sábado, 11 de fevereiro de 2012

O Partido da Imprensa Golpista (PIG) tornou-se aliado

TELEANÁLISE


Sentinela - Malu Fontes*

O Jornal Nacional acabou com a liderança de Marco Prisco sobre a paralisação da Polícia Militar da Bahia em seu 9º dia de greve e redefiniu radicalmente os rumos do movimento. Imediatamente após o telejornal de maior audiência do país, em sua edição da noite de quarta-feira, veicular gravações de ligações grampeadas, obtidas com exclusividade via governo, ressalte-se, entre o líder da greve, Marco Prisco, e outras lideranças do interior do Estado articulando o fechamento de rodovias baianas, e de policiais do Rio de Janeiro com lideranças políticas cariocas sobre a estratégia de usar a greve da Bahia como  mecanismo de deflagração de uma paralisação nacional, a greve, o motim, a paralisação, ou seja lá que nome seja dado ao impasse que escancarou a violência em toda a Bahia, mudou completamente de feições.

Diante do movimento em si, das suas consequências políticas (para o Governo do Estado e para a imagem da Polícia Militar da Bahia), e, sobretudo das consequências sociais, com cerca de 140 homicídios em pouco mais de uma semana, saltava aos olhos algumas avaliações de autoridades sobre o começo do desfecho na quinta-feira. Não foram nem dois nem três parlamentares e autoridades públicas a elogiar o desfecho do imbróglio e a afirmar em bom som diante dos microfones dos telejornais o quanto todas as negociações foram conduzidas com sensatez, fazendo com que tudo terminasse bem e sem derramamento de sangue (sic).

OS ‘BAIRROS MAIS...’ - Como assim, ‘sem derramamento de sangue’? Ou estão todos completamente imbuídos de um esforço político cínico de negar o que se assemelha a tons de uma chacina de grandes proporções e estão banalizando índices de violência inaceitáveis, ou a expressão derramamento de sangue só teria sido digna desse nome se o sangue fosse dos militares, dos mais favorecidos ou se desse-se em bairros de classe média? O que houve senão um oceano de sangue quando uma cidade matou em menos de uma semana mais de 14 dezenas de pessoas?

Embora os telejornais tenham veiculado e atualizado cotidianamente essa contabilidade macabra durante a greve, poucas dessas vítimas parecem ter nome, endereço, profissão. São os sempre PPPs assassinados de sempre, só que em escala aumentada durante a greve: os pretos, pobres, da periferia. Nesse contexto, também foram ilustrativas as entrevistas publicadas na Folha de S. Paulo quinta-feira, no mesmo espaço, de Fátima Mendonça, a primeira dama do estado, e de Cláudia Leitte. Não é que a sensatez estava mais presente nas falas da segunda? Para Fátima, os assassinatos foram todos nos bairros ‘mais...’. Assim mesmo, com reticências. Para o resto, ou os bairros ‘menos...’ a palavra usada foi ‘tranquilo’.

LABORATÓRIO - Diante desses números, custa a crer, mas houve uma parcela da classe média que se considera do bem, amiga da pobreza, que, sentada, abancou-se nas redes sociais e protestou contra o sensacionalismo da imprensa por divulgar números tão alarmantes, como se estes fossem inventados nas redações. Achando pouco, anunciaram que fizeram uma espécie de antropologia participativa na periferia, um laboratório, diga-se. Pegaram seus carros e anunciaram superiores que fizeram rondas, da orla ao subúrbio ferroviário, da Graça à Suburbana, e nada de anormal viram, além de muita tranquilidade, é claro.

Ô, mas para essa observação participativa ser crível, já que para essas pessoas a TV não é crível por preferir sensacionalizar, não seria mais honesto pegar um buzu na Estação da Lapa, na Estação Pirajá ou um trem no Terminal da Calçada? Sim, pois as pessoas intranquilas, assustadas, assassinadas, primeiro, não ‘passam’ de carro por esses lugares onde os antenados fizeram seus laboratórios de observação: ficam lá, moram lá; segundo, suas casas não estão assentadas sobre os trechos de fluxo do trânsito onde trafegam os carros. A população amedrontada não mora na faixa de tráfego da Suburbana, mas em ruas internas onde os observadores não entraram, em becos, vielas, casas e barracos sem muro ou proteção, a maioria com portas frágeis e não raro têm na vizinhança pequenos mas ferozes exércitos armados em guerra uns contra os outros por pontos de drogas.

