sábado, 31 de dezembro de 2011

Entrevista exclusiva - Maestro Hugo Sanbone


"A educação é a solução para o povo perceber o quanto o Brasil é rico culturalmente".

Maestro Hugo Sanbone



Sentinela - Antonio Nelson



No Brasil Oficial e no Brasil Real há um abismo além da indústria do axé, especialmente na Bahia. A necessidade de aglutinar força é um dos principais elementos motrizes para romper o clichê da imposição da grande mídia no pensamento único. Através das redes sociais o Brasil Real passa a ter voz.

Num descontraído bate-papo com o maestro, compositor e arranjador sergipano - Hugo Sanbone, que rege a Sanbone Pagode Orquestra, realizei um diálogo no XVII Festival de Música Instrumental da Bahia, em 17 de dezembro, no Teatro Vila Velha - Passeio Público. Além disso, Hugo Sanbone responde sobre a projeto de lei da deputada Luiza Maia (PT) que tem objetivo de proibir o Poder Público de contratar artistas cujas músicas estimulam a violência e o preconceito contra as mulheres. Confira:


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

1 ano: Conversa Fiada com Paulo Henrique Amorim


"Agora os jornalistas são todos especialistas. Lá em São Paulo são todos especialistas. Eles são especialistas em dizer coisas aos banqueiros em que os banqueiros já sabem".
PHA


E
scute a entrevista exclusiva do jornalista Paulo Henrique Amorim ao Programa Conversa Fiada, apresentado por Gil Dillon na Rádio Sociedade da Bahia.
PHA respondeu ao Gil sobre família, Rio de Janeiro, infância, sexo, o primeiro beijo, como nasceu o "Olá, tudo bem"; Rede Globo, o prazer de ser repórter, Tom Jobim, mercado de trabalho, jornalistas de mercado, Daniel Dantas,
diploma de jornalista, Wikileaks, revista Veja etc. Confira tudo abaixo na íntegra:




















Conversa Fiada, 24 de dezembro de 2010.

Produção e Foto:
Antonio Nelson.

Jornalismo "investigativo"



"Eu fico um pouco irritado com essa expressão jornalismo investigativo. Por que eu acho que na verdade isso é um pleonasmo". PHA.

Opportunity se defende da "privataria"


Saiu no Nassif

Por wilson yoshio.blogspot

Do Congresso Em Foco

Opportunity se manifesta sobre “privataria tucana”

Em nota, assessoria do grupo de Daniel Dantas rebate as denúncias do livro de Amaury Ribeiro Jr.

por Rudolfo Lago | 20/12/2011 16:11

Nota do Opportunity, de Daniel Dantas, rebate denúncias do livro "A Privataria Tucana" - Antonio Cruz/ABr

Em nota enviada ao Congresso em Foco, a assessoria do grupo Opportunity, que pertence ao empresário Daniel Dantas, se manifestou sobre o conteúdo da entrevista exclusiva que este site fez com o jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor de A privataria tucana. O livro de Amaury reúne documentos – a maioria recolhidos pela CPI do Banestado – que tratam do processo de privatização de empresas estatais ocorrido no governo Fernando Henrique Cardoso e de operações em paraísos fiscais que Amaury relaciona a esse processo.

Na nota, o Opportunity nega que tenha sido beneficiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no leilão da Telebrás. De acordo com o grupo, essa denúncia resulta de “diálogos incompletos pinçados das fitas do BNDES”, numa referência ao caso das conversas gravadas em 1998 de pessoas ligadas ao banco e ao processo de privatização, que ficou conhecido como escândalo dos grampos do BNDES. O Opportunity acrescenta que a carta de fiança obtida pelo banco às vésperas da privatização não foi fundamental para a participação no leilão de privatização. “Além do Banco do Brasil, o Opportunity tinha cartas de fiança do Citibank, do Unibanco e do Banco Francês Brasileiro, mais que suficientes para pagar as aquisições que pretendia fazer. Ou seja, o Opportunity não precisava da carta de fiança do Banco do Brasil”, afirma a nota.

