quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Entrevista com cantor e compositor Vander Lee


Maísa Carvalho Amaral, Vanessa Correia e Antonio Nelson*

Sentinelas - Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, o que eles significam para você?


Vander Lee -
Esse trio de melodistas fabulosos representa uma geração e uma estética vitoriosa na música de Minas. Lô Borges talvez seja o mais fecundo, mais conhecido. Beto Guedes possui uma textura toda própria. Flávio Venturini, romântico e elegante em suas composições.

Como você enxerga a receptividade do público baiano com baladas românticas na "terra do Axé"?


Vander Lee - Acho natural, assim como o fato de Minas atualmente ser um dos Estados que mais possui carnavais fora de época, junto com a Bahia.A música não possui muitas barreiras...



O seu novo trabalho "Faro" possui uma levada mais pop. Isso é devido ao público jovem que cada vez mais está acompanhando suas músicas? Houve o interesse por esse público?


Vander Lee - Nada foi muito premeditado, as canções foram surgindo, com esse ar mais 'Beatle infanto-juvenil', que me levaram a um ambiente entre Roberto Carlos, Cartola, Tim Maia...Acho que esse disco ainda não tem um público definido, sendo apenas pouco mais radiofônico.


Além das músicas do novo Cd, pretende relembrar antigas canções?


Vander Lee - Sim, o show se divide mais ou menos ao meio, entre canções do novo cd e músicas que o público já conhece.




Muitos músicos têm uma certa dificuldade quanto à divulgação. Foi difícil para você inicialmente?


Vander Lee - Acho que foi e sempre será dificil, mas os meios de comunicacão se multiplicam e a segmentação ainda não se concretizou como se imaginava. A demanda de música é muito grande hoje em dia. As pessoas estão se adaptando aos novos tempos e aprendendo a fazer escolhas melhores, eu acredito.


Qual a sua avaliação quanto à indústria cultural?


Vander Lee - Não possuo muito conhecimento sobre o assunto, mas sinto no momento que o Estado está assumindo a maior parte das ações, em contrapartida ao momento de readequação de mercado (novas tecnologias, questão dos direitos autorais, etc).

Acredita que atualmente muitos utilizam a música apenas como entretenimento?

Vander Lee - Sim, embora pense que mesmo quando estamos apenas nos divertindo, também estamos fazendo política cultural com nossas escolhas. Não há como separar uma da outra.

*Entrevista realizada por e-mail.


Foto: Ludimila Loureiro.

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