domingo, 16 de outubro de 2011

Uma Resposta de André Lemos a Rodrigo Savazoni

Desculpem, sou amigo do Rodrigo e entendo a sua verve, mas o texto é muito tendencioso (diria mesmo, pseudo crítico, e mesmo "militante"),com imprecisões e ausência de uma melhor explicação da relação da Apple com o Unix e Linux (isso nem é tocado). Ele ressalta, com razão, a importância da abertura e da colaboração na internet, no software livre e na cultura digital em geral (no que estamos todos de acordo), mas é historicamente injusto com o que fez Jobs e a Apple. Essa cultura existiria sem a microinformática, sem ipods, iphones e hoje ipads? Difícil imaginar. Nem o Windows existiria, o que poderiamos até pensar em ser uma benção. :-))

Certamente a Apple hoje é uma empresa que amarra o usuário em microcompras de aplicativos e conteúdos, que aprisiona o usuário em compras de cabos e adaptadores a cada novo dispositivo criado, mas o que se está homenageando é a história da Apple, a inventividade e audácia de Steve Jobs. Na minha opinião, uma coisa nao pode desmerecer, ou pior, esquecer a outra.

Há outros gigantes nesse domínio: Turing, Von Newman, Sutherland, Licklider, V. Bush, Cerf, Berners-Lee...Falar da genialidade de Jobs não significa canoniza-lo ou dizer que se está esquecendo os outros. Aliás, ele era uma figura muito difícil, autoritário, arrogante, vaidoso...Mas quem pode atirar a primeira pedra?

Vejam o prossseguimento do debate depois do post do Rodrigo aqui:
http://www.trezentos.blog.br/?p=6403

Para quem não sabe o que a Apple inventou, inovou ou foi a primeira a colocar nas mãos de todos, sendo fonte de cópia para todos, Windows e inclusive o Ubuntu (o desktop é muito similar ao OsX), vejam a lista abaixo...não exaustiva:


Uma interface gráfica, ícones, um desktop, etc.


O uso do mouse


O clique duplo (double click) e o drag-and-drop (clicar-e-arrastar) para realizar ações com o mouse.


WYSIWYG em edição de texto e gráficos ("what you see is what you get" - “O que você vê é o que você obtém”)


Nomes de arquivo longos, com espaços e sem extensão (até 31 caracteres antes do Mac OS X, aumentado para 255 caracteres com o Mac OS X)


O leitor de disquetes 3.5" de série


Áudio de série, incluindo um alto-falante de qualidade


A impressora laser PostScript


Publicação pessoal (Desktop publishing)


Programação pelo usuário através do HyperCard e AppleScript


A interface SCSI (Mac Plus, 1986)


Entrada de Áudio de série (Mac IIsi & Mac LC, 1990)


Leitor de CD-ROM de série (Quadra 900, 1991)


Um ambiente de trabalho único distribuído em diversos monitores


Suporte Ethernet de série (Quadra 700 & 900, 1991)


Universal Serial Bus, a popular entrada USB que substituiu diversas outras, se tornando um padrão mundial e atualmente usada em Pen Drives e MP3 Players.


FireWire, também conhecido como IEEE 1394, um standard desenvolvido pela Apple e promovido também pela Sony sob o nome iLink (G3 Azul e Branco, 1998)


Rede sem fio IEEE 802.11b e IEEE 802.11g (wireless networking), denominados comercialmente AirPort, AirPort Extreme, e AirPort Express pela Apple (iBook original, 1999)


O abandono do leitor de disquetes (iMac original, 1998)


O primeiro computador disponível comercialmente a se basear principalmente no USB para a conexão de periféricos. (iMac original, 1998)


Arquitetura RISC na forma do processador PowerPC, desenvolvido conjuntamente pela Apple, IBM e Motorola (Power Macintosh 6100, 1994)


O primeiro leitor DVD-R a preço popular ("SuperDrive", Power Mac G4, 2000)


Monitores planos de série (iMac G4, 2002)


Primeiros notebooks com mouse de série e teclados externos (série PowerBook 100, 1991)


Primeiro notebook com replicador de portas, para uso como desktop (PowerBook Duo, 1992)


Primeiro notebook com monitor de tela larga (PowerBook G4, 2000)


Primeiro computador pessoal a arquitetura 64-bit (PowerMac G5, 2003)


....


IPOD


ITUNES

MACBOOK AIR

IPHONE


IPAD


....


É pouco?



Saudações,


André Lemos
Associate Professor
Faculty of Communication
Federal University of Bahia
http://andrelemos.info
Twitter: @andrelemos


Texto enviado por Marcos Palacios

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