O texto menciona também a sociedade entre a irmã de Daniel Dantas, Verônica Dantas Rodenburg, e a filha de José Serra, Verônica Serra. Segundo a nota, Verônica Dantas foi indicada para ser conselheira da empresa JVN Decidir, não sócia.

Leia a íntegra da nota do Opportunity


Dicas sobre Dantas para o livro do Amaury, 20a. edição


Do site Conversa Afiada - PHA

Lá no Sindicato dos Bancarios, o Amaury meteu o dedo noutra ferida: a CPI vai entrar na participação do PiG na Privataria.

Não é isso ?

Aí vai:

Dica 1 – Por que a mídia está ignorando a Privataria? Porque ela participou do jogo, ativamente. Hoje, poucas pessoas têm essa lembrança, mas vale destacar alguns dados:

* Grupo Globo – Disputou a privatização da Telesp fixa, Telerj/Telesc Celular e Telesp Celular (perdeu para a Telefônica) e venceu o leilão das celulares Tele Celular Sul (Paraná e Santa Catarina) e Tele Nordeste Celular (CE, RN, PB, PE, PI e AL). O consórcio vencedor tinha o grupo Vicunha, Bradesco e Telecom Italia. Vendeu suas participações para a Telecom Italia. Hoje as operações são da TIM. Foi sócia da Telecom Italia no Globo.com e depois vendeu o controle da Net Serviços para a Embratel, depois de negociar com praticamente todas as empresas de telecomunicações atuantes no Brasil.

* Grupo RBS – Disputou a privatização ao lado da Telefônica e foi vencedor da disputa pelo consórcio que levou a operação da Telesp fixa. Depois acabou saindo porque se sentiu enganada pela tele espanhola, já que o projeto original era levar a Tele Centro Sul (que depois mudou de nome para Brasil telecom e hoje é parte da Oi). Antes de disputar a privatização em 1998, a RBS já havia sido sócia da Telefônica na CRT, a empresa de telecomunicações do Rio Grande do Sul que foi privatizada alguns anos antes. Além disso, a RBS vendeu o Terra para a Telefônica.

* Grupo OESP – Participou do consórcio que levou a operadora de celular competitiva na cidade de São Paulo (banda B) ao lado de empresas como a Bell South e Banco Safra. Posteriormente, não aguentou os investimentos e acabou vendendo sua participação.

* Grupo Folha – Não disputou o leilão da Telebrás. Mas chegou a negociar com alguns investidores a sua entrada no mercado de TV a cabo. Alguns anos após a privatização, tornou-se sócia da Portugal Telecom (acionista da Telesp Celular, hoje Vivo) no portal UOL.

* Band – Entrou no mercado de TV a cabo em 1998 e foi sócia da Telemar e do Opportunity no portal iG.

* Abril – Não disputou a privatização, mas vendeu por cerca de R$ 1 bilhão a operação de TV por assinatura TVA para a Telefônica em 2006. Antes disso, foi sócia da Folha no UOL até a entrada da Portugal telecom, quando as relações azedaram.


* SBT – Entrou no mercado de TV a cabo ao lado da Band e Diários Associados.

* Diários Associados – Entrou no mercado de TV a cabo ao lado de Band e SBT.

Dica 2 – Opportunity Silicon Valley LLC e as ligações Daniel Dantas/Verônica Serra. Pouca gente sabe, mas nos idos tempos da bolha de Internet de 2000, Daniel Dantas e seu Opportunity tentaram ser o Facebook da época. Investiram em várias start-ups e “agrupavam” estes investimentos em uma picaretagem chamada “Opportunity Silicomn Valley LLC”, que nada mais era do que uma empresa destinada a atrair investidores para essas empresinhas. Entre elas estavam a Decidir.com, da Verônica Serra, o iG, Radix, NO. e outras desimportantes. Quem tiver curiosidade, é só buscar no supre-mencionado web.archives.org o site www.opportunitysv.com em que tudo isso está registrado, já que o site não existe mais. O link direto é:

http://web.archive.org/web/20010410175102/http://www.opportunitysv.com/index.html

