caminho para o futuro
08/11, 15:30-16:30
Local: PAF 3 Auditório
Mediador: Nei Nunes-Neto (LEHFIBio, IB-UFBA)

Helena Katz (Faculdade de Dança, UFBa )
O corpo da vida on-line: fazendo arte no tempo dos desvínculos
08/11, 15:30-16:30
Mediadora: Gisele Nussbaumer (FACOM, UFBA) (a confirmar)
Local: IBIO Sl. 1

Saulo Carneiro (IF-UFBA)O Prêmio Nobel de 2011 e os desafios da cosmologia
08/11, 15:30-16:30
Mediador: Breno Pascal de Lacerda Brito (LEHFIBio, IB-UFBA)
Local: IBIO Sl.2

Augusto Loureiro (EP-UFBA)
Do futebol de robôs à solução para problemas do cotidiano
08/11, 15:30-16:30
Local: IBIO Sl. 4
Mediadora: Izaura Cruz (ENCIMA, FACED-UFBA)

Dante Galeffi (FACED-UFBA)
A Emergência tri-ética planetária e a educação necessária ao desenvolvimento humano tri-sustentável
08/11, 20:30-21:30
Mediadora: Maria Aparecida Santana (LEHFIBio, IB-UFBA)
Local: PAF 3 Auditório

Mauro Castelo Branco (FFCH, UFBA)
Contexto da Descoberta
08/11, 20:30-21:30
Local: PAF 3, Sala videoconferência
Mediador: Breno Pascal de Lacerda Brito (LEHFIBio, IB-UFBA)

Hilton Japyassu (IBIO-UFBA)
"O Problema Mente-Corpo: Perspectivas etológicas".
09/11, 10-11
Mediação: Blandina Viana (IBIO-UFBA)
Local: IBIO Sl.1

Sérgio Coelho Borges Farias (IHAC, UFBA)
“a interdisciplinaridade e o domínio estético nos processos de aprendizagem”
09/11, 10-11
Mediador: Breno Pascal de Lacerda Brito (LEHFIBio, IB-UFBA)
Local: PAF 3 Auditório

Ivani Santana (IHAC-UFBA)
Arte em rede!
09/11, 10-11
Mediador: Ricardo Santos do Carmo (LEHFIBio, IB-UFBA)
Local: IBIO Sl.2

Charbel El-Hani (IBIO-UFBA)
"Por que o darwinismo não é necessariamente a luta de todos contra todos".
09/11, 15:30-16:30
Local: IBIO Sl.2

Naomar de Almeida Filho (ISC-UFBA)
“Desde quando a Universidade se interessa por Pesquisa e Criação?”
09/11, 15:30-16:30
Mediador: Frederik Moreira dos Santos (LEHFIBio, IB-UFBA)
Local:
PAF 3 Auditório















Os artigos assinados não representam necessáriamente a opinião do Sentinelas da Liberdade. São da inteira responsabilidade dos signatários. Sentinelas da Liberdade é uma tribuna livre, acessível a todos os interessados.