quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Bancos espoliam países pobres

Sentinela – Germano Machado*

Na revista Mundo e Missão de agosto de 2009, publicação do PIME – Pontifício Instituto das Missões, no
www.mundomisssao.com.br, no comentário de atualidades traz o título: Grandes Bancos ajudam a espoliar os países pobres. Na mesma revista se diz que: “segundo uma análise da organização independente Global Witness, uma organização sem fins lucrativos que se dedica a pesquisa sobre causas e efeitos da exploração da riqueza natural do mundo, alguns dos mais expressivos bancos mundiais facilitam a corrupção nos países mais pobres”. O autor é Edison Barbieri – edsonbarbieri@yahoo.com.br.

Esse estudo da Global Witness mostra como certos bancos atuam com negócios em regimes corruptos. Informa ainda que tais bancos facilitaram e facilitam corrupção e saque estatal explorando países. O que equivale a mostrar dolorosamente que esse mecanismo bancário desvia os países pobres de terem oportunidade de sair da miséria e não serem dependentes de outros. Por exemplo, a Global Witness diz abertamente: “se recursos como o petróleo, gás e minerais realmente existem para ajudar a eliminar a pobreza da África e de outras regiões, então os governos devem assumir a responsabilidade de impedir que os bancos façam negócios com ditadores corruptos e com suas famílias”. Considero tal informação uma denúncia. O mesmo informe aponta clientes de determinados bancos na Guiné Equatorial, na República Democrática do Congo, no Gabão, na Libéria, em Angola e no Turcomenistão. Mostra que nesses países a riqueza natural foi e está sendo explorada por poucos, enriquecendo grupos, fortalecendo poder de ditadores, financiando guerras devastadoras.

A Revista, citando o Global Witness afirma e afiança: “Entre os bancos mencionados estão Barclays, City Bank, Deutsche Bank e HSBC”. Evidentemente que essas instituições bancárias têm ampla visão mundial e agem praticamente em todos os países, inclusive nos da América Latina e no Brasil. Anthea Lawson, da Global Witness informa: “Os bancos fornecem o mecanismo para que haja corrupção em torno dos recursos naturais”. Nessas informações das instituições citadas, “o filho do ditador da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang foi apoiado pelo Banco Barclays muito depois de se tornarem públicas as provas de que sua família estava envolvida na usurpação das riquezas pretrolíferas daquela nação. Esclareça-se que o Banco Riggs que entrou em decadência em 2004, assim foi devido à investigação promovida por comitê do Senado Norte Americano. Descobriu-se ainda que essa instituição bancária mantinha contas em nome do referido ditador equatorial, membro de sua família e seu governo. O filho do ditador era Ministro da Agricultura e Floresta, no Governo de seu próprio pai e, vejam com um salário de 4.000 doláres mensais, mas tinha conta no Barclays, polpuda e muitíssimas vezes maior do que se possa imaginar. Entretanto, a Guiné Oriental africana continua sendo um dos países mais pobres do mundo. O jovem ministro tem uma mansão de 35 milhões de dolares, em Malibu (Estados Unidos) e gastou 6 milhões e 300 mil dolares na compra de automóveis nesses últimos 10 anos.

A Global Wittness afirma que o City Bank Group facilitou o financiamento de guerras civis em Serra Leoa, permitindo o ex-Presidente Liberiano Charles Taylor a saquear as riquezas naturais de madeira. Por denúncias, esse ex-Presidente está sendo desde meados de 2009 julgado por crime de guerra no Tribunal Penal Internacional de Haia. O informe citado ressalta que “os bancos ajudam, direta ou indiretamente, os que usam as contas do Estado para enriquecer ou oprimir seus povos”. Essa descrição da Global Witness foi levada às vésperas da reunião do G-20, ocorrida, imaginem, em abril de 2009, em Londres ocasião em que se analisou a atual crise financeira mundial. Em declarações, quando da publicação de sua encíclica Veritas in Caritate, Bento XVI afirmou que a crise financeira mundial era motivada pela ganância de Estados e instituições bancárias.


*Germano Machado – Fundador do CEPA ( Círculo de Estudo Pensamento e Ação) Brasil, Jornalista da primeira turma da UFBA 49/52, Professor Aposentado da UCSAL e da UFBA, alguns livros publicados: Dois Brasis, Introdução a Euclides da Cunha, da Físca da Matéria à Metafísica do Espírito, Sintetismo – Filosofia da Síntese.
germanomachado83@gmail.com

2 comentários:

  1. Parabéns Sentinelas pela participação do Professor Germano Machado, umas das pessoas mais cultas desta terra.
    Transmita para ele um grande abraço do amigo e ex-aluno, do velho Instituto de Música, Henrique Brito.

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  2. Sentinelas ,isso é o obvio,antes de surgirem os bancos os agiotas já exploravam o povo,e os nobres...Lutar contra o capitalismo é dar murro em ponta de faca.Vide o comunismo.Sociedade alternativa só na cabeça de Raul ou na aldeia hippie em Arembepe.Tem que comer o mingau pelas bordas...Senão o bicho papão te come.O Sentinelas não é patrocinado por empresas capitalistas?Então se correr o bicho pega se ficar o bicho come!

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