Assinado,

Stanley Burburinho II, o implacável. Confira na íntegra: Conversa Afiada.
Link

Assembleia está distribuindo milhões a ex-deputados em auxílio moradia retroativo


Saiu no Acerto de Contas

Em ato secreto


Por Pierre Lucena

A Assembleia Legislativa de Pernambuco decidiu, em ato secreto da Mesa Diretora, pagar auxílio-moradia a diversos deputados e ex-deputados, inclusive que moram em Recife. E a lista está repleta de atuais figurões da política pernambucana.

O valor pode chegar a mais de R$ 1 milhão por deputado (ou ex-deputado).

O ato de pagar auxílio-moradia a deputados residentes em Recife já poderia ser considerado um escárnio, mas o fato toma ares de escândalo quando entenderem a escabrosa história que irei relatar. Na íntegra:

Acerto de Contas.


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Por Milene Maia - Sanbone Pagode Orquestra

"A edução é a solução para o povo perceber o quanto o Brasil é rico culturalmente".

Maestro Hugo Sanbone

Os melhores momentos da Sabone Pagode Orquestra no XVII Festival de Música Instrumental da Bahia, de 16 a 18 de dezembro, no Teatro Vila Velha - Passeio Público.



Milene Maia está no corpo discente de Cinema e Audiovisual na UFBA (Universidade Federal da Bahia).

A ficção de Merval Pereira e seu ghost writer


Saiu no Nassif

Em italico sublinhado, minhas observações

Política

A ficção do Amaury

Merval Pereira, O Globo

O livro “Privataria tucana”, da Geração Editorial, de autoria de Amaury Ribeiro Jr, é um sucesso de propaganda política do chamado marketing viral, utilizando-se dos novos meios de comunicação e dos blogueiros chapa-branca para criar um clima de mistério em torno de suas denúncias supostamente bombásticas, baseadas em “documentos, muitos documentos”, como definiu um desses blogueiros em uma entrevista com o autor do livro.

Disseminou-se a idéia de que a chamada “imprensa tradicional” não deu destaque ao livro, ao contrário do mundo da internet, para proteger o ex-candidato tucano à presidência José Serra, que é o centro das denúncias.

Estariam os “jornalões” usando dois pesos e duas medidas em relação a Amaury Jr, pois enquanto acatam denúncias de bandidos contra o governo petista, alegam que ele está sendo processado e, portanto, não teria credibilidade?

É justamente o contrário. A chamada “grande imprensa”, por ter mais responsabilidade que os blogueiros ditos independentes, mas que, na maioria, são sustentados pela verba oficial e fazem propaganda política, demorou mais a entrar no assunto, ou simplesmente não entrará, por que precisava analisar com tranqüilidade o livro para verificar se ele realmente acrescenta dados novos às denúncias sobre as privatizações, e se tem provas.

Como assim? Qual a responsabilidade na denúncia de que foram entregues centenas de milhares de dólares em um envelope no Palácio do Planalto? E a do "consultor" Ruben Quícoli, que dizia que com propina seria possível levantar R$ 10 bi no BNDES para uma fabriqueta? E a denúncia de que Dilma encomendaria dossiês para o Ministério da Justiça, ou a ficha falsa de Dilma? Merval deveria ter mais responsabilidade ao escrever, ainda mais criando para si esse papel de jornalista sério em veículo sério. Não é do estilo do Merval essas manifestações de indignação. Corto um dedo se o ghost writer dessa tertúlia não é o próprio Serra.

Outros livros, como "O Chefe", de Ivo Patarra, com acusações gravíssimas contra o governo de Lula, também não tiveram repercussão na "grande imprensa" e, por motivos óbvios, foram ignorados pela blogosfera chapa-branca.

