domingo, 22 de abril de 2012

Lenine e a Esquizoanálise

O único Esquizoanalista do Recife (PE), Ciclotron Irajá, interpreta a música Envergo Mas Não Quebro


Se por acaso pareço
E agora já não padeço
Um mal pedaço na vida
Saiba que minha alegria
Não é normal todavia
Com a dor é dividida
Eu sofro igual todo mundo
Eu apenas não me afundo
Em sofrimento infindo

Tem muita gente enlouquecendo com esse capitalismo esquizofrênico. E pensam que seus problemas são pessoais (Krisnamurti - A Rede do Pensamento - "Nossos problemas não são individuais, são coletivos. São os mesmos para todos"). Estamos todos implicados na maré quântica de possibilidades infinitas soterrados entra produção e consumo.

Eu posso até ir ao fundo
De um poço de dor profundo
Mais volto depois sorrindo
Em tempos de tempestades
Diversas adversidades
Eu me equilibrio e requebra
É que eu sou tal qual a vara
Bamba de bambú-taquara
Eu envergo mas não quebro

Aqui ele diz que sabe surfar a onda da tecnologia com seus fluxos loucos de produção e consumo. E não pensem que por isso ele não sofre. Ele sofre sim, mas não quebra como todo (bom) artista, mostrando para os outros que todos são capazes de surfar também e com isso aliviarem a dor desse mar infinito.
 
Não é só felicidade
Que tem fim na realidade
A tristeza também tem

Tudo acaba, se inicia
Temporal e calmaria
Noite e dia, vai e vem

Quando é má a maré
E quando já não dá pé
Não me revolto ou me queixo

E tal qual um barco solto
Salto alto mar revolto
Volto firme pro meu eixo


Galera vamos parar de achar que "tristeza não tem fim, felicidade sim". A tristeza também tem fim! Fantástico, Lenine. Uma crítica a "bossa 'n' roll nova" ao meu ver. Porque determinadas músicas estão gravadas em nosso subinconsciente e estão sendo repetidas inumeras vezes deixando-nos depressivos. Segue falando dos cículos naturais e cósmicos da vida numa alusão ao símbolo oriental Yin/Yang. Esse símbolo significa equilibrio e segurança no rumo que se toma na vida, daí soltar o barco sem medo de se perder no mar da produção e consumo / capitalismo e esquizofrenia.

Em noite assim como esta
Eu cantando numa festa
Ergo o meu copo e celebro

Os bons momentos da vida
E nos maus tempos da lida
Eu envergo mas não quebro


É um artista que sabe se movimentar. Tem corpo para isso e sabe que nem todo mundo está preparado para esse mar infinito das possibilidades quânticas. Mas dá o seu recado namastê! Um verdadeiro Samurai.

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