domingo, 5 de fevereiro de 2012

Salvador: Moradores de Nova Brasília sentem falta das Tropas do Exército



Sentinela - Antonio Nelson


São 17h10min de sábado (4) em Salvador! Horário de verão. Estou no ônibus Sete de Abril - Jardim Esperança – Nova Brasília – Barra, 5692, com destino ao bairro Pau da Lima. Sob um sol escaldante, estou no bairro “nobre” da Barra, na Rua Miguel Bournier, próximo do Cristo e do Farol da Barra – Patrimônio Histórico da Humanidade -, cartões postais localizados na orla.

Após passar a borboleta, conheço a doméstica Renilda Moureira, 43 anos, moradora do bairro Sete de Abril, na periferia da capital baina. Renilda têm nove anos de profissão. Trabalha num apartamento de família na Barra, mas largou mais cedo por causa da insegurança instalada na cidade depois da greve dos policiais da Bahia. São duras horas e meia de trajeto, em média, da Barra até Sete de Abril, mas quando o trânsito está calmo. “Vejo muita polícia aqui na Barra depois da greve da PM, mas até agora não vi um soldado do Exército no meu bairro. Também não acredito na televisão. Nem tudo é verdade sobre o assunto. O povo não é burro”, declarou Renilda.

Já os trabalhadores da construção civil, Ivan Silva e Alan Veloso, ambos com 31 anos, largaram no horário normal. De acordo com eles, a ausência das Tropas é facilmente visível. Ivan e Alan moram no mesmo bairro de Renilda, e foram contratados pra trabalhar na construtora OAS, para a obra de um grande Hotel, no extinto Clube Espanhol, na praia. “Só vemos policiamento ostensivo nos bairros nobres como Barra, Campo Grande, e lugares de grande comércio. No Campo Grande você vê soldados do Exército na praça”, afirmou Alan, que é casado e reside com a mãe de 65 anos em Sete de Abril.

Para Ivan, os programas popularescos de TV que exploram a violência e distorcem os fatos não conseguem enganá-lo. “Esse apresentadores pensam que somos idiotas? Sabemos o jogo de interesses dos jornais e da TV. Basta saber a história deles. Estão comprometidos com o dinheiro e a divulgação da mentira. Algumas coisas são verdades”, enfatizou Ivan. Por causa do Carnaval, vamos entrar de “férias” (risos), de 16 a 27 de fevereiro, asseveraram juntos...Alguns segundos para término da trajetória, meus olhos não deixaram imperceptíveis a ausência das Tropas na localidade. É Carnaval!

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