Desde que Pedro Collor denunciou as falcatruas de seu irmão presidente, há um padrão no comportamento da “grande imprensa”: as denúncias dos que participaram das falcatruas, sejam elas quais forem, têm a credibilidade do relato por dentro do crime. Confira na íntegra:

Luís Nassif

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Celebração

Por Ruy Espinheira Filho

Se não vieste,

como celebrar a tua vinda?

A manhã é luminosa,
grande e belo será o dia
e certamente
grande e bela será também
a noite.

E não vieste.
Como sempre, não vieste.

Assim,
vou pôr rosas na mesa
e abrir o vinho,
para, mais uma vez, celebrar a tua
permanência.


Ruy Epinheira Filho enviou com exclusividade o poema: Celebração, do novo livro: Viagem & outros Poemas, para o Sentinelas da Liberdade.

Confira também:
O desabafo de Ruy Espinheira na Bienal do Livro da Bahia

A "ética" da avestruz e a esperteza da cascavel



Acabei de ler o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., “A Privataria Tucana”. E li também o artigo do articulista de O Globo, Merval Pereira, que entendeu a publicação como “ficção”. Ficção? Como assim? Não há nada na obra que remeta a esta situação. O livro é um condensado de fatos que não causa supresa para quem tem acompanhado com olhar crivo o desenrolar da vida política do País nos últimos 25 anos. O processo de privatizações da era FHC foi marcado por muita corrupção e bandidagem, como o autor demonstra cabalmente. Fato. O que Pereira faz, mal e porcamente num texto sofrível e teleguiado, é tentar encantar incauto.

A estratégia de negar com profundo silêncio um rigoroso e exaustivo processo de apuração jornalística, e amplamente documentada, denuncia algo. E perigoso. Em recente comentário veiculado nas redes sociais, o jornalista Bob Fernandes declarou: “O silêncio da grande mídia em relação ao livro de Amaury Ribeiro pode ser revelador”. Sim, revela-nos muitas inquietações, e a mais preemente ancora-se num argumento-tese, e básico: parte significativa da grande mídia no Brasil está organicamente partidarizada. E se não fosse a Internet possivelmente milhões de pessoas não teriam acesso às informações contidas na apuração de Amaury Ribeiro. Na íntegra: www.textosaovento.blogspot.com

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A Globo e o público evangélico

Saiu no Nassif

Do OpenSanti

Rio gasta R$ 2,9 milhões no festival de músicas evangélicas da Globo


Foi Malafaia que sugeriu à Globo a realização do Promessas

A prefeitura do Rio gastou R$ 2,9 milhões com a infraestrutura do Festival Promessas, de músicas gospel, realizado no dia 10, um sábado, no Aterro do Flamengo para a gravação de um especial da Rede Globo. Os gastos foram calculados para um público de 200 mil pessoas, mas compareceram apenas 20 mil, embora a apresentação tivesse incluído as principais estrelas desse tipo de música.



Pelourinho recebe maestro Zeca Freitas com Orquestra de Todos Os Santos


Sentinela – Antonio Nelson


Os ritmos da melodia baiana com o swing afro, além do samba, maracatu, e a fusão eletrônica estão presentes no repertório do maestro Zeca Freitas e sua Orquestra de Todos os Santos, no lrago do Pelourinho, nesta terça-feira, às 20h, na realização de um show inédito.

Na captação da sonoriade dos “santos”, das diversas regiões do país, ou seja, explorar, reinventar, misturar, corromper etc. o maxixe, o maracatu, o frevo, o samba, funcky carioca e outros gêneros estão em constante ebulição nas ões de Zeca e Orquestra.

Zeca e Orquestra tentam produzir o som da modernidade: ka-ópticos, tecno-ilógicos, multimidiáticos, globali(le)sados e instantâneos. O “OTS” tem a sensibilidade de captar plagas – santos – mundiais, com o intuito de compartilhar sons universais.


