quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Lançamento - documentário:


O evento ocorrerá em 15 de outubro (quinta-feira), às 19hs, no Auditório Central da Faculdade Social da Bahia (FSBA) em Ondina - Entrada franca.

Sentinela - Jaqueline Barrreto*
Como o processo de negação da identidade negra pode afetar na auto-estima e na aceitação da auto-imagem refletida no espelho? O cabelo é uma linguagem social? Essas são apenas algumas questões levantadas pelo documentário “Espelho, Espelho Meu: uma abordagem sobre representações afro-estéticas no período juvenil” produzido por Jaqueline Barreto durante a disciplina de Telejornalismo, sob a orientação de Jussara Maia, da Faculdade Social da Bahia.
O vídeo discorre sobre o processo da auto-imagem do negro a partir de temas como: identidade, alteridade, mídia e família. Para isso, conta com a participação de Bartolomeu Dias da Cruz, Filósofo e Presidente do Núcleo Omi-dudu, Vovô do Ilê Aiyê , Antônio Cosme, Historiador e militante do movimento negro, Negra Jhô, Proprietária de Salão Afro, Vanda Machado, Historiadora, André Santana, Jornalista e Diretor do Instituto Mídia étnica, entre outros. “ Se através de um processo de educação aprendemos que ser negro é ruim, que negro fede, que negro tem cabelo duro, quem vai querer ser negro?, questiona Antônio Cosme durante as gravações do documentário. Após exibição do vídeo, o público será contemplado com debate acerca da identidade negra e suas problematizações.
* Jaqueline Barrreto é colaboradora do Sentinelas da Liberdade e assessora de imprensa da Ong: Omi Dudu - www.nucleoomidudu.org.br / jaquelinebarreto2008@hotmail.com

Conferência: Crítica Feminista à Ciência

Sentinela - Antonio Nelson
A Drª Evelyn Fox Kelly, Física Teórica pela Universidade de Harvard; professora de História e Filosofia da Ciência no Massachssetts Institute of Technology, realizará palestra com o tema: Crítica Feminista à Ciência, nesta sexta-feira, 09, no auditório Mastaba da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A entrada é franca e está previsto para começar às 9 h.
Realização: Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre as Mulheres, gênero e feminismo (PPGNEIM).

Programa de Pós-Graduação em Ensino , Filosofia e História das Ciências (UFBA/UEFS);


Programa da Pós-Graduação do IBIO (Ecologia e Biomonitoramento);
Fapesb.

Jornalismo: "serviço" ou arena para disputa política?


O jornal "Le Monde Diplomatique" encomendou ao jornalista Rodrigo Viana "escrevinhador", uma pequena resenha do novo livro do jornalista Eugênio Bucci, chamado "A Imprensa e o dever da Liberdade" (Editora Contexto).

A resenha - publicada na edição de setembro do jornal:

Por Rodrigo Viana*

Uma visão moralista salta aos olhos, desde o título da obra: Bucci analisa a imprensa não pelo que ela é de fato, mas pelo que gostaria que ela fosse.

A imprensa “deve” ser livre, diz o autor. E os jornalistas “devem” recusar qualquer vínculo com instituições, causas ou interesses comerciais que possa acarretar “a captura do modo como vêem, relatam e se relacionam com os fatos e as idéias que estão encarregados de cobrir”.

Existem jornalistas “livres” de amarras ideológicas, culturais, religiosas?

Transparece, assim, uma visão idealizada da imprensa. Como se o jornalismo fosse uma “nobre” função, exercida “acima” do bem e do mal: um “serviço” prestado à sociedade.

Bucci compara jornais com hospitais e escolas: “é um direito para o cidadão”(falta, então, combinar com os donos da imprensa). O autor afasta-se, assim, das concepções que - sob inspiração de Gramsci, sobretudo - veem o jornalismo como mais uma arena em que se travam as disputas políticas, se consolidam projetos de sociedade, se constroem hegemonia e poder.

Mas dizer apenas isso é simplificar a obra do experiente jornalista – que dirigiu a Radiobrás, e hoje é professor da ECA-USP. No livro, Bucci mostra uma capacidade cada vez mais rara nas redações (e na universidade): ao falar sobre a mídia, é capaz de transitar pela psicanálise, pelas teorias da comunicação e até pela dramaturgia.

O terceiro capítulo - em que retoma “Beijo no Asfalto” (peça de Nelson Rodrigues) - é leitura saborosa: como o jornalismo sensacionalista se transforma em matéria-prima para teatro de primeira linha? “Nelson Rodrigues faz teatro como quem faz manchetes que sangram, e sangrando redimem o leitor por um dia mais”, escreve, em prosa elegante.

Em outro capítulo, reconstitui a narrativa midiática do ataque às torres gêmeas em NY, e mostra como o atentado “marcou o ingresso da lógica do terror na lógica do espetáculo”. É o mote para sofisticada reflexão sobre a “civilização da imagem”. Bucci costura conceitos de Regis Debray, Lacan e Guy Debord, e descreve esse mundo em que “só no olhar é possível o contato com a verdade”.

