quarta-feira, 4 de julho de 2012

A falta de competitividade da energia solar


Do O Globo
Documento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) foi entregue ao Ministério de Minas e Energia para auxiliar análises

A geração de energia solar centralizada (em projetos de maior porte para venda na rede de distribuição) ainda é economicamente inviável no Brasil. Mas, contudo, a geração distribuída, ou seja, gerada pelo consumidor residencial para uso próprio, já começará a se tornar mais competitiva. Essas são algumas das conclusões de um estudo elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre as perspectivas da energia solar no Brasil. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, disse que o estudo já foi entregue ao Ministério de Minas e Energia, e tem como finalidade de subsidiar as autoridades a analisarem o desenvolvimento da energia solar no país.

Na distribuída vai começar a ser competitiva, ou seja, para instalação dos equipamentos e uso pelos consumidores residenciais para geração de energia. Agora, para ampliar teria que ter incentivos ou aguardar um pouco os preços caírem destacou Tolmasquim, ao lembrar que no mundo o preço da energia solar já caiu 75% nos últimos dez anos e a tendência é cair ainda mais até 2020, quando se tornará mais competitiva.

Na geração distribuída o consumidor residencial instala os equipamenos para geração de energia solar com os painéis fotovoltaicos e o medidor bidirecional que mede a energia recebida da rede elétrica e a geração de energia solar. Com esses equipamentos o consumidor vai ter geração própria e poderá jogar energia na rede, que é abatido em sua conta de luz. Mas, no momento, o custo ainda é relativamente alto, cerca de R$ 38 mil para uma geração de 5 quilowatts médios (KW), suficientes para atender um consumo médio de 550 KW-hora/mês. Mas pelas simulações feitas pela EPE, essa residência só teria o custo do investimento amortizado em 20 anos.

Segundo a EPE, o custo médio da geração de energia solar ficaria em R$ 602 por megawatt hora (MWh). A empresa fez várias simulações considerando o mercadopotencial, e considerando o uso de vários incentivos como a redução de impostos e facilidade no financiamento. Dependendo do tipo de incentivos, o custo da geração de energia solar pode cair dos R$ 602 para até R$ 409 o KWh, atingindo a praticamente 98% do meconsumo residencial nacional.

Já a geração centralizada, de grande porte, Tolmasquim acredita que só com o tempo é que poderá se tornar competitiva. Atualmente, sem qualquer incentivo, o custo da energia solar seria de R$ 405 o MWh. E com a possibilidade da concessão de incentivos fiscais poderia chegar no máximo em torno de R$ 300 o MWh, ou seja, não é competitiva com outras energias que têm um custo médio de R$ 150 o MWh, segundo os últimos leilões de energia realizados pela EPE.

Hoje a solar em termos de leilões de energia, ainda não é competitiva. A saída seria fazer um leilão específico só para a solar, ou se espera mais algum tempo para a redução dos custos afirmou Tolmasquim.

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