Mestro Zeca Freitas prestou homenagem ao Mestre Salustiano

Sentinela – Antonio Nelson


Os ritmos da melodia baiana com o swing afro, o samba, o maracatu e a fusão eletrônica estiveram presentes no repertório do maestro Zeca Freitas e sua Orquestra de Todos os Santos. Zeca e Orquestra prestaram reverência ao reger no tom do póstumo ícone pernambucano Mestre Salustiano. A homenagem aconteceu no último domingo (18), no XVII Festival de Música Instrumental da Bahia, no Teatro Vila Velha – Passeio Público.

A captação dos “santos”, das diversas regiões do país, ou seja, explorar, reinventar, misturar, corromper etc. o maxixe, o maracatu, o frevo, o samba, funcky carioca e outros gêneros estão em constante ebulição nas paresentações de Zeca e Orquestra.

Contudo, para Zeca, a Orquestra tenta produzir o som da modernidade: ka-ópticos, tecno-ilógicos, multimidiáticos, globali(le)sados e instantâneos. O “OTS” tem a sensibilidade de captar plagas – santos – mundiais, com o intuito de compartilhar sons universais.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Senta lá, Negalora

TELEANÁLISE



Sentinela - Malu Fontes*


As repercussões rasas e descartáveis que sucederam alguns episódios midiáticos recentes ocorridos na Bahia, como o caso mulher ketchup, o projeto de lei que propõe impedir o governo baiano de contratar, com recursos públicos, bandas de pagode cujo repertório seja ofensivo às mulheres, a suposta relação entre os shows promovidos na praia por programas populares de TV e os arrastões realizados em locais próximos à festa e, mais recentemente, o bafafá em torno da estética e da nomenclatura Negalora, adotada por Cláudia Leitte, sob a chancela de Carlinhos Brown, não passam de mais do mesmo, de fumaça sem fogo.

PIN UP - Cláudia Leitte em si já é um fenômeno midiático no mínimo difícil de ser enquadrado. É um produto do business fonográfico, construído passo a passo diante dos holofotes, desde os primeiros passos públicos, como a Lolita da banda Babado Novo. Uma década depois, muito investimento em marketing e um processo poderoso de agenciamento da aparência e da carreira a transformaram em um fenômeno polvo. Pouco se fala do seu talento musical. As informações que saltam aos olhos sobre seu estrelato centram-se nas referências celebratórias à sua beleza e ao seu vigor corporal de uma Barbie contorcionista de palco, à sua força atual de mascate publicitário que só anuncia menos coisas à venda que Ivete Sangalo, à sua imagem de pin up gostosa de calendário.

Ao mesmo tempo, a cada entrevista, ela própria ressalta com tintas fortes os valores tradicionais da maternidade, da família e da religião. Numa frase sim e na outra também cita a família, Deus, Jesus e a fé. Quando se trata de valores morais, chega a resvalar no conservadorismo, ou pelo menos assim é interpretada. Já chegou a ser execrada nas redes sociais por grupos gays, que a acusavam de homofobia por ter dito numa entrevista que preferia que seu filho fosse macho. Nos últimos dias, Cláudia Leitte voltou a ser alvo de uma saraivada de críticas por ter se transformado na personagem Negalora, batizada por Carlinhos Brown.


NEGUINHA - Com outdoors espalhados por toda Salvador estampando fotos em que a cantora aparece mesclada, com um lado do rosto loiro e outro negro, batizando um show acústico e a gravação de um DVD batizados de Negalora, Cláudia Leitte meteu a imagem na cumbuca da reação irritada das diferentes tendências do movimento negro. Se os termômetros adotados para avaliar a reação da opinião pública forem as redes sociais, a ideia que se tem é a de que o neologismo tornado alcunha de Cláudia por Brown para o show foi usado como combustível para reacender a ira do movimento gay pelas declarações do passado, agora acrescidas de reações raivosas de quem acha um desrespeito à cultura e à música negra esse tipo de mimetização de cantoras brancas que adotam o mantra ‘eu sou neguinha’.

