quinta-feira, 14 de junho de 2012

A carta aberta de cientistas brasileiros à Dilma

Saiu no Nassif

Por Marco Antonio L.
De Blog Verde a Cor Nova do Comunismo

Presidente Dilma Roussef fala  no Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.  Foto Planalto.gov.br

Presidente Dilma Roussef fala
no Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.
Foto Planalto.gov.br

Carta aberta à Presidente Dilma Rousseff 
Mudanças climáticas:
hora de recobrar o bom senso

Exma. Sra.
Dilma Vana Rousseff
Presidente da República Federativa do Brasil

Excelentíssima Senhora Presidente:

Em uma recente reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, a senhora afirmou que a fantasia não tem lugar nas discussões sobre um novo paradigma de crescimento – do qual a humanidade necessita, com urgência, para proporcionar a extensão dos benefícios do conhecimento a todas as sociedades do planeta. Na mesma ocasião, a senhora assinalou que o debate sobre o desenvolvimento sustentado precisa ser pautado pelo direito dos povos ao progresso, com o devido fundamento científico.
Assim sendo, permita-nos complementar tais formulações, destacando o fato de que as discussões sobre o tema central da agenda ambiental, as mudanças climáticas, têm sido pautadas, predominantemente, por motivações ideológicas, políticas, acadêmicas e econômicas restritas. Isto as têm afastado, não apenas dos princípios basilares da prática científica, como também dos interesses maiores das sociedades de todo o mundo, inclusive a brasileira. Por isso, apresentamos-lhe as considerações a seguir.

1) Não há evidências físicas da influência humana no clima global:
 Wilson Dias/ABR
Comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente.

Cientistas alertam para manipulações ideológicas.

Foto: Wilson Dias/ABRA despeito de todo o sensacionalismo a respeito, não existe qualquer evidência físicaobservada no mundo real que permita demonstrar que as mudanças climáticas globais, ocorridas desde a revolução industrial do século XVIII, sejam anômalas em relação às ocorridas anteriormente, no passado histórico e geológico – anomalias que, se ocorressem, caracterizariam a influência humana.

Todos os prognósticos que indicam elevações exageradas das temperaturas e dos níveis do mar, nas décadas vindouras, além de outros efeitos negativos atribuídos ao lançamento de compostos de carbono de origem humana (antropogênicos) na atmosfera, baseiam-se em projeções de modelos matemáticos, queconstituem apenas simplificações limitadas do sistema climático – e, portanto, não deveriam ser usados para fundamentar políticas públicas e estratégias de longo alcance e com grandes impactos socioeconômicos de âmbito global.

A influência humana no clima restringe-se às cidades e seus entornos, em situações específicas de calmarias, sendo estes efeitos bastante conhecidos, mas sem influência em escala planetária. Para que a ação humana no clima global ficasse demonstrada, seria preciso que, nos últimos dois séculos, estivessem ocorrendo níveis inusitadamente altos de temperaturas e níveis do mar e, principalmente, que as suas taxas de variação (gradientes) fossem superiores às verificadas anteriormente.

O relatório de 2007 do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) registra que, no período 1850-2000, as temperaturas aumentaram 0,74°C, e que, entre 1870 e 2000, os níveis do mar subiram 0,2 m.

Ora, ao longo do Holoceno, a época geológica correspondente aos últimos 12.000 anos em que a civilização tem existido, houve diversos períodos com temperaturas mais altas que as atuais. No Holoceno Médio, há 5.000-6.000 anos, as temperaturas médias chegaram a ser 2-3°C superiores às atuais, enquanto os níveis do mar atingiam até 3 metros acima do atual. Igualmente, nos períodos quentes conhecidos como Minoano (1500-1200 a.C.), Romano (séc. VI a.C.-V d.C.) e Medieval (séc. X-XIII d.C.), as temperaturas atingiram mais de 1°C acima das atuais.

Ideologia "vermelha" tentará se impor na Rio+20

Ideologia "vermelha" tentará se impor na Rio+20 contra a ciênciaQuanto às taxas de variação desses indicadores, não se observa qualquer aceleração anormal delas nos últimos dois séculos. Ao contrário, nos últimos 20.000 anos, desde o início do degelo da última glaciação, houve períodos em que as variações de temperaturas e níveis do mar chegaram a ser uma ordem de grandeza mais rápidas que as verificadas desde o século XIX.

