quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A crise do consumo

Sentinela - Antonio Freire*
professorfreire2008@gmail.com


Escrevi para os Sentinelas um texto sobre a crise de consumo, acho que surtiu efeito, pois estamos ouvindo menos falar da tal da crise, afinal, o que tem vendido de carros é brincadeira, e ainda fiquei sabendo que nunca após as inaugurações de lojas das Casas Bahia se vendeu tanto quanto em Salvador.Mas porque será que empresas que apresentam um atendimento tão ruim (não é o caso da loja citada), continuam no mercado, fazendo propagandas de baixa qualidade, achando que ainda vivemos no tempo das feiras livres, nas quais os donos das "bancas" tinham que ganhar os clientes no grito? Será que nós, consumidores merecemos tanta "porcaria" em nossos intervalos comerciais?Desta vez eu quero chamar a atenção dos consumidores (não me incluo nesta lista, pois se eu for mal atendido eu não compro), desta classe de "gastadores" que mesmo sendo mal atendidos, mesmo assistindo comerciais ridículos, de baixa qualidade, de baixo nível e de péssimo gosto, ainda continuam comprando.

Quando vamos aprender a exigir que nosso dinheiro seja valorizado, quando vamos aprender a reclamar com os pés, e simplesmente sair das lojas sem comprar. Temos uma empresa de treinamento de vendas, e faço mais trabalhos para fora de Salvador do que aqui, isso por uma simples razão: Os consumidores são pacíficos, apáticos, acomodados, alegam rodar o dia todo para economizar umas moedinhas e se esquecem de valorizar o tempo, de valorizar a sua condição de pessoa humana e não se incomoda de ser mal atendido.


Consumidor tem que se respeitar e tem que se dar o respeito, pois é quem compra e quem paga, é quem paga o salário do empresário, do gerente e do vendedor. Quando vamos aprender a exigir um bom atendimento? A crise do consumo, aí não posso pensar de outra forma, existe porque estamos comprando mais que deveríamos, os empresários estão mal acostumados a nos atenderem mal e deixarmos barato.Consumidor tem que reclamar mais com os pés e menos com a boca, e estas são as duas formas que temos de reclamar, vamos reclamar menos com a boca, que termina por estressar quem está próximo e não adianta nada. Vejo muito um cliente reclamar, xingar, espernear, e compra, caramba, não entendo isso. Vamos reclamar com os pés, sair da loja sem comprar, até que aprendam a respeitar nosso direito de ser bem atendido. Certa feita fiz as compras da quinzena em um supermercado destes, e na hora de pagar o caixa me fez duas grosserias, uma porque pedi um empacotador e ela simplesmente torceu a boca, a outra quando disse que só passaria o cartão quando as compras estivessem embaladas, ela disse que tinha mais clientes para atender, ou seja, eu já paguei, eu me "lenhe", resultado, deixei todas as compras lá no caixa e fui embora.


Perdi tempo, mas lavei minha alma. Não vamos parar de ver comerciais, deveríamos também, para ver se as agências de propaganda aprendem a fazer comerciais de melhor qualidade, mas esse é outro assunto.a crise existe, mas deveria ser de verdade, deveria ser nossa mesmo, a crise da consciência, a nossa consciência do grau de importância que temos no sustento estas empresas que não nos respeitam.Vamos parar de comprar onde somos mal atendidos.

*Antonio Freire da Silva Neto – Bacharel em Marketing, epecialista em gestão empresarial, educação superior e consultor de marketing.

Amarelo de fome, Verde de medo

(Mateus – 3, 10.)

Sentinela – Luiz Eladio Humbert*
luiz.humbert.lalado@gmail.com

Soldados
são homens
desarmados

homens fardados
matando pelo poder
para os senhores dos fardados

não são soldados

são ávores letais
transplantadas da terra
para torrões de lama

são lixo que flutua
rio abaixo

diante da lama e do lixo
o povo desunido
se cala
de fome e de medo

e engole lama e lixo

mas o silêncio
da fome e do medo
não haverá de estancar o tempo
que muda o homem
da água ao sal

como o suor ao vento

e o sal
é o sinal dos tempos

já o machado está posto
à raiz das ávores.

Do livro: AMARELO DE FOME, VERDE DE MEDO
Autor:
Luiz Eladio Humbert
(Lalado) é poeta, escritor e letrista do GRAMPO: http://www.gramporock.blogspot.com/
Os artigos assinados não representam necessáriamente a opinião do Sentinelas da Liberdade. São da inteira responsabilidade dos signatários. Sentinelas da Liberdade é uma tribuna livre, acessível a todos os interessados.