sexta-feira, 8 de junho de 2012

Angélica Criss chega mais perto dos pernambucanos

 

Foto: Nilton Leal
Desde criança, a cantora e compositora pernambucana Angélica Criss esteve em contato com a MPB. Nascida na cidade do Recife e criada no bairro de Rio Doce, em Olinda, teve seus domingos embalados por cantores como, por exemplo, Nelson Gonçalves, Cartola, Noel Rosa e Noite Ilustrada. “Todas essas influências foram por causa de um vizinho que tínhamos. Ele sempre realizava uma seresta na casa dele e era impossível não apreciar aquelas músicas. Isso tudo foi associado ao gosto dos meus pais (Ricardo Souza e Lindinalva Souza), pois sempre foram fãs de Roberto Carlos, Gal Costa, Maria Betânia, entre outros”, explicou Criss.

Durante a adolescência, Angélica participou de corais religiosos e também de festas beneficentes. “Não tem coisa que me emocione mais do que um coral. Sempre tive essa paixão pela música, mas, com o tempo, casei e tive filho. Por esse motivo, os meus planos musicais ficaram um pouco de lado.” A decisão de seguir o caminho artístico profissionalmente veio aos 27 anos e se deu depois de ser convidada por uma prima para cantar no aniversário de oitenta anos da sua avó como forma de homenageá-la. “Depois do aniversário, o pessoal queria que eu continuasse a cantar. Isso foi mais ou menos no ano de 2007.” A partir desse momento, a cantora foi apresentada ao músico Ronnie Cruz e, posteriormente, a Dayvson Resgllar e não parou mais de cantar. “Formamos então a banda Andaros (nome formado pela soma de Angélica, Dayvison e Ronnie)”, pontuou. 
 
Foto: Nilton Leal
 Cantando em barzinhos e em diversos eventos, Angélica Criss amadureceu e aperfeiçoou a sua música. Como sempre gostou de escrever, demorou um pouco, no entanto, ao passar do tempo, percebeu que os seus “escritos” eram, de fato, letras de músicas e que já vinham acompanhadas de melodia. “Nunca fiz aula de canto e não toco nenhum tipo de instrumento. Eu componho em qualquer lugar. Acho que é um dom, pois vem como um estalo, algo automático, como alguém sussurrando em meu ouvido. Não sei explicar, só escrevo e curto o resultado. É uma coisa imaginária, porque eu consigo visualizar a cena na minha cabeça e também me inspiro nas paisagens do cotidiano. Enfim, a mente do compositor é muito louca”, argumentou.

Com o tempo, por causa das atribuições e dos compromissos pessoais dos integrantes da banda Andaros, o grupo se dissolveu. Entretanto, o sonho de Criss continuou vivo. Em janeiro deste ano, ao chegar a sua casa, viu pela TV que as inscrições da Mostra São Paulo Exposamba estavam abertas para compositores de todo o Brasil. “Decidi inscrever o samba Seu tempero, que é de minha autoria, e cheguei à final entre os 10 primeiros mais votados da internet. Foram, ao todo, 1.600 inscritos, 200 pré-selecionados e apenas 40 estiveram na semifinal. Foi uma experiência maravilhosa.”

Com músicas inspiradas em ritmos como samba, reggae, blues, pop e baladas românticas, Angélica busca na MPB um ritmo suave e doce, interpretando novos e antigos nomes da música popular brasileira. Atualmente, a cantora e compositora pernambucana continua sua caminhada profissional e está trabalhando na divulgação de músicas autorais que farão parte do seu primeiro CD. “Tudo já está pronto e estamos apenas finalizando a capa.” O álbum, intitulado Angélica Criss mais de perto, contém 10 faixas e faz um passeio pelo samba de raiz e o batuque africano, entre outros ritmos que adoçam os ouvidos dos apaixonados pela boa música popular brasileira.

Contatos:
(81) 9927-3606
www.palcomp3.com/criss 
www.twitter.com/angelicacriss 
www.criss30.blogspot.com 
www.angelicacriss.tumblr.com


* Gianfrancesco Mello é jornalista e assessor da Agenda Cultural do Recife.

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