sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ratoeira Cênica entrevista Luiz Marfuz, diretor do espetáculo Meu Nome é Mentira

Saiu no Ratoeira Cênica







Enoe Lopes Pontes – Como foi que os alunos escolherem você como coordenador?

Luiz Marfuz – Aconteceu partir de um desejo mútuo e antigo. Desde o final do primeiro semestre, quando tive contato com os estudantes, através do componente Estética Teatral, eles sinalizaram que gostariam que estivéssemos juntos na formatura. Mas era aquela história de conversa de pátio da Escola. É uma turma por quem sempre tive carinho. E eu curtia o humor deles e o resultado dos trabalhos nas mostras. No início deste ano, o convite foi formalizado. E como sou do Departamento de Técnicas [do Espetáculo], conversamos com Maurício [Pedrosa] e Hebe [Alves], que apresentaram a proposta aos respectivos professores, que aprovaram. Mas já começamos a nos reunir para pensar no texto e na produção do espetáculo no final do primeiro semestre.

ELP – Qual é a sua opinião sobre dirigir um espetáculo de formatura do curso de interpretação?

LM –
Este é o segundo espetáculo que dirijo. O primeiro foi Atire a Primeira Pedra, em 2008. Eu gosto muito porque é um processo de experimentação e renovação. Com uma turma de formandos você pode ir além, não ter medo de se arriscar. O interessante é que gosto dos extremos: trabalhar com atores profissionais de 10 a 30 anos de carreira (como foi o caso de As Velhas) e agora com jovens atores que estão se lançando numa aventura de pesquisa da linguagem teatral. Nesse sentido, acho que há uma migração de saberes e fazeres. Aquilo que é conquistado no campo profissional procuro trazer para o processo de montagem do espetáculo de formatura e vice-versa. São atores ávidos de conhecer, fazer, propor. É uma zona de risco e prazer sem limites.

ELP - Como foi a escolha do texto?

LM – Eu sempre pergunto qual é a expectativa do grupo antes de propor algo. No caso de Atire, eles tinham interesse em montar Nelson Rodrigues. Então eu propus a adaptação dos contos de A Vida Como Ela É. Já com esta turma, o texto não foi o ponto de partida, mas o desejo e as habilidades. Eles disseram que gostariam de explorar a veia musical e de humor do grupo. Lembrei de Brecht. Eles gostaram, porque tinham tido pouco contato com o Teatro Épico. Então pensei em puxar o cômico e o musical para o campo político, numa plataforma estética que desse a chance de explorar e pesquisar um universo de possibilidades temáticas, poéticas e de estilos de atuação. Estava tentando montar com o Grupo Toca de Teatro (originado de Atire a Primeira Pedra) o espetáculo Meu Nome é Mentira, inspirado numa fábula de Brecht, retirada de A Exceção e a Regra. Como o projeto não se realizou por falta de recursos, achei que era o momento certo. Aí veio tudo a calhar, porque gosto de palco cheio, a ideia do coletivo em cena. E agora estamos com 18 atores e mais três músicos no palco. Vamos ver no que vai dar. Confira na íntegra: Ratoeira Cênica

SERVIÇO
Onde:
Teatro Martim Gonçalves

Quando: De 17 a 27 de novembro de 2011, de terça a domingo. Sábado e domingos duas sessões: às 17h00 e 20h00.
Ingressos:
Entrada Franca. Senhas distribuídas 2 horas antes do início do espetáculo.
Contatos: Produção (Susan Kalik: 8760-6074 e Lucas Lacerda: 9969-2067);

Divulgação (Cláudia Pedreira: 8879-7994); Direção (Luiz Marfuz: 9964-6400)

Sinopse do Espetáculo

Um explorador de um minério raro na região oeste da Bahia mata inexplicavelmente seu empregado durante uma expedição. Ele é acusado de cometer crime ideológico de classe. Seu julgamento converte o tribunal numa arena de absurdos onde juízes, advogados, testemunhas e atores mostram diversas versões do fato em que verdade e mentira se misturam para revelar a crise da representação teatral. É também uma paródia à espetacularização dos chamados “julgamentos do século”, que fazem do fato uma ficção e transforma as pessoas em personagens de dramas e comédias. O espetáculo é escrito e dirigido por Luiz Marfuz e tem como ponto de partida uma fábula de Brecht. São 42 personagens, 18 atores e 03 músicos em cena, todos formandos do curso de Interpretação da Escola de Teatro de Universidade Federal da Bahia. Eles dialogam com as estratégias do Teatro Épico e outras formas cênicas, como a Farsa, a Tragicomédia, a música brechtiana e o teatro coreográfico, revisitadas à luz da contemporaneidade.

Espetáculo: Meu Nome é Mentira
Texto e Direção: Luiz Marfuz
Elenco: Alice Cunha, Anita Cione, Brisa Rodrigues, Bruna Scavuzzi,
Carlos Darzé, Dio Polon, Elmir Mateus, Fabíola Júlia, Francisco Vilares,
Luana Matos, Lucas Lacerda, Luciana Hortélio, Marcia Lima, Moara Rocha,
Ricardo Borges, Rivisson Zurc, Vera Pessoa e Nando Zâmbia
Cenário e Adereços: Rodrigo Frota
Figurino: Thiago Romero
Direção Musical: Luciano Bahia
Iluminação: Pedro Dultra
Preparação Vocal: Marcelo Jardim
Coreografia: Marilza Oliveira
Preparação Corporal: Lilih Cury
Mímica Corporal Dramática: Débora Moreira
Músicos em cena: Leopoldo Vaz Eustáquio, Nando Zâmbia e Tomaz Loureiro
Equipe de Assistência de direção: Leonel Henckes, Fernanda Júlia, Lilih Cury, Ísis Barreto, Bruno Bozetti e Henrique Bezerra.
Divulgação: Cláudia Pedreira
Produção: Kalik Produções Artísticas
Produção Executiva: Francisco Xavier
Direção de produção: Susan Kalik
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As fotos de um dia de ensaio de Meu Nome é Mentira foram fornecidas pela Produção do espetáculo.













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