terça-feira, 7 de julho de 2009

CQC e os jagunços de Sarney



Sentinela - Luiz Humbert (Lalado)*


Em toda mídia brasileira, CQC (Custe o que Custar - Band) é a única revista semanal de notícias e reportagens que nós acompanhamos com habitualidade. E o fazemos com prazer e alegria. E por uma razão muito simples e direta: em todos os meios de comunicação de massa do país, o povo é mero espectador, abúlico e passivo, da relação, muito distante de nós, entre o pensamento do editor chefe, que está a serviço de seu patrão, que representa unicamente a opinião e os interesses da classe dominante, e aquilo que eles entendem como notícia de interesse público.

Então, quando um repórter da mídia patronal faz uma pergunta a alguém, trata-se apenas da pergunta de um repórter a esse alguém. Se esse alguém revida a pergunta com socos e pontapés, para nós, trata-se apenas de um repórter que apanhou de um transeunte qualquer. Ou vice versa. É um problema deles, de Roberto Carlos e das baleias do Greenpeace.

Mas, com o CQC tudo é bem diferente. Seus repórteres tratam a matéria do jeito como nós trataríamos, ou como queremos que o assunto seja tratado. O editor chefe do CQC é qualquer um de nós, ou todos nós, quando estamos livres de qualquer patrão, ou de qualquer outro mentor de nossas idéias. O editor chefe do CQC é qualquer um de nós, e todos nós ao mesmo tempo, com independência e coragem, porque ele não recebe o “seu” de um patrãozinho qualquer, que pode demitir sem justa causa, mas de uma infinidade de anunciantes, que brigam por um espaço dentro e à margem do programa.

Nós, o povo humilhado e explorado pelo sistema injusto e perverso em que vivemos, nos sentimos de alma lavada com a maneira como o CQC trata as celebridades e os políticos e empresários banais, que são reverenciados como semideuses pelo resto da imprensa brasileira.

Portanto, quando um repórter do CQC faz uma pergunta, é o povo, somos nós todos que perguntamos. E quando esse repórter é agredido por um desses transeuntes inconformados com a sua insignificância, é o povo, somos nós que somos agredidos. E se realmente é verdade que aqui no Brasil todo poder emana do povo e em seu nome será exercido, esse incidente da pequena gestapo do rato Sarney com o nosso querido Danilo Gentile não vai ficar por isso mesmo.

Pelo menos nós, de nossa parte constitucional, já temos pronta uma musiqueta sobre essas coisinhas típicas do Brasil, que brevemente aqui será postada. O nome da musiqueta é “Plutocracia”.

Luiz Humbert (Lalado) é letrista do GRAMPO (www.gramporock.blogspot.com)

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