Entre 12.900 e 11.600 anos atrás, no período frio denominado Dryas Recente, as temperaturas caíram cerca de 8°C em menos de 50 anos e, ao término dele, voltaram a subir na mesma proporção, em pouco mais de meio século.

Quanto ao nível do mar, ele subiu cerca de 120 metros, entre 18.000 e 6.000 anos atrás, o que equivale a uma taxa média de 1 metro por século, suficiente para impactar visualmente as gerações sucessivas das populações que habitavam as margens continentais. No período entre 14.650 e 14.300 anos atrás, a elevação foi ainda mais rápida, atingindo cerca de 14 metros em apenas 350 anos – equivalente a 4 m por século.

Por conseguinte, as variações observadas no período da industrialização se enquadram, com muita folga, dentro da faixa de oscilações naturais do clima e, portanto, não podem ser atribuídas ao uso dos combustíveis fósseis ou a qualquer outro tipo de atividade vinculada ao desenvolvimento humano.

Tais dados representam apenas uma ínfima fração das evidências proporcionadas por, literalmente, milhares de estudos realizados em todos os continentes, por cientistas de dezenas de países, devidamente publicados na literatura científica internacional. Desafortunadamente, é raro que algum destes estudos ganhe repercussão na mídia, quase sempre mais inclinada à promoção de um alarmismo sensacionalista e desorientador.

2) A hipótese “antropogênica” é um desserviço à ciência: na íntegra com Luís Nassif

A mistura entre política e religião

Saiu no Nassif

Por O Escritor

Uma Proposta de Emenda Constitucional

A propósito da piada pronta divulgada em 13 de junho pela jornalista Sonia Racy e pelo Twitter do "Estadão", antes de sumir do blog da jornalista (o apoio da Igreja Bola de Neve ao candidato José Serra).

O uso da influência religiosa para fins políticos é uma excrescência social e precisa acabar. Ponto.

Imagine-se durante um culto, ao qual você se dirigiu para cuidar dos temas elevados da alma, sendo obrigado a ouvir o discurso político de um candidato – do qual você não gosta. Ou ouvir um discurso incisivo do próprio líder da instituição, praticamente obrigando-o a votar num candidato ("Se você é um de nós, tem que votar nele", esta é a mensagem).

A pressão institucional para mudar a sua escolha espontânea, a coerção do grupo para que você se conforme à opção do líder da instituição, o constrangimento de ser visto como um estranho-no-ninho apenas porque está exercendo sua liberdade política –  tudo isso é imoral. E nada tem de espiritual ou religioso, não importa a justificativa oferecida pelo líder (geralmente, um toma-lá-dá-cá bem mundano).

Sugiro a um deputado ou senador que redija uma Proposta de Emenda Constitucional destinada a estabelecer uma distinção nítida entre ação religiosa e ação política. Igreja, seita e denominação não são grupos criados para gerar efeitos políticos na sociedade. A isenção de impostos, benefício garantido pela Constituição aos templos religiosos (Art. 150, VI, b), justifica-se apenas enquanto esses grupos cumprem sua função determinada na letra da Lei. A partir do momento em que se tornam centros de doutrinação política (e é isso em que eles se transformam, após um desses espúrios acordos de cúpula), devem deixar de merecer o benefício.

Qualquer participação de político em reunião religiosa oficial, pedindo votos, abonada pela instituição, deve acarretar o imediato cancelamento do status de instituição religiosa e a imediata obrigatoriedade do recolhimento de impostos. E isso deve valer até mesmo no caso de propaganda de membros da própria instituição que sejam candidatos em pleitos políticos.

É preciso manter não somente a separação entre Igreja e Estado, mas também a separação entre Religião e Política, eliminada malandramente pelos líderes religiosos que desejam manobrar politicamente a massa de fiéis.

Seria interessante criar uma hashtag (#PECdaBoladeNeve ?) e levar avante a campanha para impedir essa interferência política ilegítima, baseada na indevida exploração de prestígio e no constrangimento daqueles (e eles são muitos) que divergem das escolhas interesseiras (e às vezes corruptas) dos seus dirigentes religiosos.
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