segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Propostas para a Conferência de Comunicação

Por Ivana Bentes
Eixo 1 – Produção de Conteúdo

1) Fomento à criação e disponibilização de redes e bases de dados geridas colaborativamente para as redes de comunicação e cultura;

2) Criação de espaços públicos de comunicação em comunidades e povos tradicionais com rádios, TVs, telecentros e gráficas livres, que possibilitem e reforcem o registro e divulgação da cultura local e bens culturais materiais e imateriais produzidos nesses espaços. Estes espaços devem ainda atuar como pontos de difusão de conectividade utilizando redes sem fio, provendo também serviços de TV, rádio e telefonia além do conteúdo cultural produzido localmente;

3) Criação de marco regulatório para legalização e estímulo das redes de troca e compartilhamento de conteúdo livre, cultural, educacional, comunicacional e informacional;

4) Criar um sistema público de distribuição física de conteúdos produzidos pelas redes de comunicação e cultura. e garantir que a produção cultural financiada com dinheiro público seja exibida e distribuída de forma livre, licenciada através de licenças flexíveis e disponibilizada em acervos livres.

5) Criar um repositório comum de metodologias que partem do reconhecimento das identidades culturais regionais, que contemplem soluções tecnológicas flexíveis de letramento digital, produção e divulgação de conteúdo, reforçando a importância da autonomia e liberdade nos processos de aprendizagem;

O Rio Vermelho no samba-de-roda


Multicultura

Por Maísa Amaral e Antonio Nelson

O grupo de samba-de-roda baiano, BarLavento, retorna ao JequitiBar, na varanda do Sesi, toda quarta-feira , às 21h, no bairro-boêmio do Rio Vermelho, em Salvador.

O público vai dançar ao som do mais recente Cd "O Buraco de Maroca", aprensentado na Europa, especialmente em Portugal e Ferrara, na Itália, no trimestre junho/julho e agosto.

Davizinho de Mutá/vocal e Hamilton Reis/vocal/violão são os líderes do Barlavento e estarão na companhia de Aloísio do Cavaco e os percussionistas Henrique Almeida, Cuca e Jadson Estrêla.

Couvert: R$ 10,00 (dez reais) por pessoa.
Foto: Vanessa Costa

A vida sexual da perereca

Teleanálise

Sentinela - Malu Fontes*

Por mais que um indivíduo de bom senso se esforce, jamais entenderá como funcionam, ou melhor, como não funcionam, determinadas engrenagens burocráticas governamentais brasileiras. Tudo bem que o planeta corre risco, o aquecimento global está aí com suas tragédias, a vida na terra está ameaçada, a água pode acabar, os animais precisam ser protegidos da ação predatória humana e a televisão ensina com uma musiquinha que todo mundo deve fazer xixi durante o banho para salvar o mundo.

Tudo isso o cidadão esclarecido é capaz de entender. Já o mesmo não ocorre quando este mesmo indivíduo se põe a pensar por que raios, mesmo com a reunião de todos os esforços dos governos federais, estaduais e municipais não se consegue não apenas erradicar o analfabetismo no Brasil, como, ao contrário, ele cresce até mesmo em regiões estratégicas, como São Paulo e Brasília. Esse mesmo cidadão é mais incapaz ainda de entender como o poder público, pensado de novo como sinônimo das três esferas, é incapaz de retirar das ruas das grandes cidades o imenso exército de crianças miseráveis que equivalem a um celeiro de vidas sem futuro, condenadas que estão a serem incorporadas aos exércitos urbanos do tráfico e a serem soterrados em cemitérios antes de atingir a maioridade.

A RÃ - Na última semana, houve mais um exemplo de que a crônica da realidade nacional é mesmo impossível de ser apreendida por esse cidadão comum. Esse mesmo indivíduo que verifica todos os dias que o poder público prefere esperar as crianças de rua crescer um tantinho mais para então poder aprisioná-las num centro de recolhimento, numa cadeia ou vê-las morrer no banditismo, leu em todos os jornais e viu em todos os telejornais uma notícia surreal demais da conta para ser compreendida por alguém com os pés fincados no senso comum. Uma rã, uma perereca de no máximo dois centímetros de altura e que atende pelo nome científico de Physalaemus soaresi, rara e em extinção, fez com que uma obra de cerca de um bilhão de dólares fosse interrompida pelo poder público.