ARQUIBANCADA - Vale ressaltar, no entanto, que a reação contra Cláudia Leitte deve esconder mais restrições estéticas do que parece fazer crer a superfície das falas. Para bom entendedor, é claro que o barulho não se trata apenas de uma condenação ao fato de se tratar de uma branca invocando referências negras, e sim a um não reconhecimento, na performance da cantora, por boa parte do público que se afina à musicalidade afro, dessas referências reivindicadas pela Negalora. Se o nome do que cobram da moça é talento, que digam. No entanto, em tempos de politicamente correto, além de temer dar nome às coisas, soa muito mais ‘do bem’ aliar-se em defesa de causas políticas e sociais. Não demora e aparece um ação judicial mandando a moça limpar a maquiagem do lado negro da foto.

Não fosse isso, então, o que explica o fato de Daniela Mercury, e nem faz tanto tempo assim, ter se autodenominado como a neguinha mais branquinha da Bahia, na época em que O Canto da Cidade tornou-se praticamente o hino de Salvador? Se houve reação semelhante, onde está registrada a repercussão disso? O fato é que, sobretudo em Salvador, há diante de Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e Daniela Mercury um público de súditos que se comporta como uma arquibancada do Ba-Vi. E nessa guerra de torcidas, Daniela Mercury é que fica melhor na fita quando se trata dos gays e dos defensores da preservação da cultura negra.

SENTA - Mas, independentemente das razões que legitimam a aceitação da neguinha de Daniela e a reação à Negalora de Cláudia Leitte, não deixa de ser irônica a ira do tipo purpurina de alguns diante de embates dessa natureza. Há falas na imprensa e sobretudo em artigos e pontos de vista em circulação nas redes sociais que, se lida desatentamente, fazem acreditar que há fronteiras culturais da boa e da má música, da legítima e da ilegítima e que devem ser respeitadas como sei, como se a geléia geral da indústria cultural e da cultura de massa há décadas já não tivesse passado um trator por cima de quaisquer filtros autorizadores quando a questão é dizer quem pode ou não pode cantar isso ou aquilo, assim e assado.

Onde está essa pureza cultural com fronteiras que não podem ser ultrapassadas sob o risco de o infrator ser acusado de compurscar e macular áreas intocáveis e sacralizadas dessa e daquela cultura? É tudo pastiche e assim será. No chão da arte, o restinho de sagrado que resta é o talento de poucos, coisa que importa cada vez a menos gente. Se há quem acredite numa ainda pureza cultural que autoriza uns e cospe em outros, Senta lá, Cláudia.

*Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. maluzes@gmail.com

Maestro Zeca Freitas e Orquestra de Todos os Santos encerram XVII Festival de Música Instrumental da Bahia


Sentinela – Antonio Nelson


Os ritmos da melodia baiana com o swing afro, o samba, e a fusão eletrônica estão na apresentação da Orquestra de Todos os Santos, do maestro Zeca Freitas, no último dia do XVII Festival de Música Instrumental da Bahia, no Teatro Vila Velha – Passeio Público, às 19h, por apenas R$1 (meia), R$2(inteira).

A captação dos “santos”, das diversas regiões do país, ou seja, quer explorar, reinventar, misturar, corromper etc. o maxixe, o maracatu, o frevo, o samba, funcky carioca e outros gêneros.

Contudo, para Zeca, a Orquestra tenta produzir o som da modernidade: ka-ópticos, tecno-ilógicos, multimidiáticos, globali(le)sados e instantâneos. O “OTS” tem a sensibilidade de captar plagas – santos – mundiais, com o intuito de compartilhar sons universais.

Os artigos assinados não representam necessáriamente a opinião do Sentinelas da Liberdade. São da inteira responsabilidade dos signatários. Sentinelas da Liberdade é uma tribuna livre, acessível a todos os interessados.