PIG - O outro aspecto ilustrativo da greve foi a observação dos modos como giram as engrenagens do poder e da política partidária antes e depois de conquistarem o poder. Todo e qualquer brasileiro sabe que o Partido dos Trabalhadores construiu boa parte de sua história atuando com estardalhaço nos bastidores de greves. Na Bahia, essa foi a primeira que o partido experimentou um movimento de grandes proporções e consequências estando no lugar de vidraça. Todo e qualquer leitor bem informado também sabe que, desde que chegou ao poder, o PT e seus seguidores que pensam e agem com o fígado e transformam toda e qualquer notícia envolvendo alguém do partido em coisa pessoal, em corpo a corpo desqualificador de quem fala ou escreve, dividiram a imprensa brasileira em duas categorias separadas por um grand canyon moral, ético e ideológico: a imprensa progressista, santa, ética, de um lado e o PIG, o partido da imprensa golpista, do outro, com os diabos que manipulam informações e só publicam mentiras para desestabilizar as lideranças petistas. Sim, os bastiões do PIG para quem divide a imprensa sob essa clivagem são a revista Veja e a Rede Globo de Televisão e, nesse contexto, o Jornal Nacional é tido como o legítimo filho do diabo.
É ou não é ironia que, tendo em mãos a nitroglicerina que eram as gravações feitas via grampos autorizados pela Justiça nas quais as lideranças da paralisação da Polícia na Bahia articulam o fechamento de rodovias, a inteligência dos órgãos de segurança de um governo do PT tenha preferido entregar de bandeja o furo nacional justamente para o mais autêntico dos produtos, tido como o filho legítimo do PIG? Nos bastidores das notícias, a emissora do bispo, e mais ainda os blogueiros bem abençoados chamados de progressistas, devem ter se sentido feridos n’alma com essa traição. Ou seja, audiência é audiência e desde que o PIG possa ser transformado em um baita aliado para tirar governos ditos de esquerda do desconfortabilíssimo lugar de vidraça, nos unamos a ele. Mas que a pergunta é válida, ah é: se a Globo é tão amaldiçoada pela esquerda, que chega à patetice de viver pregando ‘Um dia sem Globo’ nas redes sociais, por que justo a ela foi dada a primazia e o privilégio do furo das conversas grampeadas de Marco Prisco? Democratização da informação, entrevista coletiva, mesmo sob embargo de algumas horas que fosse... Para quê, se o que se quer mesmo é a audiência segura?

*Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. maluzes@gmail.com

Cinema Esquizoanalítico

"Ladrão de Sonhos" Um filme de Jean-Pierre Jeunet (França/1995)


Do facebook Ciclotron Irajá*

Nossa estrutura está além de qualquer separação e alienação. A estrutura do ser humano para a psicanálise é separar o homem da Natureza. Controlar o desejo “destruidor” da Natureza/Mulher através da separação/alienação. MACHISMO!

A “alienação” é achar que existe separação, mais ainda é ela ser “estruturante”. Quem não sente a psicanálise na “carne-corpo” não nasceu nesse mundo. Ela não é uma filosofia nova e muito menos foi inventada por Freud. Esse a inventou como “ciência positivista”, mas sua filosofia é do velho mundo.
Ciclotron Irajá, Olinda/Pernambuco.

Joseph Goebbels! Mentira da TV Bahia, afiliada da Globo, é compartilhada no facebook


"Uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade". Paul Joseph Goebbels (Mönchengladbach, 29 de outubro de 1897Berlim, 1 de maio de 1945) foi o ministro da Propaganda de Adolf Hitler (Propagandaminister) na Alemanha Nazista, exercendo severo controle sobre as instituições educacionais e os meios de comunicação.[1]


Lúcio Maia, guitarrista da Nação Zumbi, por Sídio Júnior


Fotojornalismo realizado no show da Nação Zumbi em 15 de janeiro de 2012, na Conche Acústica do Teatro Castor Alves (TCA). 


"A Fotografia eterniza momentos. A Poesia eterniza sentimentos. A Fotografia é a Poesia da imagem. A Poesia é a fotografia das sensações." Natural de Salvador/BA, Sídio cursa Engenharia Elétrica na Universidade Salvador (Unifacs) e é Técnico em Eletrotécnica (FBE). Amante da fotografia. Mostra através dessa arte uma visão diversificada da “realidade”. 

Confira também entrevista exclusiva com Jorge Du Peixe, vocalista da Nação Zumbi

 

TRE acata recurso da PRE/BA e mantém condenação a ACM Neto


Acórdão reforça decisão de primeira instância que determinou retirada de outdoors
e multa de 5 mil por propaganda antecipada


Nesta terça-feira (7) o Tribunal Regional Eleitoral na Bahia (TRE/BA) decidiu a favor do recurso da Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE/BA) contra a liminar de mandado de segurança que cassou decisão condenando ACM Neto a retirar os outdoors e pagar multa de 5 mil reais por propaganda eleitoral antecipada. 

A turma de juízes do TRE/BA entendeu, por unanimidade, que os outdoors do pré-candidato à prefeitura de Salvador são propaganda eleitoral fora de época e manteve a sentença da primeira instância. Em janeiro, o procurador Regional Eleitoral Sidney Madruga encaminhou representação ao Núcleo de Apoio às Promotorias de Justiça Eleitorais do Estado da Bahia (Nuel) solicitando a apuração e a aplicação de medidas legais cabíveis relativas à propaganda antecipada realizada por ACM Neto nas ruas da capital baiana. 

O pré-candidato destacou sua fotografia em outdoors ao lado de mensagens pretendendo favorecer sua imagem política.

Após o recebimento do ofício da PRE, o Ministério Público Eleitoral (MPE) propôs ação em primeira instância, a qual foi acatada pelo Juiz. O réu impetrou mandado de segurança e a decisão foi suspensa pelo juízo zonal. A partir do agravo regimental proposto pela PRE/BA, o TRE decidiu manter a condenação.


Fonte: Ministério Público Federal na Bahia
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