quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Entrevista exclusiva com Jorge Du Peixe, vocal da Nação Zumbi

Foto: Sídio Júnior

“A década de 1990 foi apenas o início do Movimento Manguebeat. Não queimamos todo cartucho. Temos muito pra criar. É só começo. É um ciclo. E isso vai se transformando”.

Jorge Du Peixe, vocal da Nação Zumbi


Sentinela - Antonio Nelson


Contagem regressiva para começar o show! Jorge Du Peixe chega à direção do camarim e fixa seus olhos na camisa de Pernambuco no meu ombro. Após saudações, como recifense, porém criado em Olinda, no bairro de Jardim Atlântico, minhas lembranças pro ter acompanhado o surgimento e a ascensão do Movimento Manguebeat, na década de 1990, as recordações juvenis estavam em ebulição. Tive o “privilégio” de testemunhar a efervescência na época. A fusão de ritmos, gêneros, e as questões sociais que afligiam o Recife, como a quarta pior cidade do mundo em qualidade de vida, provocavam (re) ações, inércia, e preocupações diante da lama e do caos social na cidade.

Mas já em um longo interregno, após cumprimentos, o baixista Dengue tem o ímpeto da empatia quando relato que fui morador do mesmo bairro que ele. Seu sorriso denunciou a satisfação da notícia. Depois da apresentação, a exaustão não impediu da entrevista exclusiva.
Música compartilhada no cibespaço, Movimento pós-manguebeat e Carnaval Multicultural do Recife foram assuntos do nosso rápido bate-papo. Confira!

Antonio Nelson – O Movimento está atuante? Existe música pós-manguebeat?

Jorge Du Peixe – “A década de 1990 foi apenas o início do Movimento Manguebeat. Não queimamos todo cartucho. Temos muito pra criar. É só começo. É um ciclo. E isso vai se transformando”.

A.N – Academia da Berlinda, Mamelungos de Recife, Cláudio Rabeca - do Quarteto Olinda, Públius Lentulus, bandas e compositores de Pernambuco disponibilizam os CDS para download, como você avalia isso?

J.D.P – São ações positivas. Mas perdemos muito dinheiro com isso. Também quanto aos direitos autoriais. O universo digital como blogs, sites e redes sociais possibilitam a distribuição e a amplificação do trabalho. A juventude está quebrando barreiras. E nós também.

A.N - Existe crítica musical no Brasil?

J.D.P - Os jornalistas precisam fazer música. Estudar música para ter base na crítica musical.


A.N – Caboclinhos, Maracatus, Ciranda, Bailes... Quais as expectativas para o Carnaval Multicultural do Recife 2012? O que faz Multicultural?

J.D.P – Vamos apresentar nosso DVD Ao Vivo – Recife. Temos como convidados Otto, China, Fred 04, Barão Vermelho e outros. “O Carnaval Multicultural do Recife é assim hoje, principalmente por toda essa riqueza que você mencionou, e também por causa da nossa luta desde a década de 1990. Vamos tocar no Marco Zero e na comunidade de Peixinhos. Isso é democracia”.

A.N – Luiz Gonzaga é o homenageado pelo Bloco Galo da Madrugada em 2012. O que ele representa para você?

J.D.P – Luiz Gonzaga é o mestre maior.


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