quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Amarelo de fome, Verde de medo

(Mateus – 3, 10.)

Sentinela – Luiz Eladio Humbert*
luiz.humbert.lalado@gmail.com

Soldados
são homens
desarmados

homens fardados
matando pelo poder
para os senhores dos fardados

não são soldados

são ávores letais
transplantadas da terra
para torrões de lama

são lixo que flutua
rio abaixo

diante da lama e do lixo
o povo desunido
se cala
de fome e de medo

e engole lama e lixo

mas o silêncio
da fome e do medo
não haverá de estancar o tempo
que muda o homem
da água ao sal

como o suor ao vento

e o sal
é o sinal dos tempos

já o machado está posto
à raiz das ávores.

Do livro: AMARELO DE FOME, VERDE DE MEDO
Autor:
Luiz Eladio Humbert
(Lalado) é poeta, escritor e letrista do GRAMPO: http://www.gramporock.blogspot.com/

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