quinta-feira, 9 de julho de 2009

Medicina sem diploma

A decalração de um professor


Sentinela – Antonio Freire*

A partir de hoje, estarei procurando uma sala para alugar, a qual será transformada em um consultório médico. Trabalhei na indústria farmacêutica por 12 anos, sempre em multinacionais que tem como característica principal a seriedade ética e o preparo profissional, ou seja, seus representantes são muito qualificados e preparados para manterem uma linha de diálogo com qualquer médico, dentro do painel que o profissional visita fazendo a propaganda dos seus produtos.

O que quero dizer com este preâmbulo: é que eu como representante de medicamento, devidamente qualificado e treinado, me sinto tão bem preparado quanto qualquer médico para prestar atendimento aos pacientes que me procurarem. Isso porque estarei me antecipando aos decretos do Congresso, quando eles disserem que não será mais necessário o diploma de nível superior para ser médico, eu já estou no meio do caminho.

Posso prescrever medicamentos para as patologias das seguintes especialidades: reumatologia, alergia, antibioticoterapia, hipetensão arterial, asma e outras patologias do trato respiratório alto e baixo, e prescrição de anti-ulceroso. Depois deste decreto, de que para ser jornalista não é necessário ter cursado nenhuma faculdade de comunicação e jornalismo, me sinto impelido e motivado a assumir minha cadeira de médico.

Ora amigos, vamos pensar pela ótica funcional, se um médico sem a devida qualificação pode matar uma pessoa, cessando a sua vida com imprudência e imperícia, o mesmo ocorre com um jornalista, que sem a devida qualificação e conhecimento ético, pode "acabar" com a vida de uma pessoa, de um profissional ou de uma empresa. Qual a diferença? Um cessa a vida, retirando o espírito do corpo - o médico. O jornalista vai tirar da sociedade, de maneira grotesca, um profissional ou uma empresa, caso o seu conhecimento seja menor que o esperado para a realização do seu trabalho.

Erro de jornalista acontece igual ao erro médico, todos podem errar. Uma falha na divulgação de uma situação, por parte da imprensa, de um jornalista, acabou com a família e com a empresa, uma empresa sólida (escola Base, em São Paulo, lembra do caso da criança que afirmava estar sendo molestada...?). Um médico, imperito, acabou com a vida de quantas mulheres, de quantas famílias, ao realizar cirurgia plástica sem a devida formação.

Façam-me uma garapa. É difícil conviver com a incerteza que estes políticos e estes sindicatos pelegos, que após uma semana do fim da profissão de jornalista, com a devida formação superior nos impõe, é difícil querer ser um profissional e estar se qualificando para isso e ver a qualificação ser desprezada, é difícil querer crescer em conhecimento neste País de pelegos, de políticos corruptos e cegos.

É classe de gente ruim, medíocre, sem escrúpulos e sem ética, esta desses políticos, também, para se candidatar a qualquer cargo político eletivo, basta não ser analfabeto (tem cego que tira carteira de motorista... quanto mais diploma de ensino fundamental...), e aí, para que servem as Universidades e Faculdades, vamos acabar com elas, antes que elas acabem com os políticos, vamos acabar com os jornalistas, antes que eles revelem a lama que escorre pelos ralos, bolsos e contas bancárias destes canalhas, vamos acabar com os jornalistas, antes que o sindicato da categoria tenha que fazer outra eleição e mais uma vez esta diretoria aceite passivamente estes desmandos, sem nada fazer, pelo menos até aqui.

Desculpem senhores sindicalistas, mas a decepção é grande. Não sou jornalista, sou mercadólogo (aquele que vocês insistem em chamar de marketero), sou um profissional qualificado, com experiência de trabalho e qualificado por formação superior, se eu não for habilidoso, posso afundar uma empresa e acabar com a sua reputação.


*Antonio Freire da Silva Neto - Bacharel em Marketing e professor da Faculdade Social.
CRA-BA 8972.

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