A rã foi percebida por operários durante a construção de uma rodovia no Estado do Rio de Janeiro. Está na fase de reprodução, período, no caso de sua espécie, chamado de ‘canto nupcial’, traduzível como fase de cio, e precisa de tranqüilidade para tocar sua vida sexual em paz até nascerem as pererequinhas. Somente assim, depois do sexo e do parto da rã, a rodovia Arco Metropolitano, a mais importante obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no estado do Rio, será retomada. A obra equivale a 77 quilômetros de pistas que vão ligar o município de Itaboraí ao Porto de Itaguaí, um trecho considerado estratégico para a economia fluminense. A semana começou com um Deus nos acuda em relação ao que se deveria fazer com a obra enquanto a rã curte o seu período de lua de mel e gestação.

ESTUPRO - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que uma semana antes foi chamado, como xingamento, de ‘viado’ (sic) e ameaçado de estupro em praça pública por ninguém menos que o governador do Mato Grosso do Sul, garantiu que se dará um jeito para tocar a obra sem atrapalhar a vida sexual da perereca. A sugestão de Minc é instalar dois grandes paredões de ferro ao longo dos trechos onde vive a rã. Mas perereca não é dada a pular cercas, mesmo que férreas? Como o brasileiro adora ser engraçadinho, já batizou a rã, que tem tudo para ser a musa do verão carioca: apelidou-a de Norminha, a personagem ninfomaníaca de Dira Paes na recém-acabada Caminho das Índias.

O cidadão comum certamente não tem nada contra todo esse salamaleque adotado para que uma rã possa fazer sexo em paz, mas nem por isso abre mão de assombrar-se com a possibilidade de, ao mesmo tempo em que isso acontece, o poder público não ser capaz de impedir que todos os anos sejam assassinados no Brasil mais de 5.000 adolescentes (sem contar os adultos e os adultos jovens), segundo um levantamento feio pelo próprio Governo e pelo Unicef. Será que não daria mesmo para se fazer um esforço e dispender só um pouco desse cuidado todo dispensado à rã para tentar proteger um pouco mais a infância e juventude brasileiras condenadas antecipadamente às grades ou a covas rasas?

*Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA.
maluzes@gmail.com

Andres Gomez e Patrício Arnold são campeões do Citibank Masters Tour na Bahia


Poliesport

Por Lia Benthien*/ Foto: Ismar Ingber


Etapa realizada no Clube Bahiano de Tênis encerra fase classificatória do único circuito de seniors do Brasil

O campeão de Roland Garros em 1990, Andres Gomez e Patrício Arnold foram os campeões do Citibank Masters Tour em Salvador, neste domingo. Na final realizada no Clube Bahiano de Tênis, eles derrotaram Marcelo Saliola e Givaldo Barbosa por 7/5 e 6/3.

Sob um calor de quase 40 graus dentro da quadra central, Gomez, ex-número um do mundo em duplas e quatro em simples, mostrou que continua em grande fase, com jogadas muito aplaudidas pelo público, que apesar disso, estava torcendo para o baiano Givaldo Barbosa e Marcelo Saliola. O primeiro set foi bem equilibrado, decidido no finalzinho com apenas uma quebra, mas no segundo, Gomez e Arnold aproveitaram a vantagem para marcar 6/2 rapidamente.

Patrício Arnold e Andres Gomez aproveitaram a comemoração do título para falar da importância do Rio de Janeiro sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

“ Esta é a grande oportunidade do continente mostrar que pode realizar grandes eventos esportivos, de mudar a imagem da America do Sul diante do mundo. E essa realização do Brasil certamente vai abrir portas para outros países almejarem realizações semelhantes”, disse Patrício Arnold.

“Vai ser espetacular, todos nós, sul-americanos, torcemos pela vitória. Nos próximos seis anos,os governos de países sul-americanos vão ter que criar políticas e conseguir patrocínios que de alguma maneira privilegiem o crescimento do esporte, para que todos possam fazer boas apresentações nos jogos. Temos que fortalecer a região na área esportiva, e iniciativas como esta do Citibank Masters Tour ajudam muito, mas tem que se multiplicar por todo o continente e todos os esportes”, comentou Gomez.
Este foi o primeiro título dos dois atletas em 2009.

O CitibanK Masters Tour 2009 começou em Curitiba(PR), passou por Porto Alegre(RS), Rio de Janeiro(RJ), São Paulo(SP) , Ribeirão Preto(SP) e terminou a fase classificatória no último domingo em Salvador(BA). O Masters será realizado em novembro, no Cub Med de Angra dos Reis.


*Lia Benthien é jornalista e assessora de imprensa do Citibank.

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