Cada capítulo pode ser lido de forma independente. Tão “independente” como Bucci gostaria que a imprensa fosse. Mas não é.

*Rodrigo Vianna: www.escrevinhador.com.br

O papel da religião



Por Alexandre Gondim/ Foto: Sídio Júnior*

O ser humano é um animal complexo. Aquela história de que cada cabeça é um mundo é a mais pura verdade. Somo seres influenciáveis e nos apegamos a uma verdade na qual acreditamos. Somos o que pensamos. Pensamos no que acreditamos. Acreditamos numa série de fatores que a vida nos impõe das mais distintas fontes e complexas formas.

Quando nascemos, nossa mente é um papel em branco no qual é escrito um roteiro ao longo dos anos. Nossa mente controla os nossos desejos, define as nossas necessidades e comanda nossas condutas. Neste roteiro estão também registrados os traços da nossa personalidade, que por sua vez é regida tanto pelo entendimento racional quanto pelas emoções que sentimos – a famosa denominação “cabeça” e “coração” respectivamente.

A verdade que impera na mente pode conduzir pessoas para o bem ou para o mal, e pode inclusive não fazer esta distinção. O que é o bem? O que é o mal? Algum dia na sua vida seu pai disse que é errado fazer alguma coisa. Porém outra pessoa disse que é certo, ou você simplesmente questionou-se que se outras pessoas fazem o que seu pai disse que é errado, por que não fazer?

A sociedade que o homem construiu nos impõe regras, metas, objetivos de vida: estudar, trabalhar, casar, constituir uma nova família e por aí vai... Viver em sociedade é seguir um roteiro que pode levar os homens a serem de criminosos a padres. Aqueles que simplesmente não seguem estas normas são taxados de malucos e vivem completamente à margem das oportunidades oferecidas pela sociedade. Para estas pessoas, o único roteiro social a ser seguido é o da sobrevivência.
Uma constante em todas estas circunstâncias é a fé. Seja ela em algo concreto como elementos da natureza, seja ela em algo abstrato como deuses imaginários, seja esta fé em si próprio, o ser humano tem a vocação de acreditar em alguma coisa que por algum motivo inexplicável faz sentido para ele tornando-o mais seguro. Como um cajado, o homem se apóia a esta certeza para ter força de caminhar na jornada da vida. Uma luz que faz a vida ter sentido, iluminando a escuridão dos pensamentos de maneira que ele possa ler e interpretar o seu próprio roteiro.

Quando esta luz se apaga, o ser humano perde a vontade de viver, e os mais reflexivos questionam se realmente vale a pena seguir adiante uma vez que seus desejos e necessidades insaciáveis muitas vezes não são realizados. A ciência explica este momento como o estado de depressão. Não só fatores psicológicos, mas também fatores químicos contribuem para esta experiência desagradável, até porque não se pode esquecer que o corpo é uma máquina movida por incontáveis reações químicas, sobretudo no cérebro.

A famosa “montanha-russa” que muitos vivem, com seus altos e baixos, é um reflexo da condição química do nosso corpo. Porém fica a pergunta no ar: Será que o que pensamos e sentimos ocasiona estes desníveis químicos, ou seriam estes desníveis responsáveis pela confusão da mente?

Não só esta pergunta fica sem resposta, como diversas outras que atormentam o juízo deixando as pessoas inseguras sobre si e sobre seu papel na vida.

Um belo dia, cinco amigos se deram conta disso tudo e numa mesa de bar resolveram inventar uma verdade:

- Vamos inventar uma religião!
- Boa idéia, mas como?
- Escrevemos um punhado de coisas que fazem sentidos.
- Legal! Vou anotar as respostas de todas as nossas perguntas neste guardanapo.
- Depois saímos pela rua contando pra todo mundo!

Assim surgiu a religião, num esforço do homem explicar o inexplicável sobre seu ponto de vista, seja por fundamentos racionais ou delírios criativos. A criação de um roteiro a ser incutido na mente de outros homens. Uma explicação para aquela vocação que temos de acreditar em algo justificada pela sua força de arrecadação de adeptos. “Se muitos acreditam nisto, algum fundo de verdade deve haver” – raciocinam os recém chegados.
Portanto, religião é uma ideologia que organiza a complexidade da mente humana para que seus seguidores sintam-se mais fortes e seguros de enfrentar a vida, não sofram de depressão e, por sua vez, se adaptem mais facilmente ao roteiro da sociedade – estudar, trabalhar, casar, constituir uma nova família e por aí vai...

Perpetuar a espécie humana, sobretudo os mais humildes e menos instruídos, a partir de normas de convivência e de entendimento do mundo.

O único problema é a ganância que une religião ao dinheiro, à política e até à justiça.
Será que o ser humano tem mesmo solução?

- Garçom, a conta!

* Alexandre Gondim é Bacharel em Publicidade e Propaganda pela Universidade Salvador – UNIFACS, estudante de jornalismo da Faculdade Social – FSBA, e colaborador do Sentinelas da Liberdade. Sídio Júnio é estudante de Engenharia Elétrica (UNIFACS) e fotógrafo do Sentinelas da Liberdade:
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