Saiu no Nassif
Por Marco Antonio L.
Presidente Dilma Roussef fala
no Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.
Foto Planalto.gov.br
no Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.
Foto Planalto.gov.br
Carta aberta à Presidente Dilma Rousseff
Mudanças climáticas:
hora de recobrar o bom senso
hora de recobrar o bom senso
Exma. Sra.
Dilma Vana Rousseff
Presidente da República Federativa do Brasil
Excelentíssima Senhora Presidente:
Em uma recente reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, a
senhora afirmou que a fantasia não tem lugar nas discussões sobre um
novo paradigma de crescimento – do qual a humanidade necessita, com
urgência, para proporcionar a extensão dos benefícios do conhecimento a
todas as sociedades do planeta. Na mesma ocasião, a senhora assinalou
que o debate sobre o desenvolvimento sustentado precisa ser pautado
pelo direito dos povos ao progresso, com o devido fundamento científico.
Assim sendo, permita-nos complementar tais formulações, destacando o fato de que as
discussões sobre o tema central da agenda ambiental, as mudanças
climáticas, têm sido pautadas, predominantemente, por motivações
ideológicas, políticas, acadêmicas e econômicas restritas. Isto as têm
afastado, não apenas dos princípios basilares da prática científica,
como também dos interesses maiores das sociedades de todo o mundo, inclusive a brasileira. Por isso, apresentamos-lhe as considerações a seguir.
1) Não há evidências físicas da influência humana no clima global:
Comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente.
Cientistas alertam para manipulações ideológicas.
Foto: Wilson Dias/ABRA despeito de todo o sensacionalismo a respeito, não existe qualquer evidência físicaobservada no mundo real que permita demonstrar que as mudanças climáticas globais, ocorridas desde a revolução industrial do século XVIII, sejam anômalas em relação às ocorridas anteriormente, no passado histórico e geológico – anomalias que, se ocorressem, caracterizariam a influência humana.
Todos os prognósticos que indicam elevações exageradas das temperaturas e dos níveis do mar,
nas décadas vindouras, além de outros efeitos negativos atribuídos ao
lançamento de compostos de carbono de origem humana (antropogênicos) na
atmosfera, baseiam-se em projeções de modelos matemáticos, queconstituem apenas simplificações limitadas do sistema climático – e, portanto, não deveriam ser usados para fundamentar políticas públicas e estratégias de longo alcance e com grandes impactos socioeconômicos de âmbito global.
A influência humana no clima restringe-se às cidades e seus
entornos, em situações específicas de calmarias, sendo estes efeitos
bastante conhecidos, mas sem influência em escala planetária. Para que
a ação humana no clima global ficasse demonstrada, seria preciso que,
nos últimos dois séculos, estivessem ocorrendo níveis inusitadamente
altos de temperaturas e níveis do mar e, principalmente, que as suas
taxas de variação (gradientes) fossem superiores às verificadas
anteriormente.
O relatório de 2007 do Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC) registra que, no período 1850-2000, as temperaturas
aumentaram 0,74°C, e que, entre 1870 e 2000, os níveis do mar subiram
0,2 m.
Ora, ao longo do Holoceno, a época geológica correspondente aos
últimos 12.000 anos em que a civilização tem existido, houve diversos
períodos com temperaturas mais altas que as atuais. No Holoceno Médio,
há 5.000-6.000 anos, as temperaturas médias chegaram a ser 2-3°C
superiores às atuais, enquanto os níveis do mar atingiam até 3 metros
acima do atual. Igualmente, nos períodos quentes conhecidos como
Minoano (1500-1200 a.C.), Romano (séc. VI a.C.-V d.C.) e Medieval (séc.
X-XIII d.C.), as temperaturas atingiram mais de 1°C acima das atuais.
Ideologia "vermelha" tentará se impor na Rio+20 contra a
ciênciaQuanto às taxas de variação desses indicadores, não se observa
qualquer aceleração anormal delas nos últimos dois séculos. Ao
contrário, nos últimos 20.000 anos, desde o início do degelo da última
glaciação, houve períodos em que as variações de temperaturas e níveis
do mar chegaram a ser uma ordem de grandeza mais rápidas que as
verificadas desde o século XIX.
Entre 12.900 e 11.600 anos atrás, no período frio denominado Dryas
Recente, as temperaturas caíram cerca de 8°C em menos de 50 anos e, ao
término dele, voltaram a subir na mesma proporção, em pouco mais de
meio século.
Quanto ao nível do mar, ele subiu cerca de 120 metros, entre 18.000
e 6.000 anos atrás, o que equivale a uma taxa média de 1 metro por
século, suficiente para impactar visualmente as gerações sucessivas das
populações que habitavam as margens continentais. No período entre
14.650 e 14.300 anos atrás, a elevação foi ainda mais rápida, atingindo
cerca de 14 metros em apenas 350 anos – equivalente a 4 m por século.
Por conseguinte, as variações observadas no período da
industrialização se enquadram, com muita folga, dentro da faixa de
oscilações naturais do clima e, portanto, não podem ser
atribuídas ao uso dos combustíveis fósseis ou a qualquer outro tipo de
atividade vinculada ao desenvolvimento humano.
Tais dados representam apenas uma ínfima fração das evidências
proporcionadas por, literalmente, milhares de estudos realizados em
todos os continentes, por cientistas de dezenas de países, devidamente
publicados na literatura científica internacional. Desafortunadamente,
é raro que algum destes estudos ganhe repercussão na mídia, quase
sempre mais inclinada à promoção de um alarmismo sensacionalista e
desorientador.
2) A hipótese “antropogênica” é um desserviço à ciência: na íntegra com Luís Nassif